Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

A rede social dos livros.

Facebook, instragram, youtube, twitter. É fácil enumerar as redes sociais existentes no presente (e recordar outras que acabaram por cair em desuso). Usamos e abusamos delas (ou, de quase todas elas). O mundo virtual é feito de redes sociais... e de livros. Livros, milhões de livros, tantos quantos os utilizadores de redes sociais. É fácil, por isso, aliar redes sociais aos livros. A ideia é simples: basta escolher oito livros para oito redes sociais por intermédio de características comuns que os identificam. Impossível? Não é! Vamos brincar com os livros? 

InShot_20151106_201512.jpg

   | Twitter: um livro que quero compartilhar com todos. 

Viver depois de ti.jpg

 Viver Depois de Ti de Jojo Moyes, leitura terminada recentemente, é uma história com tanto de belo como triste. Já tinha lido noutros blogues e assistido a vídeos no youtube a recomendar este belíssimo livro e, de facto, é um romance diferente, uma leitura obrigatória para amantes dos livros. 

Viver Depois de Ti, uma história de amizade, cumplicidade, dor e reflexões. Lou sabe imensas coisas: o número de passos desde a paragem de autocarro até sua casa, a paixão pelo seu trabalho e sabe que não está apaixonada pelo seu namorado. Will tinha tudo para alcançar a plena felicidade e sucesso, uma enorme desejo de aventura e vontade de viver. Porém, o trágico acidente roubar-lhe-à os sonhos e a vontade de viver. O que Will e Lou não sabem é que, todavia, as suas vidas se iram cruzar, marcando-as inesquecivelmente. 

O romance de Jojo Moyes obriga-nos a reflectir sobre os outros, a dor e a ânsia de viver. Numa escrita simples, pautada por traços de humor, Viver Depois de Ti aborda temas sensíveis, obrigando-nos a reflectir sobre decisões e o direito a viver. Um livro tocante, marcante, inesquecível.

 

   | Facebook: um livro que gostei muito e me foi recomendada por outra pessoa. 

n17_renata1.jpgInes+da+minha+alma[1].jpg

 

 A blogosfera está carregada de recomendações literárias. A Magda recomendou-me o Perguntem a Sarah Gross (entre outros), a JustSmile indicou-me A Bibliotecária de Auschwitz ou O Tempo Entre Costuras, um leitor do blogue aconselhou-me Travessuras da Menina Má e a blogosfera inteira à muito que me incentivava a ler Viver Depois de Ti. Ler é, muitas vezes, um desejo que nasce de conhecer a história que tanto apaixonou alguém. Teria uma lista gigantesca de livros que gostei e me foram recomendados por outra pessoa... Porém, vou-me ficar por duas leituras que adorei e me foram recomendadas pela minha professora de português do ensino secundário: Para a Minha Irmã de Jodi Picoult (uma das minhas escritoras favoritas) e Inés da Minha Alma de Isabel Allende. 

 

   | Tumblr: um livro que li antes de criar o blogue e do qual ainda não falei.

agura.jpg

 O blogue nasceu em Janeiro de 2014 e eu li A Vida no Céu, de José Eduardo Agualusa, em Janeiro de 2013. Li-o pelo título, pela sinopse, pela capa. Um livro pequenino, fácil de ler e de escrita simples. Um romance distópico sobre um mundo sem terra, uma vida no universo das nuvens.

 

   | MySpace: um livro que não tenho intenções de reler.

500_9789898228741_nas_asas_do_amor.jpg

 Vários... todas as leituras que não consegui concluir. Mas, para evitar cair no cliché Prometo Falhar ou Sombras de GreyCirco dos Sonhos ou Mataram o Sidónio!, resolvi escolher um livro que consegui concluir a leitura, apesar de me ter desagradado.

Nas Asas do Amor, Sarah Sundin, tinha tudo para dar certo: um romance improvável, quase impossível na II Guerra Mundial, personagens de personalidade forte, escrita simples e acessível, explorando o lado americano dos que ficam e daqueles que partem a bordo de um avião de guerra. Porém, o romance peca pelo cariz excessivamente religioso: passagens religiosas e a atribuição do bem e do mal na vida das personagens à devoção e fé a Deus. Li-o a custo, saltando partes, concluindo-o pela curiosidade com o destino das personagens. 

 

   | Instagram: um livro com uma capa bonita.

 O meu primeiro pensamento e escolha foi para a capa do livro O Circo dos Sonhos: é, provavelmente, dos livros com a capa mais bonita que tenho na minha estante. Porém, é surpreendentemente um dos livros que não consegui terminar de ler, graças ao ritmo lento da história. Por isto, optei por escolher para esta categoria, duas capas de duas histórias que adorei: A Menina Que Fazia Nevar A Rapariga de Papel.

 

   | Youtube: um livro que eu gostaria de ver adaptado a filme.

a-sombra-do-vento.jpgo-jogo-do-anjo.jpg9789896573003.jpg

Trilogia O Cemitério dos Livros Esquecidos. Previsível? Certamente! É um dos meus escritores favoritos e os seus livros cativantes. Quem já leu os três livros ou, pelo menos um, sabe o quão misteriosa e envolvente pode ser a escrita de Carlos Ruiz Zafón. 

 

   | Skype: um livro com personagens com as quais eu gostaria de conversar. 

image.jpg

 Não vou escolher o livro de Jojo Moyes, mencionado na primeira categoria, nem tão pouco os livros de um dos meus escritores favoritos e tantas vezes aqui referido, Khaled Hosseini, ou um dos meus clássicos favoritos, Jane Eyre

Gostaria de conversar com Frances e Mehuru, as personagens principais do romance histórico de Philippa Gregory, Um Comércio Respeitável. Uma leitura recente, marcante. Numa escrita viva, somos catapultados para o interior dos navios, sentindo o horror do comércio de escravos no século XVIII. A frase que se lê na capa resume o livro Um romance sobre a ganância e a desumanidade que destruíram um continente

 

   | Linkedin: um livro que fala sobre uma profissão (ou que li para a faculdade, escola, trabalho).

106471_3_televisao-um-perigo-para-a-democracia.jpg

 Televisão: um perigo para a democracia de Karl Popper e John Condry. É um livro pequenino, não chega às cem páginas, numa escrita acessível. Trata-se de uma reflexão sobre os efeitos da televisão nos seres sociais, na era da democracia. Li-o para uma disciplina na faculdade. 

Os livros do mês de Março.

9789898800008.jpg

  O amor é assustador: altera-se, pode desaparecer. Faz parte do risco. Quero deixar de ter medo. Quero ser corajosa...

 

 A Todos Os Rapazes Que Amei é um livro doce, leve e encantador. Lara Jean, a personagem principal, é sonhadora, ingénua e inocente. A todos os rapazes por quem, um dia, se apaixonou, escreveu uma carta, no total de cinco. Filha e irmã do meio de três raparigas, Lara vê-se envolvida numa enorme confusão quando, as cartas que escreveu e guardou numa caixa verde-azulada terminam nas mãos dos rapazes. A aventura de Lara Jean remete-nos para a adolescência e para os primeiros amores, fazendo-nos desejar reviver um amor ingénuo e inocente. 

 

O primeiro livro de Jenny Han está longe de ser uma história inesquecível. Tal como a personagem principal, também eu, em tempos, escrevia cartas de amor como forma de lidar com o fim de uma relação e, foi precisamente a sinopse, mencionando as cartas que Lara vai escrevendo e guardando, quem me despertou a curiosidade. Não tinha grandes expectativas para o livro, apenas curiosidade. A verdade é que, sendo um romance juvenil, é bem-disposto e alegre mas, sem nada de especial a acrescentar. O final é previsível, a família de Lara Jean é absolutamente normal e as personagens encantadoras (até a suposta vilã), ou seja, o livro peca por ausência de surpresa, de algo que o apimente. 

 

Todavia, A Todos Os Rapazes Que Amei é uma leitura que recomendo para intervalos de livros mais pesados ou para quem gosta do género. O livro encontra-se em vias de ser adaptado para cinema e, a sua continuação, P.S. Ainda Te Amo, previsto para o próximo ano.

 

500_9789898228741_nas_asas_do_amor.jpg

- Que disparate, não é? - questionou. - Desistir de luxos. Faz-nos sentir sagrados sem o sermos.

Cressie levantou-se e arrastou outro caixote.

- Às vezes fazemos isso, amor. Às vezes escolhemos os nossos sacrifícios.

 

 Nas Asas do Amor, primeiro livro da trilogia Asas de Guerra, de Sarah Sundin, foi um dos livros, até à data, mais difíceis de ler... não pela história ou escrita mas, já lá irei. O livro foi resultado de uma troca que realizei através do um grupo de venda/compra/troca de livros no facebook, tendo considerado a sinopse e o cenário suficientes para me convencerem - o título é piroso e lamechas. 

 

Nas Asas do Amor remete-nos para a Segunda Guerra Mundial, para os preconceitos e deveres femininos da época. Allie é uma jovem tímida, não sabe o que é amar nem sentir-se bonita ou atraente apesar de estar noiva do namorado de à cinco anos. O namoro/noivado é tão triste que, Allie consegue contar o número de beijos trocados nos cinco anos. Allie sabe que nunca será feliz ao lado do futuro marido, embora sonhe com os filhos e o dia em que tal irá mudar mas, sente que é sua obrigação casar-se com ele. Um namoro por conveniência, arranjado. Porém, os sentimentos de Allie alteram-se quando conhece Walt, o filho do meio de três irmãos de um pastor e piloto de guerra. É, com Walt que Allie sonha e deseja viver mas, as obrigações típicas de uma jovem rica obrigam-na a seguir outro destino. Quando Walt regressa ao campo de batalha, os dois começam a trocar cartas de amizade, esperança e fé que, rapidamente se transforma em algo mais.

 

Mas, porque neste livro existe um mas, apesar de bonita história de amor que os unirá, o livro está repleto de frases religiosas, justificando cada atitude com uma intervenção divina. Sendo agnóstica, o cariz religioso do livro tornou o chato e dramático. Sarah Sundin criou uma história lindíssima de dois jovens ingénuos em busca de um amor verdadeiro mas que, para mim, peca pelo excesso religioso. Admito que, dificilmente irei ler os restantes livros da trilogia. 

 

BASTARDA-DE-ISTAMBUL.jpg

 O que quer que caia do céu, não o deveis amaldiçoar. Isso inclui a chuva.

 

A Bastarda de Istambul é um livro revelação, uma enorme surpresa e uma viagem pela história de dois países interligados, Turquia e Arménia. Elif Shafak escreve com humor, leva-nos a pensar e a reflectir sobre as acções do passado e como as encaramos no presente: de um lado, arménios que não esquecem o genocídio cometido pelo Império Otomano, embora quase cem anos se tenham passado; do outro, turcos que fingem que tal nunca aconteceu ou, os que o admitem, consideram que nada lhes é devido porque, tal aconteceu antes do nascimento da actual Turquia. Foi, para mim, o melhor livro do mês de Março. Sobre ele, falei aqui.

 

Vidas_Entrela_adas.jpg 

Sou uma grande sonhadora, sempre fui, os sonhos visitam-me naturalmente. Adoro sonhar.

 

Vidas Entrelaçadas leva-nos a conhecer a condição dos refugiados judeus húngaros em Inglaterra, na Europa de Hitler. Vivien, a protagonista, é uma apaixonado por livros, sonhadora e ingénua que decide empreender uma viagem à descoberta do passado da família. Os pais, um casal de refugiados oriundos da Hungria, vivem uma vida invisível, sem conhecer quem os rodeia, uma vida monótona e pacata. Um dia, quando Vivien é ainda menina, a vida aborrecida é interrompida com a inesperada visita de um homem bem-vestido e parecido. Diz ser irmão do seu pai, seu tio, mas o pai nega-se a reconhecer, insultando-o e fechando-lhe a porta na cara. Aquele dia nunca será esquecido e, em idade adulta, Vivien decide ir à procura daquele tio desconhecido e compreender os motivos que separam os irmãos. 

 

Linda Grant, finalista do Booker Prize 2008, escreveu uma história surpreendente, cuja escrita prende e cativa, uma enorme surpresa. Comprei-o pelo preço acessível (cinco euros na wook), pela sinopse e porque, na altura, ainda tinha poucos livros para ler. Considerei, igualmente, que seria interessante ler e conhecer mais sobre a Segunda Guerra Mundial de uma outra perspectiva: a dos refugiados. É, assim, uma leitura que recomendo. 

 

A Bastarda de IstambulVidas Entrelaçadas são os meus destaques para o mês de Março.