A caminho dos 26.
Nunca soube explicar nem tão pouco entender o porquê deste fascínio, mas o número 26 sempre foi um dos números mais importantes. Não, não faço anos nesse dia e não conheço ninguém, entre amigos, conhecidos e familiares (se calhar até existem mas não são importantes), que façam anos a dia 26. A verdade é que este número sempre foi o meu preferido. Embora possa parecer estranho, associava-o a algo bom e positivo na minha vida, algo relacionado com a minha idade ou, em alternativa, a um dia marcante (mas, nem o meu extinto ex-relacionamento começou a um dia 26 e, se terminou nesse dia, não me lembro).
A pouco mais de um mês de completar os 26, no mês de Junho, dou por mim a reflectir sobre o valor desse número. Sempre acreditei, ou tentei acreditar, que o significado que atribuía aquele número significa que, uma vez atingida essa idade, teria uma vida totalmente distinta à que realmente tenho. Ou seja, quando completasse os 26, imaginava-me a viver sozinha, num emprego (minimamente) estável, a viajar, a ser feliz, a compartilhar os meus dias com alguém que, no presente, não tenho. Imaginava uma vida totalmente distante... quiçá, e porque não, imaginava-me à espera de um primeiro filho.
Porém, quando completar os 26, daqui a pouco mais de um mês, estarei sozinha, desempregada, sem amigos, sem viajar, a morar em casa dos pais... e, inevitavelmente questiono-me onde errei, se os caminhos que escolhi foram os mais correcto, se as escolhas que julguei serem erradas não seriam, na verdade, as mais correctas. Por outro lado, já tentei imaginar a minha vida para lá dos 26 e, por qualquer motivo, não consigo imaginar nada mais... simplesmente, parece que não existe vida para lá daquela idade.
É um olhar em redor e ver a facilidade com que a vida se coloca a quem nos rodeia e sentir que alguém se esqueceu de nós.