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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Uma Paixão Chamada Livros, 10/40.

Dia Dez

 

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Um livro perturbante...

 

Um livro perturbante é, para mim, toda aquela história negativa e sem um final feliz. Não importa se a temática é baseada em factos verídicos, como o primeiro livro que indicarei, ou baseado na mente criativa da escritora, narrando uma distopia. Os  dois livros indicados não pretendo tornar a reler mas, no entanto, devo-lhes o valor de me marcarem profundamente pelo conteúdo pessimista ou triste final da narração.

 

O primeiro livro é baseado em factos verídicos, sonhos e lutas de imigrantes nos EUA, abordando problemas diversos como o desemprego, o racismo ou os sem-abrigos; o segundo é uma distopia crítica à sociedade que encara as mulheres como produtos, exigindo-lhes magreza, beleza e perfeição.

 

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Deste Lado da Luz de Colum McCann 

As Filhas de Eva de Louise O' Neill

 

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O desafio Uma Paixão Chamada Livros consiste em responder a quarenta questões sobre, tal como o título indica, livros. O desafio começa no dia 1 de Fevereiro, decorrerá nos dias úteis, sendo publicado às 15 horas. 

 

O amor pelos livros e pela leitura é partilhado nos blogues Magda PaisNathyJust SmileThe Daily MiacisMulaMiss FMarcianoAlexandraJPDrama QueenFatia MorCMAna RitaMJTeaCarla B.Neurótika WebbNoqeCaracolMorena e As Minhas Quixotadas onde podem consultar as suas escolhas literárias.

O ano em que descobri as distopias.

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Nunca me considerei fã de universos fantasiados. Preferia - sempre preferi - romances históricos, histórias bibliográficas ou livros que relatassem romances inspirados em vivências. Um pequeno toque de magia era o suficiente. O universo Harry Potter foi a minha única excepção - da qual permaneço fã. Evitei, sem saber exactamente o porquê, tudo o que terminava em 'ias', distopias, utopias, fantasias, portanto, tudo o que fosse impossível de acontecer na vida real. Talvez, porque, precisava de ler histórias que, no fundo, se assemelhassem à vida real, na qual me pudesse rever em distintas situações, com finais felizes, contrariamente a universos improváveis, fantasiados, irreais... ou talvez não fosse nada disto. A verdade é que não sei nem tão pouco encontrar um motivo para, durante anos, ter evitado o universo das distopias. O ano de dois mil e cinco, porém, revelou-se um ano de muitas leituras - mais de cinquenta livros lidos - e de novas descobertas literárias... as distopias. 

 

É, antes de continuar, importante esclarecer o significado de distopia. Por distopia entende-se como uma

Ideia ou descrição de um país ou de uma sociedade imaginários em que tudo está organizado de uma forma opressivaassustadora ou totalitáriapor oposição à utopia.

(in Dicionário Priberam)

 

Ouvi falar imenso da saga literária de Kiera Cass - blogues, canais de youtube, redes sociais literárias e a novidade chegava-me do Brasil e de Espanha - a verdade é que a escritora e o título da saga à muito que me perseguiam. Nunca tive interesse em ler a sagas de distopia como Divergente ou Os Jogos da Fome. A sinopse do livro e as diversas críticas positivas nunca me cativaram. Não vi os filmes. Considerava-os demasiado sombrios. E, no entanto, a curiosidade derrubou os receios, obrigando-me a ler o primeiro livro da saga de Kiera Cass, A Seleção.

 

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A Seleção de Kiera Cass - na verdade, toda a saga - deixaram-me em ressaca literária. Os livros seguintes souberam-me a pouco e, talvez por isso, tornando-se desilusões literárias - neste caso, os livros foram A Profecia de Istambul e A Solidão dos Números Primos, nos quais depositei esperanças de alivio para a minha ressaca. Quando me iniciei na descoberta de America, em A Seleção, estava longe de imaginar a ansiedade que me provocaria, lendo o primeiro livro em cerca de dois dias, e deixando-me em sofrimento pela continuação, com A Elite e A Escolha. Não me queria despedir de nenhuma das personagens. Queria mais. A necessidade de não abandonar as personagens levou-me a comprar, mesmo que em língua espanhola - via amazon.es e uma vez que não encontrava os contos completos nos sites portugueses -, dois pequenos livros de contos sobre personagens secundárias. A saga criada por Cass não terminou com A Escolha ou os livros de contos. A Herdeira é o quarto volume - e, segundo sites do Brasil, deverá existir um quinto volume - e eu estou louca por ler... contra todas as minhas primeiras expectativas.

 

Não sou fã de colecções. Não goste de esperar pelas continuações que, cedo ou tarde, acabo por perder o interesse. Mas, descobri os livros de Kiera Cass tarde e isso revelou-se uma vantagem: permitiu-me ler os três volumes seguidos, não deixar as personagens cair em esquecimento por intermédio dos contos e, em breve, dar seguimento ao quarto volume. A saga é de leitura fácil e cativante, numa escrita envolvente. A minha primeira distopia tornou-se inesquecível! 

 

Kiera Cass não foi a minha única distopia de dois mil e quinze...

 

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As Filha de Eva de Louise O' Neill, distopia sobre mulheres. O livro é, contrariamente à primeira distopia, sombria e negativa, mostrando as mulheres como objectos, nascidas unicamente para servir os interesses masculinos. A vida destas mulheres termina quando a beleza envelhece, quando deixam de ser férteis ou ultrapassam o peso ideal, sendo esta a premissa do livro... exigisse que sejam magras, perfeitas e belas. A história das filhas de eva é-nos contada por Freida, uma jovem incapaz de se considera bela, obcecada pela perfeição mas facilmente manipulável, ingénua e fraca. O destino das filhas de eva é sombrio e, quando uma delas começa a engordar, a trama toma contornos perturbáveis. Uma crítica social perspicaz, altamente recomendável.

 

Rainha Vermelha de Victoria Aveyard é, para o ano que se avizinha, a próxima distopia que pretendo ler. 

 

O ano de dois mil e quinze foi o ano em que descobri as distopias... e ainda bem!