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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

A Feira do Livro,

... é em Lisboa. Mas, para mim, que moro num cantinho do Norte português, longe da grande capital, a minha Feira do Livro é em segunda mão, 

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Seis euros. Um verdadeiro achado. E, depois, para acrescentar à minha Feira pessoal de Livros, inclui-se a note.it,

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Portanto e resumindo, eis a minha Feira do Livro: livros em segunda mão e a note.it para comprar em primeira mão.

Coisas que eu não entendo ...

... no universo dos grupos de livros no facebook,

 

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- Coloco a fotografia da capa de um livro que PROCURO mas, há-de aparecer uma alma a perguntar-me qual o preço do dito livro.

(a desculpa é, quase sempre, ah, desculpe, não tinha reparado! abre os olhos, alma, abre os olhos!)

 

- Coloco alguns livros para VENDA ou TROCA e, novamente, um iluminado ou iluminada me há-de perguntar se são para venda ou se aceito trocas.

(não, alminha... apeteceu-me vir passear meia dúzia de livros para um grupo de facebook)

 

- Tenho o cuidado de, junto a cada fotografia de livro que estou a vender, colocar o ESTADO dos ditos livros mas, porque dá muito trabalho ler as descrições ou analisar as fotografias, toca a perguntar-me sobre o livro X e Y. 

 

- E, porque também já me aconteceu... junto a cada livro, informo sobre o PREÇO C/ PORTES INCLUÍDOS mas, porque não é suficientemente claro, mas são 5€ com os portes de envio ou tenho de os pagar à parte? 

(epah, se quiser pagar mais, sinceramente, eu cá não me importo)

 

Para finalizar e porque um amigo me colocou a seguinte questão,

 

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e eu que julgava estar a vender almofadas em forma de livros!

Carnaval...

Já fui cigana, bruxa e boneca. Mas, a verdade é que, não gosto do Carnaval. É, quiçá, da altura do ano que menos piada lhe acho. Não me diz nada.

 

Fui cigana e bruxa para não ser do contra. Para não ser a chata, a aborrecida, a conservadora que prefere noites em casa a ver filmes ou a ler, que prefere o quente das mantas à noite fria, que prefere o seguro ao inseguro. Não gosto do Carnaval porque não gosto de homens mal vestidos de mulheres e vice-versa, de adultos vestidos de crianças, de fitinhas, confetes, bombinhas e mais uns brinquedos carnavalescos. Não gosto de pessoas a fingirem o que não são por se esconderem sob uma fantasia ou a meterem-se com desconhecidos protegidos por tecidos e maquilhagem. Não gosto da frase é Carnaval, ninguém leva a mal que tudo parece desculpar. 

 

Nunca me mascarei, em criança, de princesa, sevilhana ou chinesa. Mas, provavelmente, era das fantasias que mais desejava. Não gosto do Carnaval faz muitos anos. Deixei de gostar do Carnaval ainda em criança, quando me obrigavam a vestir de tudo o que eu menos queria. Deixei de gostar quando uma professora nos trancou na sala de aula, no nono ano, até os responsáveis pela bombinha de cheiro em plena aula se denunciarem. Deixei de gostar porque não acho que uma noite ou uma frase, seja lá o que for mais, justifiquem certas atitudes, certos pedidos - que, poderiam ocorrer em qualquer altura mas, nesta, parecem ser justificáveis.

 

Não gosto do Carnaval e chamem-me o que quiserem. Não entendo, para escrever a verdade, qual a piada do dia.

 

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 (Na Idade Média é que era bom)

(e, ao entrar no facebook, deparei-me com esta imagem... muito adequado, ahahahah!)

O facebook, as relações e o lavar de roupa suja.

Gosto imenso de um bom lavar de roupa suja. Desculpem, sim, gosto muito de um lavar de roupa suja. Apelidem-me do que quiser mas acho graça.

Existem dois tipos de lavar de roupa suja no facebook: o das alminhas que comentam noticiais (sobretudo aquelas notícias alegres e bem-dispostas em que, do nada, aparece um brilhante génio a falar do oposto, debitando sobre o estado do país ou do mundo) e o dos casais (pode ser de amigos, namorados, casados, irmãos...). Os primeiros são, de facto, os meus preferidos. Vou sempre cuscar os comentários às notícias estrondosas, procurando as sábias desse génio perdido no facebook (e, confesso, acabo também por ver o facebook da pessoa). Quanto aos segundos, só acho graça. Não fico contente por conhecer a desgraça alheia mas, confesso, que acho piada.

Passo a explicar...

Uma amiga decidiu, ontem, em pleno facebook, lavar a roupa suja do final de uma relação com o marido/namorado - a moçoila, durante muito tempo, apelidava-o de o meu marido mas, desde que as coisas começaram a tremer, o moço passou a ser namorado e, agora que a coisa não têm jeito, é somente o pai dos filhos dela. A relação à muito que treme, mergulhado em sucessivas discussões, ciúmes e desentendimentos, em que os dois acham que são donos da verdade e nenhum diz a verdade. Eu conheço muito desta história - aliás, eu e metade da santa terra, visto que a moçoila faz questão de, vai-se lá perceber, contar a meio mundo -  e sei que se a relação chegou ao ponto degradante e triste que vive se deve aos dois e às mentiras que engendraram - resumindo, ela quer ser a vítima da história...

Bom, adiante...

Um dos problemas desta relação começou precisamente por culpa do facebook e é nele que este casal resolve os seus problemas, com palavras menos bonitas de ambas as partes. O lavar de roupa suja dura apenas um par de horas, em que a moçoila lá acaba por apagar os comentários, tempo em que meia santa terrinha teve tempo para visualizar as palavras carinhosas e mimos de ambos... mas nenhum se preocupa com isto. O importante é atacar-se mutuamente. Inclusive, a foto do filho de ambos foi motivo para ataques... e, acreditem, não foi pela foto do menor exposto numa rede social. Tudo serve para se atacarem, ameaçarem ou chantagearem-se.

A culpa não é minha que estas almas se lembrem de lavar e colocar os problemas assim, numa rede social e, como a minha veia de curiosa não se desliga do nada... deixo-me levar pelo conteúdo das mensagens. É quase inevitável. O facebook tornou-se uma rede destruidora de relações e local para lavar os problemas desse fim. Não basta a malta saber que o estado civil mudou, precisam de saber os motivos...

A diferença entre a curiosidade e a cusquice é que, na primeira situação, guardo o que vi e não espalho aos sete ventos e, no segundo, a coscuvilhice espalha-se. Quem nunca se deixou levar pela curiosidade? Mesmo que tente evitar, estas almas continuam... Em tempos, quando a relação ainda era uma relação, embora tremida, falei com a moçoila em causa sobre o tema. Disse-lhe que se um dos problemas estava no facebook, o melhor era desactivar e que não achava correcto a exposição dos filhos menores. Os meus conselhos e palavras surtiram efeito durante uns meses e, como nada melhorou, continuaram no mesmo. 

Felizmente e que tenha notado, são o único casal no meu facebook com este comportamento; embora, tenha reparado que é um mal geral das almas da minha santa terra (embora seja, maioritariamente, sobre questões de ordem política)... De resto, o meu feed de notícias no facebook é recheado de animais, música, férias, festas, frases inspiradoras, bijutaria, roupa, livros, notícias e afins. 

No meio do lavar de roupa suja deste dois, os meus pensamentos ficam-se nos filhos: duas crianças no meio de uma guerra de adultos, em que a mãe tenta virar os filhos contra o pai e o pai contra a mãe...