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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

IEFP, afinal para que serve?

A pergunta surgiu-me, depois de mais uma convocatória para, como se costuma dizer, mostrar suposto trabalho.

 

A primeira convocatória, recebia-a em Março e, como relatei aqui, resumia-se à necessidade de actualizar a data de validade do meu cartão de cidadão. Recentemente, a nova convocatória encheu-me de esperanças visto indicar no texto Entrevista Colocação. Imaginava eu, ingenuamente, que me iriam propor estágio profissional ou uma proposta para um qualquer trabalho ou, na pior das hipóteses, embora não o indicando, propor-me uma qualquer formação profissional... só que não. Nada disto. Precisamente, o oposto. Unicamente o que pretendiam saber era se, para além da minha área de formação, que outras áreas eu gostaria ou tinha competências para integrar. Somente isto. Quando, finalizada as minhas opções, a senhora me diz Pronto, é tudo. Pode ir embora.  admito que não sabia se haveria de rir ou chorar. Deixei fugir um suspiro e um pequeno riso nervoso perguntando-lhe se era mesmo necessário aquela convocatória. Quiçá tenha sido um pouco negativo mas, para quem está desempregada e é obrigada a fazer uma viagem de autocarro, dispensando o valor de cinco euros para uma questão que, em primeiro lugar, já lhe tinha indicado na anterior visita e, em segundo, que muito bem poderia ter sido colocada via email ou telefonema, torna-se absolutamente ridículo. A verdade é que, não me consegui controlar em questioná-la sobre a necessidade de tal convocatória. 

 

Imagino-me, daqui a uns três meses, a receber uma nova convocatória para, sei lá, saberem se sei fala inglês, francês e espanhol. Ou, para tornar as minhas aventuras com o IEFP ainda mais ridículas, para saberem em que empresas/instituições estagiei... porque, desengane-se quem julga que ficou a indicação de qual a empresa de recursos humanos em que estagiei.

 

Infelizmente, a verdade é que preciso de me manter inscrita, embora não entenda para que raio serve... afinal, para que serve o IEFP?

 

subsidio-de-desemprego-como-ter-direito.jpg

Do IEFP,

sobre caricata e absurda situação de renovar um cartão de cidadão... ou, a data do mesmo.

desemprego_-_centro_de_emprego_-_trabalho027695b1f

Recentemente recebi uma convocatória por parte do centro de emprego onde constava a necessidade de actualizar os dados da minha ficha para, segundo eles, conseguirem satisfazer o meu pedido (ahahahahahahahaha, tão cómicos... em cinco anos, fui chamada uma vez para me falarem de um possível estágio na minha área - outra anedota para, um dia, contar - e zero vezes para formações, apesar de já ter várias vezes, manifestado o interesse). E, assim, numa manhã de Março, apanhei o autocarro com destino ao centro de emprego mais próximo. Pelo caminho e, embora, saiba que eles nunca o querem porque, é tudo informatizado - segundo eles -, parei numa papelaria para imprimir o currículo actualizado e o entregar - não fosse, alguma alma se lembrar. No centro de emprego entreguei a carta-convocatória ao recepcionista que, meia hora depois (era uma quinta-feira e, por norma, o centro de emprego onde estou inscrita é mais rápido do que às segundas-feiras, onde toda a gente, quer da cidade quer das aldeias e vilas, vai a correr), me mandou subir ao segundo piso, acompanhada de um outro senhor de muitos anos. Chegamos a uma pequena sala, onde fomos recebidos por uma senhora simpática mas quase sem vida (tão sem sal, tão cansada apesar de ainda nem ser meio-dia) e onde mal nos conseguíamos movimentar, pedindo-nos para nos sentarmos - o senhor ao meu lado, mais duas nas nossas costas. Vira-se para mim e diz-me,

 

   - Preciso do seu cartão de cidadão. 

 

Entrego-lhe e começa a debitar os meus dados pessoais: morada, telemóvel, email, nacionalidade e afins. Devolve-me o cartão de cidadão e diz,

 

   - Acabei. Chamei-a aqui porque o seu cartão de cidadão tinha caducado no ano anterior e precisávamos de saber a data do actual.

 

Como? Só podem estar a gozar! Viro-me para a senhora e digo-lhe,

 

   - E, já que estou aqui, não quer actualizar o resto da ficha ou vai-me chamar daqui a um mês para o fazer? 

 

Diz-me que sim e começo a disparar os pequenos trabalhos que fiz. Não mostra interesse em saber mais sobre eles, em desenvolver. Fica a saber o básico. Antes de abandonar a sala e o centro de emprego, pergunto-lhe o que devo fazer para me candidatar a estágios no âmbito do PEPAL e, no caso de conseguir algum, o que fazer a seguir.

 

   - Se a menina conseguir um estágio PEPAL basta enviar um email a dizer que está a fazer estágio.

 

Ahahahah! Desculpem? Eu ouvi bem? Para dizer que estou a fazer estágio, já posso enviar email mas, por uma data, tenho me deslocar ao centro de emprego quando, bastava um email ou uma mensagem a pedir uma fotocópia do cartão. Na era da informática, gastei cinco euros no autocarro - dinheiro dos meus pais porque, sendo recém-licenciada, não recebo qualquer apoio - e perdi uma manhã quando num minuto, poderia ter enviado uma fotocópia para email da senhora. E, para não comentar o facto de os meus dados ficarem expostos para quem quisesse ouvir... 

 

Malta do IEFP: há computadores e, nós, jovens, sabemos usar! Upa! Upa! Acordem! Modernizem-se!