As palavras da minha avó.
A minha avó, no alto dos seus quase 95 anos, segreda-me ao ouvido, no momento da despedida:
Minha neta, gostava tanto de ir ao casamento.
Com um sorriso, respondo-lhe que não tenho namorado nem perspectivas e que planos de casamento num futuro próximo são pouco pouco prováveis. Pede-me para que me aproxime dela (uma vez que esta acamada) e, novamente ao ouvido diz-me:
Nunca faças dietas. Escuta o que te digo. As dietas matam-te. O teu marido será aquele que gostar de ti tal e qual como és. Nunca te esqueças.
Sorri e dei-lhe um beijo na testa.
Não sei que ligação é que ela fez, provavelmente, sentiu alguma mágoa nas minhas palavras... não sei. Sei que me deixou uma lágrima ao canto de olho e o coração amolecido. Depois destas palavras, dei por mim a pensar que não sei o que me mata mais: se o corpo, se o amor... ou, imaginar que ela pode partir sem ver a neta a casar - e são tantas as vezes que ela me fala nisto.