Os livros do mês de Junho.
Julho. Um novo mês, novas aventuras literárias e, como têm sido habitual, é hora de falar dos livros que li no mês de Junho. Viajar e escrever sobre aquele livro cuja história e personagens me cativou, não permitir cair no esquecimento e procurar relembrar. A memória não é aliada dos amantes de livros, atraiçoa-nos e, com o tempo, esquecemos o que outrora lemos mas, ao escrever, uma parte fica...
Ilusão Perfeita
Jodi Picoult
Cassie, a protagonista, sofre um misterioso acidente e acorda num cemitério, sem recordar como ou o porquê de ali estar. Sofre de amnésia. É socorrida por Will, um polícia recem transferido para Los Angels; ambos descobrem que Cassie é uma importante antropóloga, casada com uma das mais importantes estrelas dos EUA, Alex Rivers. Um verdadeiro conto de fadas: um marido aparente perfeito e um dos homens mais desejados do país, dona de várias e enormes casas e um trabalho de sonho como antropóloga. Porém, quando Cassie retoma à vida que partilha com Alex, as memórias passadas mostram-lhe que, aquele conto de fadas é, na verdade, mais assustador...
Jodi Picoult é, definitivamente, uma escritora excepcional. A sua escrita é cativante e tocante, envolvendo-nos em temas polémicos, reais e sensíveis. É impossível ler um livro de Picoult e ficar-se insensível à história... somos, inevitavelmente, obrigados a reflectir sobre os temas abordados.
Ilusão Perfeita é, dos vários livros que já li de Picoult (Para a Minha Irmã, Tudo Por Amor, No Seu Mundo e Tempo de Partir), um dos que mais me tocou... aliás, qualquer livro que aborde este tema, o da violência contra as mulheres, é-me tocante. Alex Rivers é um homem misterioso mas, atencioso e aparentemente dedicado à esposa. Porém, o lado misterioso revela-se num homem controlador, ciumento, agressivo... se a um dado momento da minha vida, não tomasse as rédeas do meu destino, quiçá partilhasse com Cassie a mesma dor.
Jodi Picoult não se limita a mostrar a dor e os sentimentos de Cassie, mostra-nos a forma como a vítima é controlada e manipulada pelo agressor, bem como um pouco de como dos demais olham para a violência doméstica.
É, sem dúvida, um livro que recomendo a qualquer pessoa, homem ou mulher, novo ou velho. Infelizmente, a violência sobre as mulher é, ainda, demasiado comum...
- Fui casada com um homem que me agrediu durante dez anos - disse ela -, por isso sou a última pessoa a julgar a sua decisão de ficar.- Mas agora as coisas estão melhores? - perguntou, tentando levar o máximo de esperança que podia a Alex que chegasse a casa.- Sim - suspirou a Dr.ª Pooley. Ficou a olhar para Cassie durante um longo tempo - Agora que nos divorciámos.
Maldito Karma
David Safier
Uma leitura pesada e marcante para, Maldito Karma, um livro divertido.
Kim é uma das mais famosas jornalistas da Alemanha. Mulher de sucesso, mãe e esposa pouco dedicada. A vida de Kim é inteiramente dedicada à televisão e, nem mesmo no aniversário da filha, a jornalista abdica da gala que lhe dará um dos mais importantes prémios do jornalismo. É o marido de Kim quem assume o papel de pai e de mãe. Porém, a noite dos prémios revelasse num autêntico desastre... apesar de ganhar o tão magnífico troféu, a jovem jornalista, esposa e mãe acaba por morrer. Como? Provavelmente da forma mais invulgar: é esmagada por um urinol de uma estação espacial russa. O castigo por ter acumulado mau karma é reencarnar na vida de uma formiga e, apenas acumulando bom karma, Kim poderá reencarnar em vida humana. Começa, assim, a longa aventura de Kim...
Um romance divertido, original, hilariante, recheado de sabedoria.
Ao chegar ao primeiro degrau do podium parei e dei-me conta de que notava algo de diferente. Algo arejado. E não tão apertado atrás. Levei discretamente a mão ao rabo. O vestido tinha-se rasgado!
E isso não era tudo: para caber no vestido, não tinha vestido cuecas.
Estava a mostrar o cú a mil e quinhentos famosos! E a trinta e três câmaras de televisão! E a seis milhões de espectadores que estavam em frente ao televisor! (O segundo momento mais miserável do dia.)
Dediquei-me, ainda no mês de Junho, à leitura das mais de mil páginas de Diz-me Quem Sou, de Julia Navarro... porém, por ser um livro recheado de conteúdos histórico e que exige tempo e dedicação, terminei-o apenas ontem.