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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

6 | Os Tambores de Outono de Diana Gabaldon.

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Comecei, a meio do ano passado, a ler a saga Outlander de Diana Gabaldon. Terminei, a dois de Março, o quarto volume da saga, Os Tambores de Outono, e devo dizer que não sei como não comecei mais cedo esta aventura literária. É extremamente viciante e envolvente e, correndo o risco de me repetir, nutro por esta escritora um fascínio e admiração imensa. Enquanto apreciadora e fã de romances históricos, arrisco-me a dizer que Outlander é um dos melhores do género, misturando História com fantasia, romance e aventura. Mas, sobre o quatro volume de Outlander...

 

Os Tambores de Outono inicia-se com Claire e Jaime a encontrarem um novo recomeço no Novo Mundo. Jaime não pode regressar à Escócia, onde seria condenado pelos ingleses pela sua participação e apoio à causa Stuart portanto, é nos EUA, na Carolina do Sul, que o casal procura um novo inicio de vida. O regresso de Claire, depois de atravessar o círculo de pedras Craigh na Dun, do século XX para o século XVIII, por duas vezes, dá-lhe extraordinários conhecimentos médicos e históricos sobre a época. Claire, acreditando que o pai da sua filha tinha morrido, regressa através do circulo de pedras na Escócia, onde durante vinte anos crê que Jaime terá morrido. A descoberta de que, afinal, Jaime está vivo leva-a a regressar ao século XVIII. O casal instala-se assim, juntamente com Ian, o sobrinho de Jaime, no topo de uma colina onde constroem uma cabana de madeira. O objectivo dos Fraser é conseguir atrair uma nova população, usando as terras produtivas e os conhecimentos para a produção de whisky um chamariz para novos aventureiros. Porém, no século XX, a jovem Brianna, a filha de Jaime e Claire, descobre que os pais correm grande perigo de vida. Por isso, na esperança de alterar o passado e acreditando possuir o mesmo poder que a sua mãe, a jovem atravessa o mesmo círculo de pedras. Contudo, a jovem não está preparada para os riscos daquele século, acabando por arriscar a própria vida.  

 

Neste quarto volume da saga Outlander, é nos dado a conhecer detalhes históricos sobre a colonização dos EUA, nomeadamente sobre a Carolina do Sul, mostrando os perigos que a população sofria na época na esperança de um futuro melhor para si e para os seus filhos, em viagens entre o Velho e o Novo Mundo, desumanas e trágicas. É um livro repleto de conhecimento histórico sobre a época que, para mim, de outra forma seriam totalmente desconhecidos. Acredito que todos os livros de Outlander são submetidos a um trabalho de investigação histórico minucioso e, por isso e para mim, são um dos melhores do género. As personagens são, modo geral, muito bem trabalhadas, com descrições físicas e psicológicas que nos levam, no decorrer da leitura, a imaginar e a senti-las.

 

Porém, Os Tambores de Outono, de entre os quatro volumes que já li, foi aquele que mais me surpreendeu pela negativa. Quando terminei A Viajante, o terceiro livro, tinha grandes expectativas para este livro que ficaram muito aquém. Em primeiro lugar, senti que os primeiros capítulos, avançavam a um ritmo lento e com demasiados detalhes. Senti que havia uma espécie de reciclagem de acontecimentos entre personagens, contrariamente ao que aconteceu nos primeiros três livros. Em segundo lugar, esperava que a autora atribui-se à personagem de Brianna um outro ênfase: senti que a personagem foi quase atirada para aventura sem qualquer contexto; julgava que uma parte significativa do livro seria sobre ela e os sentimentos que nutre sobre a descoberta dos poderes da mãe e a origem do seu pai biológico, mas tal ficou à quem do que eu previa. Ainda assim, gostei muito do encontro de Jaime e Brianna e da relação atribulada que pai e filha criaram. Ao ritmo lento da narrativa, juntam-se falhas na tradução, repetição de expressões e erros gráficos ou de impressão. Eu sei que não sou a pessoa mais adequada para falar sobre a temática, também eu dou erros e pontapés na gramática e não sou entendida na arte da tradução, mas senti que comecei a perder o ritmo de leitura quando tal se tornou repetitivo. Um livro com um preço tão elevado não pode, para mim, conter tantas falhas. 

 

Não sendo, o quarto volume o meu favorito e apesar dos aspectos negativos, é uma saga que faço questão de continuar a ler. Adoro as personagens de Jaime e Claire, da ligação profunda que nutrem, e de como a autora aborda a História num livro recheado de aventura, fantasia e mistério. 

 

Avaliação (de um a cinco): 3*

 

- Eu estava morto, minha Sassenach... mas durante todo aquele tempo, eu amei-te.

(...)

- Eu também te amei - sussurrei - E irei sempre amar-te.

(...)

- Enquanto o meu corpo viver, e o teu... seremos um só corpo - sussurou ele. (...) - E quando o meu corpo deixar de viver, a minha alma ainda será tua. Claire, eu juro pela minha fé no céu, não serei afastado de ti. (p. 317)

 

- Se tiveres de perguntar a ti mesmo se estás apaixonado, rapaz, então não estás - garantiu-lhe a sra. Graham (...)

- Quando estiveres apaixonado, Rog, vais saber sem precisares de pensar - dissera o reverendo (...) (p. 321)

 

- Não importa o que aconteça; não importa onde um filho vai, até onde ele vá. Ainda que seja para sempre. Nunca os perdemos. Não podemos. (p.714)

 

___

 

Outlander 4 - Tambores De Outono de Diana Gabaldon 
ISBN: 9789897415371
Edição ou reimpressão: 07-2016
Editor: Casa das Letras
 
SINOPSE

Os Tambores de Outono tem início na Escócia, num ancestral círculo de pedras de Craig na Dun. Ali, uma porta abre-se para um grupo restrito, podendo levá-los para o passado - ou para a sepultura. Claire Randall sobreviveu à passagem, não uma mas duas vezes. A sua primeira viagem no tempo levou-a para os braços de Jamie Fraser, um bravo guerreiro escocês do século xviii que tinha por ela um amor que se tornou lenda - um conto trágico de paixão que teve o seu fim quando Claire voltou ao presente carregando no ventre uma filha dele. A sua segunda viagem, duas décadas depois, voltou a uni-los na América colonial. Mas Claire deixou alguém para trás no século xx… a sua filha Brianna. 

Agora Brianna faz uma perturbadora descoberta que volta a levá-la para o círculo de pedras e para um aterrador salto para o desconhecido. Na busca da mãe e do pai que nunca conheceu, arrisca o seu próprio futuro ao tentar mudar a história… para salvar as suas vidas. Mas quando Brianna mergulha no desconhecido, um encontro inesperado pode amarrá-la para sempre no passado… ou levá-la para o lugar onde deveria estar, onde pertence o seu coração…

Diz-lhe Que Não de Helena Magalhães.

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 Diz-lhe Que Não da portuguesa Helena Magalhães é um daqueles livros pequenos e de fácil leitura, recheado de humor e boa disposição, onde dificilmente uma leitora não se revê numa ou em várias histórias e personagens. O livro relata-nos as diversas experiências da autora, amigas e companheiras sobre o amor e a forma como homens e mulheres o encaram. É um livro inteligente, divertido e muito bem conseguido, recheado de mensagens sublimes... é impossível não retiramos uma pequena mensagem de cada história relatada. Por outro lado, mesmo a pessoa mais sem experiência em relações amorosas ou aventuras de relevo (que é o meu caso: tive um amor não correspondido, um namoro fracassado e a minha actual relação, mas nunca fui de me envolver em muitas aventuras), facilmente se revê numa ou noutra personagem, numa ou noutra história... o difícil é não nos identificarmos ao longo da leitura. 

 

Cruzei-me (que é como quem diz... porque na verdade, nunca a vi e moramos a vários quilómetros) com a Helena Magalhães e este seu primeiro livro no instagram. Gostei do que publicava, revi-me em muitos dos aspectos que escreve e publica nas redes sociais - blogue, youtubefacebookinstagram - e decidi, por fim, acompanha-lá nas mais diversas plataformas digitais.

 

Quando descobri, precisamente pelo instagram, de que escreverá este livro, inicialmente, não tive muita curiosidade em ler. Com o tempo e com as partilhas da Helena nas redes sociais sobre críticas ao seu livro, resolvi adquiri-lo embora tenha ficado largos meses na minha mesa de cabeceira sem que lhe pegasse. Fiz-o recentemente, após abandonar uma leitura, por se tratar de um livro pequeno e de fácil transporte, capítulos pequenos e aparentar ser de fácil leitura. Confesso que, no entanto, não tinha grandes expectativas quando a esta leitura porque o avaliava como sendo um livro baseado em clichés sobre o amor e temia ser mais um livros  a não concluir... mas enganei-me redondamente e simplesmente adorei-o. Revi-me em passagens e personagens, como já o referi anteriormente, ri-me à brava com situações vividas pelas personagens, as experiências são reais e senti que era uma leitura obrigatória para qualquer mulher. Não sendo o meu género de livros, tenho de admitir que me arrependo de não o ter lido mais cedo. Diz-lhe Que Não é um daqueles livros onde o amor e as mulheres são o tema principal, mas sem as lamechismos características dos romances mais românticos, com toques de humor, numa escrita simples, acessível e inteligente.

 

Avaliação (de um a cinco): 3*