...ou provavelmente, de me insultarem, é dizerem que sou do partido A ou B.
Hoje, à conversa com uma amiga, discutimos um pouco de tudo: desde a crise económica à imigração, desde a política aos homossexuais. Argumentamos, debatemos, analisamos os diferentes pontos de vista. Porém, a dada altura, quando falamos sobre a homossexualidade e co-adopção, ela não vai de modos e diz-me:
Mas tu és bloquistas ou quê?!
Ah?! A sério?! Porque temos diferentes opiniões sou bloquista?! Como?!
Clarifiquei-lhe que não sou coisa alguma, nem bloquista nem de esquerda, centro, direita ou coisa que lhe valha. Não me identifico com nenhum partido porque não consigo ser ou ir do oito ao oitenta.
Não entendeu ou fingiu que não entendeu porque, como quem não quer a coisa e quando julgava a conversa terminada, acrescentou:
Um dia ainda te convenço a filiar no meu partido.
Ok, vamos lá com calma, que eu não sou assim tão fácil de persuadir.
Eu faço parte daquela esmagadora maioria de jovens desacreditados políticos. Não tenho orgulho em dizer isto mas não vejo motivo para orgulhosamente dizer que pertenço ao partido X ou Y. Simplesmente não encontro razões nem me consigo identificar com nenhum deles. Tive amigos e colegas de curso de todas as classes políticas, não um nem dois me tentaram convencer sobre as vantagens e benefícios de me filiar num partido político e, no entanto, a única conclusão a que eu cheguei de anos de convivência é simples: todos farinha do mesmo saco. Ponto.