Dia Três. Livro subvalorizado.
E, ao terceiro dia, a minha escolha literária vai para um livro de cariz religioso da autoria de um escritor portugueses. Não sendo católica, nem judia, muçulmana ou professando outra religião - sou agnóstica, ou seja, não acredito nem deixo de acreditar num Deus, simplesmente opto por acreditar no que considero justo e correcto e não nas imposições religiosas - sempre me interessei pelos temas religiosos. O motivo? Compreender o que leva tantos milhões de homens e mulheres a acreditarem e seguirem valores e crenças impostas por outrem que nunca olharam. A conclusão? Continuo sem compreender, é um verdadeiro enigma por desvendar. Mas, adiante...
Luís Miguel Rocha, nasceu na cidade do Porto. Publicou seis obras de cariz religioso, traduzidas em trinta línguas. O Último Papa, lançado em 2006, marcou presença no top da The New York Times, com mais de meio milhão de livros vendidos. Morreu, vítima de doença prolongada, em Viana do Castelo, a 26 de Março de 2015.
Não me lembro de, em algum momento, falarem de Luís Miguel Rocha ou dos seus livros. Não me lembro de nenhum canal de televisão, revista ou blogue o mencionar. Conheci-o pela minha eterna curiosidade, certa vez na bertrand e enquanto procurava outro livro, pelo chamamento religioso: título e sinopse apelativos. Tomei conhecimento da sua morte pelo online Diário de Notícias, a meio da tarde e, não me recordo de ter existido uma menção à sua morte nos meios televisivos.
A Filha do Papa
Luís Miguel Rocha
A Filha do Papa foi o primeiro livro que li dele. Uma leitura viciante e cativante, um enredo bem trabalhado de amor e ódios, intrigas e mortes, paixões proibidas e segredos. Um policial religioso que chocou a minha mãe, quando percebeu o título e o conteúdo do livro, bem como mais algumas almas católicas da minha zona, capaz de nos levar a reflectir sobre a Igreja Católica e o seu lado oculto. Nesta obra, conhecemos o Papa Pio XII que, Luís Miguel Rocha afirma ter tido uma filha de uma freira, é amado e odiado pela Igreja Católica. O seu pontificado aconteceu aquando dos ataques de Adolf Hiltler aos judeus e não se conhece com exactidão a postura tomada por este Papa e pela Igreja relativamente ao Holocausto.
Considero, portanto, a escrita e obras de Luís Miguel Rocha subvalorizadas pelos meios de comunicação social. Bem sei que este género de livros não atrai todos, sobretudo num país tão profundamente católico mas, livros e escritor mereciam bem mais do que remetidos ao desconhecimento.
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O desafio literário foi-me sugerido pela Magda. A ideia é, nos próximos quarenta e três dias, todos os dias, à mesma hora, falar-se sobre livros, respondendo às questões sobre o universo dos livros. O objectivo do desafio é simples: se por um lado, consiste numa de gostos e experiências sob o mundo dos livros, por outro, este desafio leva-nos-à a pensar e a reflectir sobre os livros que já lemos. Nos próximos quarenta e três dias, neste blog, falar-se-à maioritariamente de livro. Não se esqueçam de visitar a Magda e conhecer as suas escolhas literárias.