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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

O melhor de 2014...

Quando, a quatro de Janeiro, escrevi o meu primeiro post neste canto, estava longe de imaginar no quão bom seria, no que me iria trazer. Sempre escrevi. Bem ou mal, sempre escrevi porque, independentemente do que escrevia ou da forma, sentia que algo se libertava. Escrevo, antes demais, para mim, para sentir que esse peso na alma se escapa por entre as palavras.

 

Curiosamente, sempre escrevi aqui, no sapo blogs. Andei noutros espaços, na descoberta, mas só aqui, no amigo sapinho é que senti mais conforto, mais simplicidade e facilidade. Apesar de escrever essencialmente para mim, sabia que não estava sozinha, que do outro lado alguém se identificava com as minhas palavras... de alguma forma, os meus sentimentos chegavam às pessoas certas e, aprendi-a que não estava sozinha. Por isso, quando naquela tarde fria de Janeiro decidi escrever as primeiras palavras, não duvidei em regressar aqui, ao cantinho especial...

 

Bom, e o que tenho eu a destacar sobre o melhor de 2014? 

 

A nível pessoal, pouco: ainda estou longe de concretizar os meus sonhos. Aliás, quiçá 2014 tenha sido um ano demasiado mau para mim... por pouco quase desisti, mandando tudo e todos às favas. Mas, há algo que devo e vou destacar deste ano... algo que não sei como apelidar. Poderia fazer uma lista com o melhor livro (que, em parte, já o fiz), a melhor série, a melhor música, a peça de vestuário, a personalidade, o acontecimento ou algo assim (quiçá até faça essa lista, se me der na telha), mas todas elas estariam longe de serem o melhor de 2014...

 

Pessoas. O melhor de 2014 são pessoas que, tal como eu, escrevem blogs ou simples nos contemplam com comentários.

 

Neste ano que agora termina, conheci blogs com pessoas que transformaram e coloriram os meus dias. Pessoas que, de alguma maneira, iluminaram os dias com os seus comentários ou com textos por elas escritos. Falo sobretudo de pessoas, a quem de alguma maneira devo um enorme obrigada: por me acompanharem e lerem os meus desabafos (às vezes sem sentido), os meus posts meios manhosos... por estarem presentes mesmo longe, por não me deixarem sozinha através de cada comentário e por até ter direito a ser mimada. Pessoas que me fazem querer continuar a escrever...

 

O problema de um blog pessoal, onde os sentimentos prevalecem sobre qualquer outro tema, é o receio de se tornar repetitivo, de escrever sempre o mesmo. Sempre foi o meu problema: tornar-me chata e repetitiva... mesmo escrevendo para mim (talvez por isso, quase nunca tenha conseguido escrever completamente um diário), acabo sempre por desistir de escrever. Meia dúzia de meses depois e a vontade reacende. Mas, por qualquer motivo, este blog é especial... estas pessoas que compõem o blog são especiais e fazem-me não querer deixar, não querer desistir. 

 

Por isso, o melhor de 2014 é, são as pessoas por detrás dos blogs, com os quais me identifico, mesmo quando nem sempre dou sinais de vida,

 

Magda, SofiaMargaridaNathy, CrisBB, JoanaVidasEmFlash, m-M, Maria, Ana, Xana, Babidibupi, OQueSeAma, EscorpiãoComDor, Cherry, JustSmile, Joana, Nice, Tânia, ARaparigaDoAutocarroMaria 

 

Mas, são também anónimos que se cruzaram com as minhas palavras e que, de alguma maneira me compreenderam e se identificaram com o que escrevi. Falo de anónimos que deixaram de o ser, que se tornaram amigos. Falo, em particular, de um que me atura quase todos os dias, mesmo a seiscentos quilómetros de distância...

 

E, por fim, como terminar sem deixar um enorme obrigada a toda a equipa do sapo blogs? Aqueles que andam por aí a ler, a destacar textos e a melhor esta casinha? Pois é, também eles são o melhor deste ano... 

 

Não sei o que se prepara o novo ano para me trazer ou tão pouco se por cá andarei, mas do velho ano que em breve terminará, é isto que destaco... O melhor de 2014 são as pessoas que, mesmo distantes, fazem parecer tudo tão próximo.

 

 

Obrigada,

equipa Sapo pelo destaque a um dos meus muitos sonhos - e que pode ser lido aqui

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E, um enorme obrigado à Magda pelo carinho e gesto de amizade neste miminho,

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* (Magda, depois de Isabel Stilwell e de Carlos Ruiz Zafón, vou finalmente conhecer Ken Follet em Um Mundo Sem Fim)

Vinte...

Vinte livros em 2014,

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A meta literária a que me propus, vinte livros em 2014: iniciado com a autobiografia de Malala e concluído ontem, com a forte e intensa Rainha D. Maria II. Através da minha conta pessoal no Goodreads, fui colocando as datas de início e fim das minhas leituras, estabelecendo a contagem dos livros que li, sobretudo e de modo a não me perder.

 

Vinte livros pareceu-me um número mais real e sincero do que trinta ou cinquenta, como vi tantos auto proporem-se. Vinte para saborear e ler sem pressas. Inicialmente pensei em vinte e seis (um número que gosto), mas achei que seria um objectivo irreal tendo em conta que, no início do ano, encontrava-me a estagiar e não sabia o que me reservava o futuro quando o terminasse. Por outro lado, vinte e seis seria um valor pouco suportável, no caso ficar desempregada (aliás, se com vinte já o foi... muito na base de promoções, segundas mãos, passatempos e um livro-presente), e amigo da minha carteira. 

 

Vinte livros sublinhados, dobrados nos cantos, com o ano em que foram lidos. Eu e a minha velha mania de os assinalar porque, como dizia uma professora, quando se gosta muito de um livro, deixamos sempre uma marca... um sinal de amor do ano em que foram lidos,

 

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Eu, Malala

A Vida Louca dos Reis e Rainhas de Portugal

Num Breve Fechar de Olhos

O Que é o Quê?

Prometo Falhar

Anna e o Beijo Francês

O Estranho Ano de Vanessa M.

Prometes?

A Guerra dos Tronos

Chocoólico

A Rapariga Que Roubava Livros

Memórias de Um Amigo Imaginário

D. Maria II

Geração Mil Euros (em falta na fotografia de família porque não sei exactamente onde o coloquei)

O Teorema de Katherine

Cidades de Papel

Marina

O Prisioneiro do Céu - O Cemitério dos Livros Esquecidos

O Príncipe da Neblina - Trilogia da Neblina I

O Palácio da Meia-Noite - Trilogia da Neblina II

 

Surpreenderam-se (suponho eu) que tenha lido tanto de Carlos Ruiz Zafón, sobretudo depois de já aqui ter mencionado que adorava os seus livros, a forma fluente e cativante da sua escrita. A verdade é que descobri o escritor espanhol nos meses finais de 2013 com A Sombra do Vento e, incentivada por um amigo que também o adorava, descrevendo-o como viciante, atrevi-me a ler O Jogo do Anjo. Depois veio Marina, O Prisioneiro do Céu e, enfim, neste momento já me deixei levar pela magia de As Luzes de Setembro (Trilogia da Neblina III). É daqueles escritores que nos prende, transportando-nos para os cenários de Trilogia da Neblina ou para Barcelona de O Cemitério dos Livros Esquecidos

 

Isabel Stilwell será, certamente, uma autora a reencontrar em 2015. D. Maria II revelou-se uma agradável leitura:  rica nas descrições das lembranças sobre o Brasil, diálogos cativantes, referencias ao estado económico e social do país e o cuidado em interligar a vida da Rainha portuguesa à Rainha de Inglaterra, Vitória. O livro baseia-se, em grande parte, em cartas e diários reais, sobretudo, os de Vitória, deixando transparecer a amizade que as unia. Stilwell descreveu as personagens de forma tão maravilhosa e envolvente que, por diversas vezes, pesquisei sobre elas. Porém, admito que, lá para meio, o livro tornou-se maçudo, perdendo o encanto inicial: os relatos constantes da Rainha grávida, o "faz e desfaz" de governos e constantes intrigas (sem explicar os motivos) e a falta de referências à Carta que tantas vezes menciona, fez com demorasse mais do que inicialmente previa. Ainda assim, D. Maria é, sem dúvida, uma Rainha cativante e fascinante, teimosa, que não se deixou intimidar com a condição de mulher numa sociedade que as inferiorizava... Uma leitura claramente recomendável para os amantes de romances históricos. 

 

E, posto isto, destes vinte, quais os meus preferidos em 2014? Elejo cinco e sem qualquer ordem de preferência,

   D. Maria II

   Eu, Malala

   O Jogo do Anjo

   A Rapariga Que Roubava Livros

   Memórias de Um Amigo Imaginário

 

Não posso fechar este meu relato de aventuras literárias sem mencionar o livro,

   O Que é o Quê

Mais uma emocionante história de vida: a autobiografia de Valentino Achak Deng pelas palavras de Dave Eggers.

Valentino é um jovem sudanês em constante busca pela sobrevivência. Valentino cresceu e viveu com a guerra, numa aldeia no Sul do Sudão, privado de infância e adolescência, longe dos pais e da família, sempre em constante fuga. É, um livro de leitura difícil, não pela escrita, mas pelo relato das privações e dificuldades que o jovem, aliás, milhares como ele, passam para fugir à guerra. Mais do que uma vez vi-me obrigada a parar, mais do que uma vez tive vontade de chorar com o que li, mais do que uma vez senti um enorme aperto na alma e o sabor da injustiça.

O Que é o Quê faz-nos reflectir sobre o valor da vida e o peso das religiões, no sofrimento de milhões em constante guerras, as dificuldades de integração dos refugiados noutras sociedades, no valor de pequenas e insignificantes coisas do nosso dia-a-dia que, noutro local do Globo, tanto valor ganhariam... como o relato que faz quando as crianças da aldeia observam pela primeira vez uma bicicleta. Apesar de todas as privações e de, em várias passagem, colocar em causa a existência de Deus e mostrar vontade de desistir, Valentino mostra-se um homem optimista e agarrado à vida, lutador e persistente... trata-se de uma leitura marcante, impossível de esquecer ou de ficar indiferente.

Em 2007, Valentino abandonou os EUA, regressou à sua aldeia natal no Sul do Sudão e criou a Valentino Achak Deng Foundation destinado ao desenvolvimento da educação no seu país. 

 

E, por fim, porque também tenho a minha desilusões literária, 

   Prometo Falhar 

Muito lamechas, muito remélico, muito repetitivo. Foi a primeira vez que li algo de Pedro Chagas Freitas e certamente será o último.

 

Para 2015 ainda não pensei numa meta mas, ainda tenho tempo e livros em espera... 2014 ainda nem terminou e eu estou no vigésimo primeiro livro.