É curioso como, à medida que vou lendo e descobrindo novos livros, a minha - a nossa - opinião se vai alterando. Seja pela positiva ou pela negativa, a verdade é que, em algum momento, encontramos um livro que altera todas as certezas. Se, até à cerca de duas ou três semanas, esta questão me fosse colocada, não hesitaria em responder com o livro,
Mataram O Sidónio!
Francisco Moita Flores
Comprei-o em 2012 porque, acima de tudo, se tratava de um romance de cariz histórico, em segundo, porque o Presidente da República Sidónio Pais sempre me despertou curiosidade e, por fim, porque sempre senti interesse em ler algo de Moita Flores, por quem nutro admiração em relação às crónicas policiais. Porém, talvez pela linguagem complexa e pelos termos utilizados ou pela descrição exaustiva sobre medicina legal, este livro tornou-se numa desilusão... pelo menos, até à poucas semanas atrás.
Dezembro de 1918. A cidade de Lisboa encontra-se a braços com a pneumónica, a epidemia mais mortífera do século XX, bem como sob efeito de ressaca da Primeira Guerra Mundial. Uma cidade marcada pela fome, miséria e sofrimento. É neste contexto que, o Presidente da República Sidónio Pais é assassinado na estação do Rossio. A polícia prende um suspeito que nunca foi condenado... e, eis os ingredientes que alimentam o livro de Francisco Moita Flores.
Glória Mortal
J.D. Robb/Nora Roberts
Futurismo e policial não são, de todo, algo que aprecie. Glória Mortal é um livro que mistura os dois mundos, apimentado pelo romance entre os protagonistas, a tenente Eva Dallas e o bilionário irlandês Roarke, numa escrita leve e simples. Mas, a verdade é que, contrariamente à maioria dos leitores e às críticas mais do que positivas, não apreciei o livro nem o género literário de J. D. Robb.
Se, até ao passado sábado, dia dois, me tivesse questionado sobre os livros que mais me tinham desiludido, certamente que não hesitaria em responder os títulos dos livros de Francisco Moita Flores e J. D. Robb. Porém, a minha opinião mudou e, por eles, nutro uma certa simpatia a fugir para o não gosto, quando penso que comprei este livro e estou a um passinho de desistir,
O Circo Dos Sonhos
Erin Morgenstern
É, provavelmente, uma das capas de livros mais lindas que já vi e foi exactamente a capa que me cativou. O título é apelativo e a sinopse atraente. Inclusive a organização do livro, com os capítulos separados por páginas pretas de riscas brancas, ilustrando as tendas do circo, chamou-me a atenção. Trouxe-o comigo - em promoção do dia da mãe, por uns seis euros, da note.it - na ânsia e expectativa de ser um livro surpreendente e, de facto, é-o... mas pela negativa.
Longe de se comparar ou fazer lembrar a saga Harry Potter, como é mencionado na contracapa do livro, O Circo dos Sonhos leva-nos a conhecer um misterioso circo itinerante que só abre à noite e chega sem qualquer aviso às cidades onde se instala. No interior das tendas de lona às listas pretas e brancas, vive-se uma experiência única e inesquecível e, quem visita o Circo dos Sonhos jamais o esquece. Porém, o circo é palco de um duelo entre dois jovens mágicos, Marco e Celia, treinados desde crianças para este fim, por capricho dos seus mestres e onde só um pode sobreviver. Apesar de tudo e sem que o conseguiam evitar, Celia e Marco mergulham de cabeça no amor...
Falta qualquer coisa a este livro... Falta-lhe movimento. Falta-lhe energia. Falta-lhe algo que cative o leitor desde o início. Falta-lhe mais do que uma capa bonita, um título chamativo e uma história de amor. A minha vontade é desistir e arrumar O Circo dos Sonhos na estante. Muitas personagens, muitos detalhes, muita descrição e a ausência de algo que realmente me absorva e faça continuar... e, nem mesmo as personagens principais, Marco e Celia ou a escrita me conseguem cativar.
Provavelmente ainda seja cedo demais, afinal de contas, o livro conta com perto de quinhentas páginas e eu ainda não ultrapassei as cento e oitenta mas, sinceramente, não sinto que este livro valha o esforço e caminha a passos enormes para se tornar num circo de desilusão.
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O desafio literário foi-me sugerido pela Magda. A ideia é, durante quarenta e cinco dias, todos os dias, à mesma hora, falar-se sobre livros, respondendo às questões sobre o universo dos livros. O objectivo do desafio é simples: se por um lado, consiste numa de gostos e experiências sob o mundo dos livros, por outro, este desafio leva-nos-à a pensar e a reflectir sobre os livros que já lemos. Iniciado a 1 de Maio de 2015 e durante 45 dias, neste blog, falar-se-à maioritariamente de livro. Não se esqueçam de visitar a Magda e conhecer as suas escolhas literárias.