A estranha sensação de conduzir para a liberdade.
Nunca gostei de conduzir. Não sou, de todo, a melhor condutora do mundo. Não sei estacionar o carro na lateral. Não gosto de fazer ultrapassagens nem de rotundas. Porém, a verdade é que, apesar de não gostar de conduzir e não ser a condutora mais experiente ou confiante, existe uma estranha liberdade em conduzir. Quando me aborreço ou sinto que estou prestes a dar em louca, saio-o de casa e pego no carro para conduzir largos minutos. Vou até à cidade, contemplo a praia na noite escura ou, simplesmente, deixo-me passar algumas horas sentadas no café na companhia de um livro. Conduzo à noite quando, na zona onde moro, o volume parece ser menor... e, quando o meu dia-a-dia não exige mais de mim. Cantarolo, desafinadamente, as músicas que me acompanham na rádio. Imagino-me a viajar sem destino ou rumo. Sonho, enquanto conduzo e sem nunca abandonar os olhos da estrada, mil e um cenários distintos à minha realidade. Existe uma estranha e perversa sensação de liberdade em conduzir à noite... e é esta a sensação de liberdade que me faz conduzir.