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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

3 | A Grande Solidão de Kristin Hannah.

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Quando a escritora portuguesa Helena Magalhães anunciou, no seu instagram, o lançamento pela Editora Bertrand de um livro de Kristin Hannah não resisti à tentação de o adquirir. A escritora americana não me é uma total desconhecida: os dois livros que já li dela, Estrada da Noite e O Rouxinol, são dos meus favoritos da vida. Estrada da Noite, que reli por duas vezes, levou-me sempre às lágrimas, tal como O Rouxinol. Tenho, na estante e em lista de espera, mais dois desta autora: Entre Irmãs e A Hora Mágica. Portanto, eu já esperava um livro e uma escrita arrebatadoras, capazes de me levar às lágrimas... Confesso que, numa fase inicial, talvez porque o lê-se aos bocadinhos, talvez porque não estivesse totalmente preparada para o ler, A Grande Solidão não me cativou nas primeiras cem a cento e cinquenta páginas. 

 

A imensidão e magnitude do Alasca como cenário de fundo, A Grande Solidão de Kristin Hannah, relata-nos o percurso de vida de Leni, uma jovem de treze anos, que chega àquelas terras selvagens com a família em 1974. Ernest, o pai de Leni, é um homem destroçado e marcado pela Guerra do Vietname que procura, com a família, viver fora do sistema. Incapaz de manter um emprego e de sustentar a família, decide encontrar na vida selvagem do Alasca uma nova oportunidade de recomeçar. Cora, a esposa de Ernest e mãe de Leni, está disposta a tudo pelo homem que ama e assim deixa-se arrastar para uma vida desconhecida. Inicialmente, a família Allbright parece adaptar-se ao Alasca e ao seu lado selvagem e sem sistema, numa comunidade de homens e mulheres fortes, onde a entreajuda e a troca são o modo de pagamento. Porém, a chegada dos dias longos e frios de Inverno, revelam as fragilidades da família: o estado mental de Ernest agrava-se, revelando a Leni segredos que Cora procurava esconder... mãe e filha rapidamente compreendem que, para lá da vida selvagem externa, é com as ameaças internas que precisam de se preocupar e lutar. Uma terrivel verdade que mudará as vidas de Leni e Cora. 

 

Kristin Hannah aborda, com mestria e talento, a fragilidade mental, a resiliência e a violência doméstica. Um livro que é um verdadeiro murro no estômago e uma lição de vida. Cora é o exemplo de milhares de mulheres vitimas de violência doméstica que acredita no poder do amor; com ela, compreendemos alguns dos motivos que levam a que muitas mulheres se "acomodem". Os traumas de guerra e a falta de acompanhamento mental, moldam a personalidade de Ernest, transformando-o num homem fechado, instável, resistente à mudança e violento. A filha do casal, Leni, revela-se uma jovem lutadora, embora o cenário de violência doméstica a tornem insegura, sempre com medo de desagradar ou de contrariar o pai. Leni é o exemplo do que relações toxicas como as tão bem descritas por Kristin Hannah podem significar e marcar uma criança. Revi-me nesta história, na personagem da Cora e nos medos de Leni. No passado vivi uma relação tóxica, marcada maioritariamente pela violência psicológica e senti que, se não tivesse detectado os sinais, que só compreendi muito depois da primeira tentativa de violência física, poderia ser como Cora. 

 

No goodreads atribuí a este livro quatro estrelas. Não me perguntem onde estava com a cabeça quando fiz. A Grande Solidão é um grande cinco estrelas. Não me roubou lágrimas mas é mais um dos meus livros favoritos do ano de dois mil e dezanove e da vida. Kristin nunca desilude!

 

Ele ensinou-lhe uma coisa nova sobre a amizade: retomava no sítio onde a haviam deixado, como se não tivessem estado separados. 

 

Conseguia compreender o medo e a vergonha. O medo fazia-nos fugir e a vergonha fazia-nos ficar quietos, mas aquela raiva pedia outra coisa: Libertação.

 

O amor não esmorece nem morre, fofinha.

 

Avaliação (de zero a cinco): 5*

 

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A Grande Solidão de Kristin Hannah 
ISBN: 9789722535991
Edição ou reimpressão: 01-2019
Editor: Bertrand Editora
Idioma: Português
Páginas: 456
 
SINOPSE

1974, Alasca. Indómito. Imprevisível. E para uma família em crise, a prova definitiva. Ernt Allbright regressa da Guerra do Vietname transformado num homem diferente e vulnerável. Incapaz de manter um emprego, toma uma decisão impulsiva: toda a família deverá encetar uma nova vida no selvagem Alasca, a última fronteira, onde viverão fora do sistema. Com apenas 13 anos, a filha Leni é apanhada na apaixonada e tumultuosa relação dos pais, mas tem esperança de que uma nova terra proporcione um futuro melhor à sua família. Está ansiosa por encontrar o seu lugar no mundo. A mãe, Cora, está disposta a tudo pelo homem que ama, mesmo que isso signifique segui-lo numa aventura no desconhecido. Inicialmente, o Alasca parece ser uma boa opção. Num recanto selvagem e remoto, encontram uma comunidade autónoma, constituída por homens fortes e mulheres ainda mais fortes. Os longos dias de verão e a generosidade dos habitantes locais compensam a inexperiência e os recursos cada vez mais limitados dos Allbright. 

À medida que o inverno se aproxima e que a escuridão cai sobre o Alasca, o frágil estado mental de Ernt deteriora-se e a família começa a quebrar. Os perigos exteriores rapidamente se desvanecem quando comparados com as ameaças internas. Na sua pequena cabana, coberta de neve, Leni e a mãe aprendem uma verdade terrível: estão sozinhas. Na natureza, não há ninguém que as possa salvar, a não ser elas mesmas. Neste retrato inesquecível da fragilidade e da resiliência humana, Kristin Hannah revela o carácter indomável do moderno pioneiro americano e o espírito de um Alasca que se dissipa - um lugar de beleza e perigo incomparáveis. A Grande Solidão é uma história ousada e magnífica sobre o amor e a perda, a luta pela sobrevivência e a rudeza que existe tanto no homem como na natureza.

Tag | Livros Únicos.

Confesso-me: tinha saudades de responder a uma tag literária. Nos últimos meses, sempre que lia uma, dava por mim a responder às mesmas, sem compartilhar com ninguém... é um sentimento triste. Por isso, resolvi pesquisar pela blogosfera uma entrevista sobre livros e descobri esta - daqui - sobre livros únicos e convosco partilho as minhas respostas,

 

01. Livro único que te deixou desejando continuação...

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Por Treze Razões é um livro forte onde temas como o bullying, a depressão ou a violação são abordados na forma de treze cassete gravadas, em que cada uma delas revela um motivo e uma pessoa que levaram ao suicídio de Hannah. Adaptado a série, o livro de Jay Asher é um livro forte e marcante que nos leva a questionar a forma como cada personagem retrata refaz a sua vida depois de Hannah desaparecer...

 

02. Livro único que cumpriu sua proposta. Só um foi suficiente...

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Ele Está de Volta, uma crítica política e social sobre a era moderna das redes sociais e dos medias. Adolf Hitler é a personagem principal desta narrativa. Personagem marcante da História, Hitler acorda em pleno século XXI, numa Alemanha irreconhecível. Pontuado por muito humor, Timur Vermes mostra-nos uma sociedade em que qualquer um, com cariz e bom falar, pode criar uma legião de seguidores.

 

03. Livro único com personagens únicos,

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O Rouxinol retrata a história de duas irmãs francesas, a forma como cada uma enfrenta o inimigo, no decorrer da II Guerra Mundial. Um livro onde Kristin Hannah escreve magistralmente sobre amor e amizade, ódio e sofrimento... é uma leitura à qual é impossível ficar-lhe indiferente.

 

04. Livro único que tem cara de série de tão completo que é...

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Em Diz-me Quem Sou, Julia Navarro leva-nos a conhecer a História do século XX em mais de mil páginas, recheado de intrigas, amor, traição e sofrimento. É um livro tão recheado de aventuras, desde os anos da Guerra Civil Espanhola à II Guerra Mundial, a queda do muro de Berlim e da Guerra Fria, que merecia mais do que um livro único. 

 

05.  Livro único que você leu super rápido...

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Maldito Karma é um daqueles livros que se lê a correr de tão leve e cómico que é. É, provavelmente, um dos livro mais divertido da minha estante.

 

06. Livro único de um de seus autores favoritos,

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Marina é um livro pequenito e fácil de ler, marcado de amor e fantasia, muito ao estilo de Carlos Ruiz Zafón.

 

07. Livro único que você recomenda a todos,

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Estrada da Noite foi o primeiro livro que li de Kristin Hannah e um dos que mais me marcou. Um livro que não se limita a falar sobre o amor mas aborda temas tão sensíveis como a perda de um filho, o perdão e a traição... é impossível não aconselhar a sua leitura.

 

08. Livro único que te fez chorar.

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Uma Praça em Antuérpia relata a história de duas irmãs portuguesas separadas pela II Guerra Mundial. Uma narrativa intensa e viva, surpreende-nos com as interrogações, desencontros e fatalidades, que mudam a história das irmãs. 

 

09. Livro único fora da sua zona de conforto.

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Não é um livro único, trata-se de uma trilogia mas foi o único que me ocorreu como resposta a esta questão: As Cinquenta Sombras de Grey. O romance erótico não faz o meu género literário. Compreendi-o depois de ler o primeiro e metade do segundo volume desta triologia. Portanto, é difícil que volte a cair no erro de adquirir um livro único sobre este género... ou baseados em narrativas de terror. 

 

10. Quem você taqueia?

 

Tu, que me lês desse lado... sim, tu mesmo! É a ti que te taqueio. Sente-te à vontade para responder... fico à espera de cuscar as tuas respostas.

Os meus livros de 2016.

Não li, em 2016, tanto quanto desejei nem tão pouco tanto como no ano anterior. Porque, por um motivo ou por outro, o peso do trabalho, do cansado dos dias ou da apatia para a leitura ditaram que o ano que terminou não fosse tão recheado de leituras. Li, segundo o Goodreads, 26 livros - embora três não tenha chegado a concluir -  contra 55 do ano anterior, cumprindo a meta estabelecida de 20 leituras. Não são, no entanto, estes valores que importam mas sim as leituras que me marcaram em 2016... e são cinco os livros favoritos (e sem qualquer ordem de preferência),

 

O Rouxinol

Kristin Hannah 

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O Rouxinol é o relato marcante e inesquecível de duas irmãs francesas no decorrer da II Guerra Mundial. Um romance histórico sobre a invasão alemã de 1939 a territórios franceses e que é simultaneamente uma homenagem à bravura, coragem e força das mulheres pela sobrevivência e resistência.

 

Duas irmãs unidas pela dor e perda, separadas pela guerra e pela forma como a encaram. Vianne acredita que o mais correcto será aceitar os nazis, Isabelle acredita no oposto.

(opinião)

 

Uma Praça em Antuérpia

Luize Valente

CAPA Uma praça em Antuérpia - Portugal 2015.jpg

É, arrisco-me a escrever, um dos livros que mais me marcou e surpreendeu. É, igualmente, um livro sobre a II Guerra Mundial, na perspectiva de duas irmãs portuguesas cujos destinos é marcado pelos "e ses" e pequenos detalhes... 

 

A história inicia-se na voz de Olívia que, contemplando uma velha e antiga fotografia de uma família, revela à neta Tita o terrível segredo que guarda na alma e no coração. Olívia é, no alto dos seus 80 anos, uma bem sucedida empresária portuguesas em terras brasileiras que, por fim, revela a história da sua irmã gémea, Clarice... e a sua própria história de vida. Clarice e Olívia, irmãs nascidas no Norte de Portugal, sempre foram inseparáveis. Porém, o início da II Guerra Mundial e a perseguição aos judeus, uma vez que Clarice é casada com um jovem judeu pianista, marcará o trágico destino da irmãs e respectivas famílias.

(opinião)

 

As Serviçais

Kathryn Stockett

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O romance de estreia de Kathryn aborda a década de sessenta e a segregação racial nos EUA. Um livro sobre três mulheres distintas, unidas pela vontade e necessidade de combater o preconceito baseado na cor, recheado de humor, amizade e esperança.

 

Um projecto clandestino, marcado pelo perigo, unirá as três mulheres... é a necessidade de combaterem o preconceito racial e sociais, que as sufocam, que mudará o destino d' As Serviçais.

(opinião)

 

A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert

Joel Dicker

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É de um livro que este livro fala... e do assassínio de uma jovem. Um romance policial recheado de mistérios, capaz de nos envolver desde a primeira página, levando-nos a achar que descobrimos a verdade sobre o caso Harry Quebert quando, inesperadamente, um detalhe muda o rumo das suspeitas...

 

Confia em Mim

Lesley Pearse

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É, arrisco-me a escrever, um dos livros mais marcantes e chocantes de Lesley Pearse. Confia em Mim relata-nos a história de duas irmãs inglesas a quem a vida cedo demais se revela dura. Perdem, ainda meninas, a mãe e o pai é condenado pela morte suspeita da mãe. Entregues aos cuidados de irmãs religiosas num orfanato inglês, as irmãs vivem marcadas pelas regras e punições severas. Porém, acreditando num novo recomeço e melhor futuro, as irmãs aceitam integrar um programa que as levará à Austrália e a uma vida que profundamente as marcará.

 

Os livros que marcaram o meu 2016 podem ser visualizados em goodreads ou pela tag leituras 2016. 

 

Uma Paixão Chamada Livros, 34/40.

Dia Trinta e Quatro

 

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 A importância da capa do livro...

 

Mentiria se escrevesse o oposto: a capa de um livro, para mim, é importante. Não sendo fundamental, a verdade é que, por vezes, uma bonita capa me seduz. Foi, mais do que eu realmente desejaria, a beleza de uma capa que me levou a ler um determinado livro. 

 

Por outro lado, embora seja um pouco contraditório, não considero que a capa seja totalmente importante na hora de escolher um livro. O relevante e o chamariz de um livro é, a meu ver, o título e a sinopse do mesmo. Por mais bela que a capa seja se, no entanto, não considerar o título e a sinopse cativantes, dificílmente comprarei determinado livro.

 

É, no fundo e por outro lado, o conteúdo e o valor da narrativa quem mais me cativam... já me deixei seduzir por capas lindíssimas mas cuja história detestei e, por oposição, li narrativas extraordinárias cuja capa considero feias e aquém da história. 

 

O Circo dos Sonhos de Erin Morgenstern foi um dos livros que me seduziu, acima de tudo, pela extraordinária beleza da capa (e, obviamente, pelo título). Porém, a beleza da capa em nada condiz com a narrativa, deixando-me profundamente desiludida. Por oposição, considero as capas dos livros Travessuras da Menina Má de Mario Vargas Llosa e Estrada da Noite de Kristin Hannah extremamente feias mas as narrativas são inesquecíveis e interessantes sendo, aliás, dois dos meus livros favoritos. 

 

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A capa é, resumindo e para mim, importante mas não um factor determinante na hora de comprar e ler um livro. 

 

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O desafio Uma Paixão Chamada Livros consiste em responder a quarenta questões sobre, tal como o título indica, livros. O desafio começa no dia 1 de Fevereiro, decorrerá nos dias úteis, sendo publicado às 15 horas. 

 

O amor pelos livros e pela leitura é partilhado nos blogues Magda PaisNathyJust SmileThe Daily MiacisMulaMiss FMarcianoAlexandraJPDrama QueenFatia MorCMAna RitaMJTeaCarla B.Neurótika WebbNoqeCaracolMorena e As Minhas Quixotadas onde podem consultar as suas escolhas literárias.