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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Dia Vinte e Quatro. Personagem(ens) literária mais parecida comigo.

Conheci, na aventura dos diversos livros que li, personagens com os quais partilhei sentimentos, situações, experiências. Delas, bebi lições e esperanças. Porém, poucas foram aquelas que, de alguma maneira, senti serem parecidas comigo.  Aliás, apesar de me considera uma explosão de sentimentos, em que nem eu mesma me consigo compreender, a verdade é que, de todas as personagens e histórias que conheci, apenas duas mulheres, quer negativa quer positivamente, transmitiram aquilo que sinto... no fundo, não sou assim tão diferente delas. 

 

Kamryn Matika

A Filha da Minha Melhor Amiga

Dorothy Koomson

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Lembro-me de ela confessar, mais do que uma vez, que, por mais peso que perdesse, por mais vezes que lhe dissessem que era linda, ela olhava-se ao espelho e via uma pessoa feia e gorda. "É como se, durante alguns segundos, eu visse o que lá está, mas, depois, a névoa desaparecesse e eu visse este monstro grotesco". (...) O facto de ter passado anos a ouvir a mesma coisa tinha-a feito pensar assim (...) Não me admirava que estivesse farta das pessoas e não soubesse em quem confiar. E, por mais vezes que se lhe dissesse, ela não acreditava que era linda.

 

Susan Wright

Nunca Digas Adeus

Lesley Pearse

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- Poucos nos vemos como realmente somos. - Susan encolheu os ombros. - É quase sempre preciso que alguém nos mostre. 

 

 Kamryn Susan, duas mulheres roliças, gordinhas, acima do peso. Mulheres jovens, marcadas pela fraca auto-estima e insucesso no amor, embora de carácter forte e vidas distintas. Ri e chorei com ambas as personagens, bebi delas esperanças, como se elas me falassem e me indicassem lições.

 

Kamryn é executiva de marketing, bem-sucedida e independente. Susan, porém é, inicialmente, tida como uma assassina fria e calculista, que numa manhã chuvosa de Outono tira a vida a um médico e recepcionista de uma clínica. O que liga uma mulher de sucesso a uma outra marcada por um acto bárbaro? Kamryn e Susan viveram uma infância triste e solitária, alvo de provocações e constantes humilhações por serem crianças acima do peso. Mulheres recheadas de medos e inseguranças, tornando a relação com o sexo oposto gelada. Kamryn é, na idade adulta, traída pelo namorado com a melhor amiga, erguendo em redor de si uma muralha onde o sexo masculino dificilmente consegue transpor. Susan é, ingénua e doce, facilmente persuasível e, entrega-se ao primeiro homem que conhece. E, enquanto a primeira do livro de Dorothy Koomson, se fecha sobre si mesma esperando sempre o pior do sexo oposto, a segunda nascida da imaginação de Lesley Pearse, é uma mulher em constante busca de amor e afecto. Todavia, a imaginação das escritoras encarrega-se de desfechos distintos: a primeira encontra a felicidade junto de um novo amor, já a segunda é condenada pelos crimes que cometeu - e, desengane-se quem julga que não se consegue criar sentimentos de piedade para com a personagem Susan; os crimes são imperdoáveis mas, Lesley Pearse encarregou-se de ser madrasta para com Susan, marcando-a com várias situações negativas que nos levam a compreender o desfecho da personagem.

 

Vive, em mim, um pouco de Kamryn e um pouco de Susan - obviamente, sem instintos assassinos. Sou recheada de medos e inseguranças, ingénua e persuasível, ergui à minha volta uma muralha gelada onde, até hoje, poucos conseguiram derrubar. A minha infância, tal como a das personagens, foi marcada pelos ataques ao meu corpo e, presentemente, é uma relação marcada ora pela aceitação ora pela rejeição do corpo que tenho. Sempre tive e continuo a ter poucos - para não dizer, zero - amigos. E, quanto à relação com o sexo oposto, ora sou uma Kamryn, não permitindo que ninguém se aproxime nem acreditando em palavras bonitas, ora sou uma Susan... seja como for, a verdade é que a única relação que tive, terminou à quatro anos e vários meses. Sou confusa e, na verdade, não encontro um meio termo nesta minha confusão...

 

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 O desafio literário foi-me sugerido pela Magda. A ideia é, durante quarenta e cinco dias, todos os dias, à mesma hora, falar-se sobre livros, respondendo às questões sobre o universo dos livros. O objectivo do desafio é simples: se por um lado, consiste numa de gostos e experiências sob o mundo dos livros, por outro, este desafio leva-nos-à a pensar e a reflectir sobre os livros que já lemos. Iniciado a 1 de Maio de 2015 e durante 45 dias, neste blog, falar-se-à maioritariamente de livro. Não se esqueçam de visitar a Magda e conhecer as suas escolhas literárias

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