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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

"A História Que Começa Em Nós" de Robin Benway.

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O livro de Robin Benway conta-nos, pela voz dos protagonistas, a história dos irmãos Joaquin, Grace e Maya, vítimas de abandono e rejeição por parte da mãe biológica. A narrativa é, toda ela, centrada nos laços familiares que os três procuram desenvolver, sem quebrar os já existentes com a família que os adoptou ou acolheu.

 

Numa escrita simples e clara, A História Que Começa Em Nós revela-nos o segredo que Grace carrega e os seus receios, o medo da rejeição e da diferença em Maya e o peso dos abandonos em Joaquin, que viveu a sua infância e adolescência entre famílias de acolhimento. 

 

Uma história inteligente, onde outros temas para lá do abandono, adopção e das famílias de acolhimento são abordados, como as relações amorosas na adolescência, a gravidez precoce, a homossexualidade ou a imigração.

 

A História Que Começa Em Nós é uma narrativa delicada e sensível, tornando-se impossível não se render à história dos irmãos Joaquin, Grace e Maya e às suas buscas para encontrarem laços e raízes familiares, os seus lugares no mundo.

 

Avaliação (de um a cinco*):

4*

___

 

Título: A História Que Começa Em Nós (Far From The Tree)

Autor/a: Robin Benway

Editora: Topseller, Setembro de 2019

Género: Literatura Infanto-Juvenil

ISBN: 9789896685850

Sinopse:

Coisas boas acontecem,
mesmo quando achamos
que não as merecemos.

GRACE tem 17 anos e foi adotada à nascença. Depois de muita indecisão, e apesar de sempre ter tido uma vida feliz, decide procurar a família biológica e descobre que tem dois irmãos de sangue: Maya e Joaquin.

MAYA, a mais nova dos três, é uma morena de língua afiada. Adotada por uma família disfuncional e a viver o seu primeiro amor, Maya está sôfrega por encontrar elos de ligação e parecenças com os dois «novos» irmãos que surgem de repente na sua vida.

JOAQUIN é um estoico pouco interessado em conhecer as irmãs. Depois de vários anos à mercê de famílias de acolhimento, aprendeu da forma mais dolorosa que os heróis não existem, e que, para bem de todos, os segredos e os medos devem manter-se guardados a sete chaves.

Esta história comovente, contada a TRÊS VOZES carregadas de coragem e esperança, exalta a força do amor e o verdadeiro significado da família nas suas mais variadas formas ? como encontrá-la, preservá-la e amá-la.

2 | A Imperatriz Romanov de C. W. Gortner

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A Imperatriz Romanov do escritor C. W. Gortner foi o único livro que recebi como presente de Natal, do meu namorado, cuja leitura iniciei a 8 de Janeiro e terminei a 14 do mesmo mês. Este era um dos muitos livros que constava de uma revista literária que o M. me pediu para assinalar. Sempre tive muita curiosidade por ler romances inspirados na família Romanov, embora tal nunca se tenha proporcionado antes, e este romance histórico foi, sem dúvidas, um excelente começo que me aguçou a curiosidade para outros livros sobre a última família imperial russa e o seu trágico fim. 

 

A Imperatriz Romanov baseia-se nos relatos históricos sobre a mãe do último czar russo, a Imperatriz Maria Feodorovna, conhecida pela família, amigos e na corte por Minnie - Dagmar da Dinamarca. Nascida na Dinamarca, no seio de família humilde e sem grandes recursos financeiros que, inesperadamente, assume os destinos do país, Minnie sabe que o seu destino será o de casar com um príncipe desconhecido, tal como aconteceu com a sua irmã. Apesar da sua relutância, Minnie aceita casar-se com Alexandre, herdeiro dos Romanov e do império russo. A morte trágica do pai de Alexandre, dita que ambos assumam o trono e Minnie herda o título de Imperatriz. Por entre bailes e jantares, Minnie assume um papel de relevo: astuta e inteligente, a jovem aconselha o esposo sobre os destinos do império, procurando consiliar os interesses dos Romanov com os primeiros sinais de uma revolução. 

 

A morte prematura de Alexandre, eleva o jovem e pouco preparado Nicolau II a czar e, com ele, a sua esposa. A esposa de Nicolau, a Imperatriz Alexandra, é uma mulher fechada e fria, cujo os seus interesses se sobrepõem aos interesses dos Romanov e do império. Minnie procura, por todos os meios, levar Nicolau a atender aos interesses do povo faminto e do império porém, o poder de Alexandra fortemente influenciada pelo místico Rasputine, conduzem a um trágico final. A Revolução, que anos antes dera os primeiros sinais assume, por fim, proporções catastróficas, cujos vários eventos inflamam a vontade de mudar e levaram à queda dos Romanov. 

 

A Imperatriz Romanov é uma viagem pela história da Europa, desde os finais do século XIX até meados do século XX: de São Pesterburgo aos campos de batalha da Primeira Grande Guerra, da corte da Rainha Vitória de Inglaterra até aos campos rurais da Rússia dominada pelos bolcheviques. Um romance histórico que nos dá a conhecer o poder e a importância da Rússia na era dos Czares e Czarinas e de como as decisões pouco ponderadas e suportadas pelo lado místico levaram ao trágico final da família Romanov de Nicolau e Alexandra. 

 

Numa escrita fluída e brilhante, C. W. Gortner dividiu A Imperatriz Romanov em sete partes, sendo a primeira sobre os primeiros anos de vida de Minnie e da sua família e o último sobre a sua fuga da Rússia, com mapas do Império Russo, as árvores genealógicas da família real da Dinamarca e dos Romanov e situando-nos no contexto social e político da época, que ajudam a compreender toda a narrativa. Um romance poderoso sobre uma das mulheres mais amadas da Rússia imperial: uma mulher que governou nos bastidores, de causas socais, que nunca esqueceu as suas origens humildes e amou a Rússia, o seu povo e tudo fez para evitar o trágico final da sua família. 

 

A Imperatriz Romanov é mais do que um romance histórico, é um livro que testemunha a força de uma mulher e que alimentou o meu interesse por conhecer mais sobre os Romanov e sobre a sua queda, em particular sobre Alexandra, que se tornou a Imperatriz mais odiada da Rússia. 

 

Ouve o teu coração, mas usa também a cabeça. O amor pode conquistar tudo em sonetos, mas não é necessariamente o que nos mantém seguras. (pág. 30)

 

Eu evitara visitá-lo tantas vezes como deveria, pois o seu sarcófago de mármore, tão sólido e impenetrável, era uma lembrança muito forte de que nunca mais o veria nesta vida. (...) Provava, como nada mais poderoso, o quanto o tempo era fugaz, o quanto atravessávamos os nossos dias sem saber que hora podia ser a última. (pág. 346)

 

Avaliação (de zero a cinco): 4*

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A Imperatriz Romanov de C. W. Gortner 
ISBN: 9789898917492
Edição ou reimpressão: 11-2018
Editor: TopSeller
Idioma: Português
Páginas: 480
 
SINOPSE

Uma mulher governa sempre. 
Mesmo quando está nos bastidores do trono.

Um belíssimo romance, com vislumbres da história da Europa desde o final do século XIX até meados do século XX. Acompanhando a vida de Maria Feodorovna, a mãe do último czar da Rússia, viajamos dos opulentos palácios de São Petersburgo aos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial. Desde a corte da Rainha Vitória até à ruralidade russa dominada pelos Bolcheviques.

Depois de Alix, a sua querida irmã mais velha, ter desposado um dos príncipes de Inglaterra, Minnie percebe que terá destino semelhante. Apesar da sua relutância, casa-se com Alexandre, o herdeiro do trono dos Romanov, ascendendo a imperatriz.

Com a morte do seu marido, o filho Nicolau torna-se czar da Rússia, e, com esse poder, chegam os conflitos. A mulher de Nicolau, fortemente influenciada por Rasputine, é apenas uma das ameaças que Minnie, agora Maria Feodorovna, tem de enfrentar para proteger o seu filho e o seu império.

Quando ecos da revolução começam a chegar ao palácio, a Imperatriz Romanov prepara-se para enfrentar o seu maior desafio.

CRÍTICAS DE IMPRENSA
«Uma narrativa com assassínios, desilusões, mentiras e traições em quantidades dignas de uma obra de Shakespeare.»
Kirkus Reviews

«Um romance cativante que nos mostra a vida extraordinária da mão do último czar da Rússia e um relato perspicaz da queda de uma dinastia.»
Publishers Weekly

1 | Becoming - A Minha História de Michelle Obama.

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Becoming - A Minha História de Michelle Obama foi a minha primeira leitura de 2019. Iniciado a 29 do mês passado e concluído a 7 de Janeiro, resolvi comprar este livro pelo enorme sucesso de vendas que rapidamente alcançou, e alvoroço em seu redor, assim como pela admiração que nutro pela família Obama - a proximidade entre todos os membros e a amor que se sente entre o casal - desde que Barack se tornou o 44.º Presidente dos EUA.

 

Não sendo o meu género literário favorito, a biografia de Michelle Obama - a segunda que leio depois de Malala Yousafzai - veio reforçar a minha admiração por ela, em particular, e a imagem que criará dela: a de uma mulher inspiradora e forte, com uma personalidade marcante e vibrante. Neste resumo escrito que é a sua vida, Michelle mostra-nos, sem qualquer pincelada de cor-de-rosa ou de flores, a infância no seio de uma família humilde e trabalhadora, o estigma do preconceito racial, o drama da doença que debilitava a cada ano o pai e a importância que a educação, assim como a arte e música, assumiram na sua vida e na do seu irmão. A incertezas quanto às escolhas académicas e o rumo da sua carreira profissional, o primeiro contacto com Barack Obama e a relação que nasce, bem como o amor que nutre pelas filhas e preocupações de mãe para com o futuro delas, ocupam grande parte de Becoming. Descobri, ao longo das muitas páginas deste livro, uma história que em pouco se assemelhava aos boates que corriam sobre o ex-casal presidencial: o pouco à-vontade e gosto pela política dela e o envolvimento desde cedo de Barack na política. Mais do que isto, e talvez a parte que mais gostei, foi compreender como é viver na Casa Branca e a pressão que a família viveu naqueles oito anos de presidência, tal como determinados acontecimentos que marcaram a presidência de BaracK Obama, tais como a morte de Osama Bin Landen ou o tiroteio na escola primária de Sandy Hook. Livre dessa pressão, e usando um pouco de humor e ironia, Michelle dá-nos a conhecer como foi viver junto de um dos homens mais poderosos e importantes do Mundo, como isso a afectou e às duas filhas do casal, bem como tudo os seus movimentos, falas e vestuários eram avaliados pelos meios de comunicação social. Sentindo o peso de tudo isto, tal como da cor, profissão e da necessidade de ser mais do que a mera esposa do Presidente dos EUA, a ex-primeira dama decide usar a sua figura e os meios de comunicação social em seu proveito e fazer mais para ajudar crianças e jovens, bem como a ex-militares e respectivas famílias.  

 

Becoming é uma biografia intima e reveladora que nos mostra como o preconceito racial, em pleno século XXI, pode influenciar o crescimento e a vida de uma criança, bem como o valor e importância de crescer no seio de uma família onde o diálogo e o amor são essenciais. Mais do que isto, Michelle Obama - tal como Malala - é um exemplo claro de como a educação é uma arma poderosa na luta contra o preconceito, a discriminação e o ódio. As lutas de Michelle, enquanto menina, adolescente, profissional e mãe são exemplos de que a vida, por mais rica e luxuosa que pareça, também precisa de esforços e muitas reviravoltas. 

 

Uma leitura sincera, leve e apaixonante, de uma mulher inspiradora e magnifica. Cativante desde a primeira à última página.

 

A nossa história é o que temos, é o que teremos sempre. É algo que devemos assumir como nosso.

 

Toda a gente neste mundo (...) carrega consigo uma história invisível, e isso basta para merecer alguma tolerância. 

 

A vida ensinava-me que o progresso e a mudança acontecem devagar. (...) Lançávamos sementes de mudanças, cujo fruto poderíamos nunca chegar a ver. Tinhamos de ser pacientes. 

 

Avaliação (de um a cinco): 4* 

 

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Becoming - A Minha História de Michelle Obama 
ISBN: 9789896656058
Edição ou reimpressão: 11-2018
Editor: Objectiva
Idioma: Português
Páginas: 400
 
SINOPSE

Nas suas memórias, uma obra de reflexão profunda e uma narrativa fascinante, Michelle Obama convida os leitores a entrar no seu mundo, relatando as experiências que a moldaram - desde a infância na zona sul de Chicago, passando pelos anos como executiva, equilibrando as exigências da maternidade e o trabalho, até ao tempo passado no endereço mais famoso do mundo..Terno, sábio e revelador, BECOMING é um relato íntimo de uma mulher de alma e substância que desafiou constantemente as expectativas - e cuja história nos inspira a fazer o mesmo.

Nas palavras de Michelle Obama:
«Escrever BECOMING tem sido uma experiência profundamente pessoal. Permitiu-me, pela primeira vez, o espaço para reflectir honestamente sobre a trajectória inesperada da minha vida. Neste livro, falo sobre as minhas raízes e como uma menina da zona sul de Chicago encontrou a sua voz e desenvolveu a força, de forma a usá-la para capacitar os outros. Espero que o meu percurso inspire os leitores a encontrar a coragem necessária para se tornarem quem quer que desejem ser. Mal posso esperar para partilhar a minha história.»

A Viajante de Diana Gabaldon.

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 A Viajante de Diana Gabaldon, terceiro volume da saga Outlander, é mais uma leitura viciante e envolvente, centrada no amor de Claire e Jaime, onde reencontramos personagem de outros livros e viajamos pela História da Escócia do século XVIII. 

 

Nas Asas do Tempo (opinião), primeiro volume da saga, dá-nos a conhecer a jovem e lutadora Claire que, misteriosamente, se deixa cair num círculo de pedras antigas transportando-a até à Escócia do século XVIII onde, é confundida como uma espia e, para se proteger, se vê forçada a casar com o elegante e surpreendente Jaime, da qual nasce uma forte e inesquecível história de amor. O segundo volume, A Libélula Presa no Âmbar (da qual não existe post de opinião), viaja entre França e Escócia, relevando as intrigadas e jogos de poder da corte francesa e as relações tensas entre escocês e britânicos que provocará a trágica batalha de Culloden. É, no decorrer desta batalha, que Claire, grávida, julgará Jaime morto e, temendo pela sua vida e pela do filho, uma vez que é considerada bruxa, regressará ao seu tempo. Porém, Jaime não morreu e esse é o mote para este terceiro livro...

 

A Viajante inicia-se com o relato de Jaime e a forma como sobrevive, embora sem nunca o desejaracreditando que perdeu Claire e o filho, e todas as aventuras e desventuras que vive. No mesmo tempo, em pleno século XX, Claire e Brianne, a filha de Jaime, na companhia de um jovem historiador, compreendem que o escocês não morreu na batalha de Culloden e iniciam buscas pelo seu paradeiro, descobrindo-o a viver sob o nome de Alexander em Edimburgo. Assim, Claire, decide regressar ao círculo das pedras e tentar reencontra-se com Jaime. A viagem de regresso ao passado será marcada por mais intrigas, reencontros, drama e aventuras, levando o casal a fugir para as terras do Novo Mundo.

 

A saga Outlander é marcada pelo romance e História, assim como pelos valores da amizade e espírito de companheirismo, mas é igualmente uma história recheada de suspense, intriga, mistério e morte. Diana Gabaldon é, para mim, das melhores escritoras do género, com dons de escrita e criatividade invejáveis. Não sou muito dada, confesso, a sagas mas esta, Outlander, é impossível não se amar ou se deixar render. Outlander possui qualquer coisa que não nos deixa indiferentes... talvez seja pela arrebatadora história de amor de Jaime e Claire, pela forma como partes da História real se misturam com detalhes ficcionais, talvez seja pela escrita simples e cativante ou por misturar vários géneros - romance, história, mistério, drama, acção - num só, mas foi-me impossível deixar.me ficar pelo primeiro livro. Embora eu não conheça grandes detalhes da História do século XVIII, em particular, da Escócia, creio que os três livros foram extremamente bem trabalhados, não esquecendo pormenores históricos que elevam a saga a níveis superiores e os transformam... até porque, cada livro, possui muito acima das quinhentas páginas. Digo-o mais uma vez: Outlander era, caso eu tivesse os dotes poderosos de Diana Gabaldon, os livros que eu adorava escrever.

 

A Libélula Presa no Âmbar, o segundo volume, foi dos três que já li da saga aquele que menos apreciei e foram os detalhes sangrento da batalha de Culloden que me levaram a não o apreciar tanto; a autora desenvolveu, para mim, em muitas páginas a batalha, perdendo-se em detalhes pouco significativos. Nas Asas do Tempo, o primeiro volume, é o meu preferido, até à data, precisamente por ser o primeiro. Quanto a este terceiro volume, A Viajante, alguém me disse (não sei se foi A Rapariga do Autocarro ou uma amiga minha) que o considerava o mais confuso da saga mas, para mim, revelou-me detalhes que não cheguei a compreender no passado - a louca Gellis, por exemplo - e foi tão bom quanto o primeiro. Confesso que estou em pulgas de curiosidade para ler o quarto que, Os Tambores do Outono, pela sinopse, parece ser relatado na perspectiva da filha de Claire e Jaime, Brianne. Terei de esperar por uma boa promoção ou que o Pai Natal seja generoso...

 

Avaliações (de um a cinco) dos três livros que já li da saga Outlander:

| Nas Asas do Tempo: 5*

| A Libélula Presa no Âmbar: 4*

| A Viajante: 5*