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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

No início nem reparei...

... concentrava-me na leitura e pouca importância dava ao ambiente em meu redor... porém, senti o olhar de alguém demasiado próximo de mim. Distingui o teu olhar, o constrangimento de quem fora apanhado. Não dei importância. Quis acreditar que era a curiosidade: uma rapariga solitária que se sentava todos os dias naquelas escadas a ler... o que andaria por ali a fazer?

Quando cruzamos olhares, quis conhecer-te. Queria saber quem era o anónimo que me observava e que, com o tempo, começou a procura formas de me ver chegar ao meu cantinho de sempre. É estranho como um olhar desencadeou uma onda de curiosidade sobre ti. Comecei estar mais atenta às vossas conversas e a sentir calor nesse olhar que me contemplava... e dos sorrisos que o tempo fez nascer. O tempo é um lugar estranho. Marcar as 12h50 e ansiar que aqueles minutos passassem rápidos e, no entanto, demorem eternidades. Sim, dia após dia ansiava a hora de almoço e ver-te novamente.

Um dia, nem sei muito bem como, falamos de longe. E, durante uma semana, falamos de longe. Quero acreditar que foram os outros, as tuas companhias, que nos impediram de aproximar mais, de falarmos mais de perto... quiçá, por medo ou algo mais. E, no entanto, o tempo não parava... desejava que as horas passassem, mas não desejava que aquele período terminasse. Ainda era cedo... precisava de, pelo menos, saber qual o teu nome. Decidi que tinha de conhecer o teu nome. Tinha de saber isso... e já faltava tão pouco tempo para o meu tempo terminar.

A vida é um mistério. Colocou-te no meu caminho, encheu-me de esperança e, do nada, fez-te desaparecer. Apenas me deu a oportunidade de dizer um "até amanhã" de um dia para a noite. A vida é um mistério que encheu a minha alma de certezas que algo mais poderia ter acontecido entre nós... e nem o teu nome me deixou conhecer.

Como eu desejava voltar a ter o teu olhar sobre mim. Sentir que me observavas. Falarmo-nos de longe. Ver-te sorrir. Saber o teu nome.

Queria ter seguido mais o coração do que a minha consciência. Queria ter arriscado mais e menos medo do que iriam pensar os outros. A incerteza da rejeição falou mais alto, o receio de que eras demasiado para mim. A minha estúpida e fraca auto-estima... e, a minha maldita consciência, que analisa sempre tudo.

A vida é um mistério e eu desejava voltar a ver-te... só mais uma vez.

 

 

Quero acreditar que as coisas não aconteceram porque não tinham de acontecer...