Dizem que,
quando não conseguimos dormir à noite, é porque estamos acordados no sonho de alguém. A ser verdade, tenho a dizer-te que és o meu ladrão mais descarado. Roubas-me o sono para me teres nos teus sonhos. E, depois, quando me recupero, invades o meu sonho sem pedir qualquer permissão. É em ti que descanso e recupero o sono que me roubaste, enquanto me aconchegas em ti e brincas com os meus cabelos. Noutras noites, entras com pés silenciosos, quase nem te sinto, e abraças-me num abraço apertado, sussurras-me algo ao ouvido e... foges, deixas-me sozinha, quase nem dou por isso, tão silenciosamente como entraste. É estranho. Nunca sonhei com as cores, é sempre um mundo demasiado cinzento e, tu, chegas e dá-lhes um brilho especial.
Dizem que quando não conseguimos dormir à noite, é porque estamos acordados no sonho de alguém. A ser verdade, o que sonhas tu quando me levas para os teus sonhos?
Dizem que... e, a ser verdade, quero-te aqui... abraçar, tocar, sentir e beijar todos os dias e não em meros sonhos. Não quero estar nos teus sonhos. Não te quero mais nos meus. Quero saber quem és, como és, de onde és e se sonhas com uma viagem de comboio pela Europa. Quero o sonho real, pintado pelos dias ao teu lado. Não quero mais sonhos cinzentos nem um rosto tão familiar que, verdadeiramente, desconheço. Quero-te aqui. Por quanto tempo ainda continuaremos a sonhar um com o outro?