Crónicas de Uma Empregada de Mesa: o tabaco.
- Oh menina, diga-me lá, qual é o tabaco mais fraquinho que vocês vendem? - apontando-me para a máquina do tabaco, justamente no momento em que recolhia os pratos da refeição de duas senhoras.
- Querer que lhe seja sincera? Não faço ideia. Não fumo.
- Não me diga! Que chatice... Mas devia saber... Devia... Ora pois!
No café onde trabalho como empregada de mesa vendemos um pouco de tudo. Sopas, refeições, cafés, sumos, pães, bolos, gelados. Usando a expressão recorrente do patrão só não vendemos dinheiro. Vendemos, como a grande maioria dos estabelecimentos do género, tabaco disponibilizado em máquinas próprias para esse efeito. O facto de existir uma máquina de venda de tabaco num estabelecimento comercial como cafés, restaurantes ou padarias, não implica obrigatoriedade de os empregados saberem qual a marca mais fraca de tabaco. Para isso existem as tabacarias. Ou talvez não...