3 | Da minha estante...
Quem é que nunca teve um amigo ou amiga imaginário?
Eu tive. Não um, mas vários. Lembro-me dos nomes, embora já não me recorde das formas. Bela, Helena, Miguel, Carmen, Juan. Quase sempre nomes que gostava imenso. Eram amigos que não duravam muito tempo, como Budo, o protagonista deste romance, mas eram-me especiais. Surgiam em momentos que, enquanto criança, considerava difíceis e desapareciam quando o momento se tornava mais alegre. Ou, como algumas vezes acontecia, quando um adulto me via a falar sozinha e me perguntava com quem falava... envergonhada, respondia que falava sozinha. Sabia que, tal como Max, se menciona-se o nome do meu amigo imaginário, os adultos me olhariam de lado ou responderiam que não existe.
Porém, nem o tempo nem a idade me fizeram perder este meu lado sonhador. Sim, confesso: aos 26 anos ainda falo sozinha aliás, para um amigo que idealizei. E quem é que nunca deu por si a conversar com alguém que só existe na imaginação?
Max é um menino muito, mas muito especial. Tem oito anos e um amigo (também) especial e diferente. Budo existe à cinco anos e é o seu amigo imaginário. As memórias de Budo e da sua aventura para salvar o seu amigo, transportam-nos para um mundo de sonho e imaginação que desejamos nunca abandonar. Uma história criativa e apaixonante. Amizade, lealdade, respeito, amor e entreajuda são ingredientes básicos do livro de memórias de Budo, numa linguagem muito acessível e honesta, sendo Budo o narrador da sua própria história. Um livro que deixa sabor a saudade. Um livro para guardar e, num futuro, recordar.
O mundo do Budo é tão realista como ele é imaginário. Teríamos todos muita sorte em ter Budo ao nosso lado. Ler o seu livro de memória é a segunda melhor coisa.
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