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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Os livros do mês de Março.

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  O amor é assustador: altera-se, pode desaparecer. Faz parte do risco. Quero deixar de ter medo. Quero ser corajosa...

 

 A Todos Os Rapazes Que Amei é um livro doce, leve e encantador. Lara Jean, a personagem principal, é sonhadora, ingénua e inocente. A todos os rapazes por quem, um dia, se apaixonou, escreveu uma carta, no total de cinco. Filha e irmã do meio de três raparigas, Lara vê-se envolvida numa enorme confusão quando, as cartas que escreveu e guardou numa caixa verde-azulada terminam nas mãos dos rapazes. A aventura de Lara Jean remete-nos para a adolescência e para os primeiros amores, fazendo-nos desejar reviver um amor ingénuo e inocente. 

 

O primeiro livro de Jenny Han está longe de ser uma história inesquecível. Tal como a personagem principal, também eu, em tempos, escrevia cartas de amor como forma de lidar com o fim de uma relação e, foi precisamente a sinopse, mencionando as cartas que Lara vai escrevendo e guardando, quem me despertou a curiosidade. Não tinha grandes expectativas para o livro, apenas curiosidade. A verdade é que, sendo um romance juvenil, é bem-disposto e alegre mas, sem nada de especial a acrescentar. O final é previsível, a família de Lara Jean é absolutamente normal e as personagens encantadoras (até a suposta vilã), ou seja, o livro peca por ausência de surpresa, de algo que o apimente. 

 

Todavia, A Todos Os Rapazes Que Amei é uma leitura que recomendo para intervalos de livros mais pesados ou para quem gosta do género. O livro encontra-se em vias de ser adaptado para cinema e, a sua continuação, P.S. Ainda Te Amo, previsto para o próximo ano.

 

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- Que disparate, não é? - questionou. - Desistir de luxos. Faz-nos sentir sagrados sem o sermos.

Cressie levantou-se e arrastou outro caixote.

- Às vezes fazemos isso, amor. Às vezes escolhemos os nossos sacrifícios.

 

 Nas Asas do Amor, primeiro livro da trilogia Asas de Guerra, de Sarah Sundin, foi um dos livros, até à data, mais difíceis de ler... não pela história ou escrita mas, já lá irei. O livro foi resultado de uma troca que realizei através do um grupo de venda/compra/troca de livros no facebook, tendo considerado a sinopse e o cenário suficientes para me convencerem - o título é piroso e lamechas. 

 

Nas Asas do Amor remete-nos para a Segunda Guerra Mundial, para os preconceitos e deveres femininos da época. Allie é uma jovem tímida, não sabe o que é amar nem sentir-se bonita ou atraente apesar de estar noiva do namorado de à cinco anos. O namoro/noivado é tão triste que, Allie consegue contar o número de beijos trocados nos cinco anos. Allie sabe que nunca será feliz ao lado do futuro marido, embora sonhe com os filhos e o dia em que tal irá mudar mas, sente que é sua obrigação casar-se com ele. Um namoro por conveniência, arranjado. Porém, os sentimentos de Allie alteram-se quando conhece Walt, o filho do meio de três irmãos de um pastor e piloto de guerra. É, com Walt que Allie sonha e deseja viver mas, as obrigações típicas de uma jovem rica obrigam-na a seguir outro destino. Quando Walt regressa ao campo de batalha, os dois começam a trocar cartas de amizade, esperança e fé que, rapidamente se transforma em algo mais.

 

Mas, porque neste livro existe um mas, apesar de bonita história de amor que os unirá, o livro está repleto de frases religiosas, justificando cada atitude com uma intervenção divina. Sendo agnóstica, o cariz religioso do livro tornou o chato e dramático. Sarah Sundin criou uma história lindíssima de dois jovens ingénuos em busca de um amor verdadeiro mas que, para mim, peca pelo excesso religioso. Admito que, dificilmente irei ler os restantes livros da trilogia. 

 

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 O que quer que caia do céu, não o deveis amaldiçoar. Isso inclui a chuva.

 

A Bastarda de Istambul é um livro revelação, uma enorme surpresa e uma viagem pela história de dois países interligados, Turquia e Arménia. Elif Shafak escreve com humor, leva-nos a pensar e a reflectir sobre as acções do passado e como as encaramos no presente: de um lado, arménios que não esquecem o genocídio cometido pelo Império Otomano, embora quase cem anos se tenham passado; do outro, turcos que fingem que tal nunca aconteceu ou, os que o admitem, consideram que nada lhes é devido porque, tal aconteceu antes do nascimento da actual Turquia. Foi, para mim, o melhor livro do mês de Março. Sobre ele, falei aqui.

 

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Sou uma grande sonhadora, sempre fui, os sonhos visitam-me naturalmente. Adoro sonhar.

 

Vidas Entrelaçadas leva-nos a conhecer a condição dos refugiados judeus húngaros em Inglaterra, na Europa de Hitler. Vivien, a protagonista, é uma apaixonado por livros, sonhadora e ingénua que decide empreender uma viagem à descoberta do passado da família. Os pais, um casal de refugiados oriundos da Hungria, vivem uma vida invisível, sem conhecer quem os rodeia, uma vida monótona e pacata. Um dia, quando Vivien é ainda menina, a vida aborrecida é interrompida com a inesperada visita de um homem bem-vestido e parecido. Diz ser irmão do seu pai, seu tio, mas o pai nega-se a reconhecer, insultando-o e fechando-lhe a porta na cara. Aquele dia nunca será esquecido e, em idade adulta, Vivien decide ir à procura daquele tio desconhecido e compreender os motivos que separam os irmãos. 

 

Linda Grant, finalista do Booker Prize 2008, escreveu uma história surpreendente, cuja escrita prende e cativa, uma enorme surpresa. Comprei-o pelo preço acessível (cinco euros na wook), pela sinopse e porque, na altura, ainda tinha poucos livros para ler. Considerei, igualmente, que seria interessante ler e conhecer mais sobre a Segunda Guerra Mundial de uma outra perspectiva: a dos refugiados. É, assim, uma leitura que recomendo. 

 

A Bastarda de IstambulVidas Entrelaçadas são os meus destaques para o mês de Março.

Os livros do mês de Fevereiro.

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 Não há nada pior do que esperar pela morte.

 

 Queria muito escrever sobre este livro, sobre a história, sobre a protagonista mas, confesso, era como se as palavras me fugissem, como se nada do que eu escrevesse pudesse transmitir o quão belo e maravilhoso foi ler sobre Mary. 

 

Baseado na vida de Mary Broad - ou, Bryant, apelido de casada -, a filha humilde de pescadores, o livro de Lesley Pearse leva-nos à descoberta da Inglaterra do século XVIII onde, o roubo de um simples chapéu, o crime de Mary, pode levar à morte. Perdoado o castigo, Mary é obrigada a embarca, juntamente com outros condenados, no primeiro navio rumo à colonização da Nova Gales do Sul (ou, se preferirem, a colónia dos condenados ingleses). Nunca Me Esqueças sensibilizou-me pela relação próxima e humana que Mary estabeleceu com os indígenas, bem como de revolta e choque pelos relatos marcantes e desumanos da viagem de Mary e demais condenados e pela negligente atenção de Inglaterra para com os primeiros habitantes da colónia Nova Gales do Sul. É uma mulher avançada para a época, não se resignando ao papel social que é imputado às mulheres daquele século, lutadora e dona de um enorme sentido de amizade e justiça.

 

O livro é mais do que um romance: é uma viagem pela História (para mim, desconhecida), uma singela homenagem aos oficiais, soldados e criminosos da Primeira Frota que ajudaram a colonizar a Nova Gales do Sul. Acredito que, todos eles, onde quer que estejam, certamente se orgulharam da colónia, hoje país, em que se transformou a Nova Gales do Sul, a Austrália que conhecemos. 

 

Nunca Me Esqueças é muito mais do que uma história de amor. Aliás, capa e sinopse conduzem a uma ideia cor-de-rosa do livro... mal se fala em amor. Cai nesse erro, o de achar que o livro uma lamechice romântica mas, esqueçam, está longe de tal. Ainda assim, o título demonstra aquilo que sinto por este livro: que chamais poderei esquecerei Mary Broad.

  

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Acho que a definição de amor vai mudando à medida que o tempo passa, à medida que envelhecemos, que aprendemos mais e fazemos mais.

 

 O Outro Amor da Vida Dele é, na verdade, uma viagem aos segredos de uma família aparentemente perfeita. 

 

Pouco tenho a escrever sobre este livro. A verdade é que me custou um pouco a ler. Achei-o monótono mas, quiçá, tal se deva ao efeito que Nunca Me Esqueças exerceu sobre mim... quando se lê um livro tão bom, elevando a fasquia, o seguinte acaba por desiludir. Li, desta autora, A Filha da Minha Melhor Amiga e, comparando-os, este ficou aquém do que esperava. Se, por um lado, a história é dramática e nos envolve nos segredos de um diário, abordando temas como a prostituição, a morte e o poder dos segredos, por outro, faltou-lhe algo que não sei bem explicar o que foi... não me fez rir nem chorar e, provavelmente, foi isso que senti falta.

  

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- Às vezes as pessoas guardam as coisas dentro delas (...). - Até as pessoas que nos são mais próximas. Nunca as conhecemos verdadeiramente.

 

 A Confissão da Parteira é mais do que uma capa cor-de-rosa, trata-se de um livro que mexe pelas temáticas abordadas, pela escrita, pelas personagens. Diane Chamberlain cativa, prende e faz-nos rir com algumas confissões, assim como chorar porque, de facto, é uma história intensa e tocante. Sobre este livro, falei aqui.

  

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Assim que ele falou, ela abriu um sorriso amplo.

E quando Eleanor sorriu, algo se quebrou dentro dele.

Quebrava-se sempre.

 

 Eleanor & Park leva-nos a recordar os primeiros amores de adolescência, à inocência e amizade.

 

Eleanor é nova na escola, ruiva e gorda, veste-se de forma estranha. Park é um rapaz meio coreano, magro e solitário, que se esconde nos seus livros de banda desenhada e na sua música. Portanto, dois inadaptados aos olhos dos demais, companheiros de viagem no autocarro escolar que, num jogo de inocência, se tornam namorados. 

 

Rainbow Rowell escreveu uma história lindíssima, um tanto ou quanto lamechas para o meu gosto, mas cheia de magia e de sentimentos. É uma leitura leve que, embora não seja o meu caso porque tive paixões platónicas e o primeiro namorado já não era adolescente, nos leva a recordar com saudades o amor de adolescência e a deixar renascer aquela sentimento puro de inocência dos namoros jovens.

 

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- Falar é importante, é o que nunca devíamos deixar de fazer. Se árabes e judeus se esforçassem por se ouvirem mutuamente, por se porem na pele uns dos outros, as coisas seriam mais fáceis.

 

 Dispara, Eu Já Estou Morto obriga-nos a viajar na História dos Judeus, no significado da religião e, acima de tudo, a reflectir sobre a guerra israelo-palestiniana. Julia Navarro demonstrar ter feito um excelente trabalho de pesquisa sobre os judeus, ajudando-nos a esclarecer ideias sobre os mesmo, bem como a compreender um dos conflitos que dura à décadas no Médio Oriente. Embora, de facto, o livro contenha alguns aspectos negativos e seja um pouco pesado em termos de nomes e acontecimentos, é leitura indicada para quem deseje conhecer mais sobre este conflito. Sobre este livro, escrevi aqui.

 

Nunca Me Esqueças e Dispara, Eu Já Estou Morto são os meus destaques do mês de Fevereiro

*Leituras do mês de Janeiro.

O mês de Janeiro terminou e, com ele, cinco livros. Na verdade, entre o final de Janeiro e o presente dia nove, já li mais dois, mas estes não contam para a estatística de Janeiro - um comecei-o a ler no final do mês, terminando-o a dois de Fevereiro, portanto, ficou de fora. Cinco, julgo que é um bom número, sem pressas nem exageros. E, assim sendo, aqui ficam os meus livros de Janeiro,

 

Quando Estiveres Triste, Sonha

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Elisabeth Berg

 

Um livro sobre mulheres unidas pelo sangue, amor e guerra. O romance gira em torno de três irmãs de uma família norte-americana, diferentes entre si, nas personalidades, nos sonhos e nas esperanças e nas cartas que trocam com aqueles que partiram para combater na II Guerra Mundial. Sentadas à mesa da cozinha, Louise escreve ao noivo, Kitty ao homem por quem anseia receber um pedido de casamento e Tish aos homens que conhece nos bailes. Não é mais um livro sobre relatos da guerra é, acima de tudo, uma história sobre os que ficam.

 

O livro é de leitura leve e simples embora, lá para meio do livro, se torne repetitivo. Centrando-se nas cartas, cada carta torna-se mais do mesmo, sem acrescentar movimento ou novidade. Poderia acrescentar o excesso de patriotismo - algo que me desagrada -, mas tendo em conta o país, EUA, e a época, não o posso definir como algo negativo. Acaba por mostrar a máquina de propaganda empreendida pelo governo da altura para convencer milhares de jovens a entrar nas fileiras do exercito e manter o espírito de esperança nos que ficam. O final e a reviravolta que a vida das irmãs sofre acaba por ser inesperado e surpreendente. 

 

Um Mundo Sem Fim II

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 Ken Follet

 

Li, o primeiro volume, em meados de Novembro e aguardava ansiosamento pelo segundo volume. Incentivada pela Magda, que maravilhosamente falava deste autor e movida pela minha própria curiosidade, descobri em Um Mundo Sem Fim, uma leitura intensa e envolvente. Recheado de surpresas e reviravoltas, no segundo volume, encontrei os protagonistas, Caris e Merthin, por quem facilmente nos identifamos e nutrimos carinho e uma Inglaterra do século XIV abraços com a Peste Negra. Ken Follet trabalhou profundamente na história, não descurando nada e abordando temas como a Igreja e as relações entre os seus elementos, a sexualidade, o casamento, apimentado por intrigas, ódios e mortes. 

 

No Seu Mundo

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 Jodi Picoult

 

Um jovem com síndrome de Asperg. Um crime. Uma mãe desesperada. Um irmão esquecido.  Um dos livros que mais gostei do mês de Janeiro e que dele falei aqui... por me levar a conhecer mais a doença e porque Jodi Picoult é absorvente e cativante. 

 

A Menina Que Fazia Nevar

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 Grace McCleen

 

Fanatismo religioso, bullying, solidão, imaginação, amor, e esperança são alguns dos ingredientes que tornam este livro um dos mais especiais e inesquecíveis que li. Uma leitura intensa, uma viagem na montanha russa dos sentimentos, onde choramos e sorrimos com a doce inocência de uma criança. Uma leitura que recomendo àqueles que acreditam e aos que não acreditam; aos judeus, cristãos, muçulmanos, ateus ou agnósticos.

 

Mais sobre a minha opinião, aqui.

 

O Menino de Cabul

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Khaled Hosseini

 

O escritor afegão possui o dom da escrita e de nos levar numa viagem pelos sentimentos. Uma leitura marcante sobre a amizade, a lealdade e o perdão. O Menino de Cabul é, tal como o anterior, um dos livros mais interessantes que do mês de Janeiro e, provavelmente, do ano.

 

O autor escreve um livro sensível, tendo partilhado a minha opinião sobre o livro aqui

 

* (com alguns dias de atraso, é verdade, mas é algo que pretendo fazer todos os meses... mesmo com atraso.)

** (acho que vou tentar fazer o mesmo com os filmes, se me recordar dos que vi...)