Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

1M/12L | Rainha Vermelha de Victoria Aveyard.

Rainha_Vermelha.jpg

 Rainha Vermelha de Victoria Aveyard foi a primeira leitura no âmbito do desafio literário Doze Meses, Doze Livros. O objectivo deste desafio é ler um livro subordinado a uma temática particular. O mês de Janeiro, por se ter celebrado, a seis, o dia de Reis, foi dedicado a Reis e Rainhas. O livro escolhido deveria falar sobre um Rei ou Rainha ou conter, no seu título, alguma das palavras mencionadas. 

 

Rainha Vermelha trata-se de uma distopia, uma viagem a uma sociedade invulgar, dividida entre si por Vermelhos e Prateados. É através do olhar de Mare, a jovem protagonista, que descobrimos o universo penoso dos Vermelhos. Considerados seres inferiores, os Vermelhos não possuem qualquer poder ou privilegio relativamente aos Prateados, seres donos de poderes especiais. O destino de Mare parece condenado a servir numa guerra que não é sua até que, acidentalmente, a jovem se cruza com um Prateado de bom coração. Salva do seu trágico destino, Mare descobre que é dona de um poder especial acessível somente à elite Prateada, o que a obrigará a ficar noiva de um dos filhos do Rei e a assumir uma nova identidade: a de uma princesa Prateada perdida. Mare não se limita a assumir a falsa identidade, arriscando a própria vida para lutar pelos direitos do povo Vermelho. Porém, o jogo de poder e luta pela igualdade não é a única batalha que a jovem Mare travará... 

 

Quem teria eu escolhido? Se nada disto tivesse acontecido, se o mestre de Kilorn não tivesse morrido, se a mão de Gisa não se tivesse partido, se nada tivesse mudado. Se. É a pior palavra do mundo.

 

Não é o meu género favorito ou habitual, embora já tenha lido e adorado outras distopias (nomeadamente a saga A Seleção de Kiera Cass e da qual adorei e aguardo ansiosamente pelo último livro, sendo uma distopia mais leve do que a de Victoria Aveyard, e As Filhas de Eva de Louise O'Neill), modo geral nunca senti interesse nestes livros. Porém, o burburinho em torno desta história despertou a curiosidade e a capa, simples, cativou-me e é em tudo correspondente à história narrada. 

 

Victoria Aveyard é dona de uma mente extremamente criativa. Numa escrita trabalhada mas sem excesso de palavras ou termos particulares, fluida e cativante, este livro surpreendeu-me. Esperava, admito, um pouco mais, tendo em conta as inúmeras opiniões fantásticas sobre o livro, mas não desiludiu. É diferente. No entanto, considerei-a uma leitura mais pesada, sobretudo comparada com a distopia de Kiera Cass, A Seleção, uma vez que os universos retratos são recheados de crueldade e malvadez (e menos marcado na saga A Seleção). Não posso, contudo, comparar Rainha Vermelha a outras distopias do género, como já o li, como Os Jogos da Fome ou O Complexo dos Assassinos, uma vez que nunca os li... embora me tenha despertado a curiosidade para eles.

 

A verdade não importa. Apenas importa aquilo em que as pessoas acreditam. 

 

Aguardo, morta de curiosidade, pela continuação da saga e aventura de Mare...

 

Gostei imenso e não me arrependo da escolha que tomei. Rainha Vermelha é um livro que recomendo a apaixonados por este género literário ou àqueles que desejam aventurar-se e explorar novas leituras.

 

imagem do desafio literáario 12.jpg

 

O segundo volume intitula-se Glass Sword, será publicado este ano nos EUA, mas sem data prevista de publicação em Portugal.

 

___

 

Título Original: Red Queen, 2015 / série Rainha Vermelha I

Autora: Victoria Aveyard, EUA

Tradução: Teresa Martins de Carvalho

ISBN: 9789896378486

Editora: Saída de Emergência, 2015

Páginas: 352

Sinopse: O mundo de Mare, uma rapariga de dezassete anos, divide-se pelo sangue: os plebeus de sangue vermelho e a elite de sangue prateado, dotados de capacidades sobrenaturais. Mare faz parte da plebe, os Vermelhos, sobrevivendo como ladra numa aldeia pobre, até que o destino a atraiçoa na própria corte Prateada. Perante o rei, os príncipes e nobres, Mare descobre que tem um poder impensável, somente acessível aos Prateados.
Para não avivar os ânimos e desencadear revoltas, o rei força-a a desempenhar o papel de uma princesa Prateada perdida pelo destino, prometendo-a como noiva a um dos seus filhos. À medida que Mare vai mergulhando no mundo inacessível dos Prateados, arrisca tudo e usa a sua nova posição para auxiliar a Guarda Escarlate - uma rebelião dos Vermelhos - mesmo que o seu coração dite um rumo diferente.
A sua morte está sempre ao virar da esquina, mas neste perigoso jogo, a única certeza é a traição num palácio cheio de intrigas. Será que o poder de Mare a salva... ou condena?

Guia Astrológico Para Corações Partidos de Silvia Zucca.

passatempos - guia.jpg

 Guia Astrológico Para Corações Partidos despertou a minha curiosidade pelo título, depois de o ter visto numa livraria, tornando-se a minha companhia de ano novo. Quem julga que irá encontrar um guia específico sobre astrologia, compatibilidades amorosas e de signo ou estratégias para ultrapassar os desígnios dos astros, o melhor será escolher outro livro. 

 

Alice, trinta anos, um emprego instável e em risco de o perder, nunca acreditou nos signos. Solteira, não por opção, a busca por um amor que a complete afigura-se, à sonhadora e dramática personagem principal, uma aventura complexa de encontros e desencontros. Balança de signo, o destino da jovem cruza-se com o excêntrico Tio, que a introduz no universo da astrologia.

 

Tio incentiva-a a sair e envolver-se com um homem cujo mapa astral seja compatível com o de Alice, na esperança de que tal evite novos desgostos amorosos e a encaminhe na busca da sua metade perfeita. Inicialmente, Alice mostra-se céptica. Porém, um novo desgosto e o medo da solidão leva-a a seguir as ideias peculiares de Tio.

 

É, deste modo, que Silvia Zucca nos dá a conhecer os signos da astrologia e as características mais evidentes de cada um, assim como os diversos géneros de homens, qualidades e defeitos. Inevitavelmente, associamos as personagens masculinas do livro a algum ex-namorado, amigo ou conhecido da vida real. 

 

Por outro lado, o livro fenómeno de Silvia Zucca não se limita a falar de amor, homens e signos. É mais do que um romance no feminino, abordando temas contemporâneos que afecta homens e mulheres, como a solidão, a amizade, a família e o trabalho. 

  

A capa é, a meu ver, brilhante e em tudo condiz com o livro e a temática. 

  

É fácil deixar-se envolver por Guia Astrológico Para Corações Partidos: Alice conquistará qualquer leitor/a, pelos momentos cómicos onde, em algumas passagens, facilmente nos rememos; bem como pela escrita envolvente da escritora. Um romance cómico marcado pela diferença, capaz de cativar os amantes da astrologia ou os leitores mais exigentes. A lição de Guia Astrológico Para Corações Partidos de Silvia Zucca é sublime, mostrando-nos que não devemos jamais desistir dos nossos sonhos... mesmo que o universo pareça conspirar contra nós. 

 

É, resumidamente, uma leitura que recomendo (e certamente não se arrependeram)!

 

___

 

Título Original: Guida Astrologico Per Cuori Infranti, 2015

Autor: Silvia Zucca, Itália

Tradução: António Fournier

ISBN: 9789896650162

Páginas: 560

Editora: Suma de Letras, 2015 

Sinopse: Com 30 anos, solteira (não por escolha) e com um emprego que oferece poucas perspectivas, Alice encontra um jovem actor convencido que conhece o secreto para o sucesso: a astrologia. Ainda que céptica, decide tentar e começa a sair com homens de signos do zodíaco compatíveis com o seu. Pouco a pouco, Alice descobre que talvez o verdadeiro amor não esteja sempre escrito nas estrelas… 

Um romance divertido, sexy e cheio de esperança.

Filmes do mês de Janeiro.

Nunca fui de ver muitos filmes. Porque não gosto de filmes de terror, nem violentos, nem extremamente fantasiados. Sou, aliás, como em vários aspectos de mim e dos meus dias, muito esquisita. E, verdade seja dita, não sei apreciar filmes. Sou, como dizia o meu ex-namorado quando se referia ao meu gosto musical, um tanto ou quanto comercial... quanto maior a publicidade em redor de um filme, tanto melhor e é certo que, cedo ou tarde, o irei ver. Por outro lado, não sei ver quando os filmes são de péssima produção. Quase nunca lhes noto grandes falhas. Um filme, para mim, é sempre bom desde que a história seja boa. O resto, aquelas coisas que todos notam mas que eu nunca vejo, não me interessam. Por exemplo, já li que o filme A Teoria de Tudo possui uma série de falhas mas, para mim e na minha opinião, o filme é lindo e não lhe encontro falhas nenhumas.

 

Contrariamente aos livros, os filmes nunca foram presença constante nos meus dias... e, de facto, desde que terminaram as minhas longas viagens de autocarro entre a vila onde moro e a cidade onde estudei, à um ano e alguns meses, que poucos ou nenhuns filmes vi. E, se a tudo isto acrescentarmos os factores preço e distância, por mais que me interesse um filme, não me posso dar ao luxo de o assistir numa sala de cinema... e, portanto, ou são colocados em sites online, como o warestuga, ou não os vejo - isto, é claro, se o meu interesse pelo filme não desaparecer e me lembrar do dito. 

 

Por isso, propôs-me a ver, no mínimo, cinco filmes por mês. A ideia surgiu-me depois de ver Se Eu Ficar, na noite de passagem de ano e, findado o mês de Janeiro, contei com seis filmes...  

 

Se Eu Ficar

se.jpg 

(avaliação: muito bom)

 

Gone Girl

Gone-Girl-Poster.jpg 

(avaliação: bom)

 

A Teoria de Tudo

filme-a-teoria-de-tudo.jpg

(avaliação: excelente)

 

The Grand Budapest Hotel

grand budapest.jpg

(avaliação: razoável)

 

Invencível

10943714_10204672407023723_4920677946399204956_n.j

(avaliação: excelente)

 

 Sex Tape

onesheet.jpg

(avaliação: bom) 

 

Se Eu Ficar, A Teoria de Tudo e Invencível foram, de facto, os mais marcantes. Histórias distintas mas marcantes, cada um de um jeito diferente.

 

A história de Stephen William Hawking, em A Teoria de Tudo, sensibilizou-me e será jamais esquecida. A doença, esclerose lateral amiotrófica, é-me familiar. Conheci e convivi com uma Mulher, com um enorme M, que sofria com a doença. Apesar de tudo e tal como é retratado no filme, encarava a vida de uma forma surpreendente, mesmo nos piores momentos da doença. Nunca, perante os filhos ou os demais, demonstrou fraqueza ou tristeza... sei que escondia o que sentia pelos filhos, porque sabia que sofriam por ela e pela cada vez mais limitada condição. Junto dela, os problemas nada significavam, fazia-nos sentir pequeninos perante a imensidão da alegria e boa-disposição com que nos recebia, disposta a ouvir o que nos entristecia. 

 

Enquanto há vida, há esperança.

A Teoria de Tudo

*Leituras do mês de Janeiro.

O mês de Janeiro terminou e, com ele, cinco livros. Na verdade, entre o final de Janeiro e o presente dia nove, já li mais dois, mas estes não contam para a estatística de Janeiro - um comecei-o a ler no final do mês, terminando-o a dois de Fevereiro, portanto, ficou de fora. Cinco, julgo que é um bom número, sem pressas nem exageros. E, assim sendo, aqui ficam os meus livros de Janeiro,

 

Quando Estiveres Triste, Sonha

quando estiveres triste, sonha.jpg

Elisabeth Berg

 

Um livro sobre mulheres unidas pelo sangue, amor e guerra. O romance gira em torno de três irmãs de uma família norte-americana, diferentes entre si, nas personalidades, nos sonhos e nas esperanças e nas cartas que trocam com aqueles que partiram para combater na II Guerra Mundial. Sentadas à mesa da cozinha, Louise escreve ao noivo, Kitty ao homem por quem anseia receber um pedido de casamento e Tish aos homens que conhece nos bailes. Não é mais um livro sobre relatos da guerra é, acima de tudo, uma história sobre os que ficam.

 

O livro é de leitura leve e simples embora, lá para meio do livro, se torne repetitivo. Centrando-se nas cartas, cada carta torna-se mais do mesmo, sem acrescentar movimento ou novidade. Poderia acrescentar o excesso de patriotismo - algo que me desagrada -, mas tendo em conta o país, EUA, e a época, não o posso definir como algo negativo. Acaba por mostrar a máquina de propaganda empreendida pelo governo da altura para convencer milhares de jovens a entrar nas fileiras do exercito e manter o espírito de esperança nos que ficam. O final e a reviravolta que a vida das irmãs sofre acaba por ser inesperado e surpreendente. 

 

Um Mundo Sem Fim II

9789722349338.jpg

 Ken Follet

 

Li, o primeiro volume, em meados de Novembro e aguardava ansiosamento pelo segundo volume. Incentivada pela Magda, que maravilhosamente falava deste autor e movida pela minha própria curiosidade, descobri em Um Mundo Sem Fim, uma leitura intensa e envolvente. Recheado de surpresas e reviravoltas, no segundo volume, encontrei os protagonistas, Caris e Merthin, por quem facilmente nos identifamos e nutrimos carinho e uma Inglaterra do século XIV abraços com a Peste Negra. Ken Follet trabalhou profundamente na história, não descurando nada e abordando temas como a Igreja e as relações entre os seus elementos, a sexualidade, o casamento, apimentado por intrigas, ódios e mortes. 

 

No Seu Mundo

2558910_LC_3187_No Seu Mundo_WEB.jpg

 Jodi Picoult

 

Um jovem com síndrome de Asperg. Um crime. Uma mãe desesperada. Um irmão esquecido.  Um dos livros que mais gostei do mês de Janeiro e que dele falei aqui... por me levar a conhecer mais a doença e porque Jodi Picoult é absorvente e cativante. 

 

A Menina Que Fazia Nevar

1507-1.jpg

 Grace McCleen

 

Fanatismo religioso, bullying, solidão, imaginação, amor, e esperança são alguns dos ingredientes que tornam este livro um dos mais especiais e inesquecíveis que li. Uma leitura intensa, uma viagem na montanha russa dos sentimentos, onde choramos e sorrimos com a doce inocência de uma criança. Uma leitura que recomendo àqueles que acreditam e aos que não acreditam; aos judeus, cristãos, muçulmanos, ateus ou agnósticos.

 

Mais sobre a minha opinião, aqui.

 

O Menino de Cabul

Liv01040559_f.jpg

Khaled Hosseini

 

O escritor afegão possui o dom da escrita e de nos levar numa viagem pelos sentimentos. Uma leitura marcante sobre a amizade, a lealdade e o perdão. O Menino de Cabul é, tal como o anterior, um dos livros mais interessantes que do mês de Janeiro e, provavelmente, do ano.

 

O autor escreve um livro sensível, tendo partilhado a minha opinião sobre o livro aqui

 

* (com alguns dias de atraso, é verdade, mas é algo que pretendo fazer todos os meses... mesmo com atraso.)

** (acho que vou tentar fazer o mesmo com os filmes, se me recordar dos que vi...)