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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Chave Negra: a primeira caixa mistério.

A Chave Negra intitula-se como a primeira (e pesquisei sem encontrar mais nenhuma) caixa mistério de livros em Portugal. É, portanto, o projecto ideal para amantes dos livros e do universos surpreendente que os rodeia numa bela caixa literária. Composta por entre seis a oito surpresas bem como por um livro, a caixa de Novembro relacionava-se com o tema  "a chave para mundos fantásticos" e chegou-me, hoje, finalmente a casa:

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O livro de Anne Bishop, Lago do Silêncio, será o meu primeiro contacto com esta escritora que outrora tanto me recomendaram (a Magda é uma delas) e ficará para sempre associada à Chave Negra e à minha primeira caixa literária. Os brindes que compõem a caixinha ficaram lindos na minha estante, especialmente o frasquinho Harry Potter num lugar cativo junto a pequenas peças que fui adquirindo subordinas à saga de J.K. Rowling. 

 

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Confesso que, inicialmente, tive receio de adquirir esta caixa mistério pelo tema: não sendo a fantasia o meu género literário favorito, tive receio de que o livro fosse algum dos que já tinha (e da qual estamos sempre sujeitos neste género de caixas), embora soubesse que seria um livro recentemente lançado pela editora ou de ser um autor/a que não me cativasse.

 

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Não me recordo como cheguei até esta mystery book box (mas seguramente pelo instagram de alguns blogues portugueses, embora não saiba identificar quem) mas sempre quis aderir a algo deste género. Por norma, as caixas portuguesas que eu conheço são ligadas à beleza e alimentação, o que não fazem de todo o meu género. Conhecia caixas mistérios literárias no estrangeiro, em língua inglesa ou português do Brasil, mas nenhuma envia para Portugal ou os portes de envio eram elevados. A Chave Negra acaba por ser a minha primeira experiência com o universo encantado das caixas mistérios e fiquei completamente rendida. 

 

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A Chave Negra custa 25€, um valor que considero justo tendo em conta tudo o que a caixinha oferece assim como pelo trabalho dos envolvidos, e o tema da próxima mystery book box é “a chave para aquecer o coração” portanto, suponho eu, algum livro de romance... será? Podem acompanhar a Chave Negra pelo instagrampágina de reservas e pelo facebook. Resta-me acrescentar que os elementos por detrás deste projecto são pessoas simpáticas e prestáveis, a quem eu desejo votos de muito sucesso... obrigada Rodrigo, Ana e todos aqueles que tornam possível este projecto surpresa. Uma ideia, resumidamente, a não perder de vista e que a caixa de Novembro e Dezembro sejam as primeiras de muitas.

 

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Eu já comprei a caixa de Dezembro - até dia 10 deste podem comprar - da Chave Negra e vocês?

As Flores Perdidas de Alice Hart de Holly Ringland.

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 As Flores Perdidas de Alice Hart da escritora australiana Holly Ringland é uma obra poderosa e tocante o amor, o perdão, a amizade, a família e o saber recomeçar. Um romance inspirador e envolvente, que nos transforma e nos leva a reflectir sobre a vida, a coragem e os muitos destinos que enfrentamos. 

 

Alice Hart é uma menina de nove anos, encantadora e sonhadora, que adora ler e perder-se na aventura de descobrir o que a rodeia juntamente com o seu cachorrinho. Vive com os pais, um jovem casal, numa propriedade isolada australiana onde a mãe cultiva flores e o pai se dedica, entre outros afazeres, a trabalhos em madeira. Um local triste e marcado pela violência mas colorido e perfumado pelas flores, onde a menina se perde nos livros e no sonho de descobrir os locais encantados das história que lê e que a mãe partilha com ela. Porém, quando a tragédia se abate sobre a família, Alice vê-se, em tão tenra idade, a recomeçar uma nova vida junto da avó June numa quinta de flores, que também serve de refúgio a mulheres para novos recomeços. É nesta quinta, onde as flores nativas australianas são cultivadas, que Alice recomeça a sua vida e aprende a linguagem secreta das flores. Aqui, a menina lutará contra os fantasmas, medos e memórias do passado e é nas flores e nos seus significados, que encontrará voz para o que lhe vai na alma. A vida de Alice interliga-se com a história da quinta e das mulheres que a fundaram e que nela habitam, numa maré de novos recomeços e vidas marcadas por amores falhados e trágicos.

 

O romance de estreia de Holly Ringland tornou-se um dos meus livros preferidos deste ano e um dos melhores romances que já li. Poderoso e marcante, As Flores Perdidas de Alice Hart é mais do que um livro, é um pedacinho de vidas tão reais. Alice Hart surpreendeu-me muito pela forma profundamente trabalhada da personagem principal, assim como pelas restantes mulheres, que se interligam tão perfeitamente; a forma como cada flor e a sua respectiva linguagem se envolvem com a história, bem como pelos contos tradicionais australianos em que a autora se baseou. A capa é de uma beleza cativante e inigualável (e confesso que foi um dos motivos que me atraiu a ler este livro, assim como opiniões positivas em blogues e instragram). É definitivamente, um dos livros da minha vida... um romance a não perder, e que recomendo a qualquer amante de livros.

 

Avaliação (de um a cinco): 5*

A lei (ou a falta dela) nas estradas portuguesas.

Por força do meu actual trabalho, em que o automóvel é considerado o meu ambiente de trabalho, vi-me obrigada a deslocar-me por estradas nacionais e auto-estradas com mais regularidade do que até ao início deste ano. Não sei se é porque nunca fui uma amante da condução ou se porque o fazia com pouca regularidade, apenas quando necessário, mas sou frequentemente assaltada por uma dúvida enquanto conduzo: desde quando é que a estrada virou um salve-se quem puder... a lei da selva? 

 

É ultrapassagens em zonas proibidas ou quando existem automóveis a circular em sentido contrário, colocando todos - quem ultrapassa, quem é e quem circula na outra faixa, fora outros - em risco; é falta de civismo nas cedências, são vermelhos que não são respeitados, peões que se colocam em risco, velocidades que não são respeitadas, ultrapassagens em curvas fechadas, estacionamentos que não lembram, como se costuma dizer, "ao diabo" e tanta coisa que jamais me passaria pela cabeça. Não uma, não duas e nem tão pouco três vezes que senti a minha vida em risco, em travagens arriscadas e forçadas para evitar danos maiores porque alguém achou que o deveria fazer... e é assustador imaginar que podemos assistir ou estar envolvidos num acidente sem culpa. 

 

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Vou fazer quase um ano em que o automóvel se tornou o meu escritório. Conduzo, aproximadamente, desde 2014 e de lá para cá, cada vez mais me convenço de que as estradas portuguesas se tornaram uma autêntica selva, apesar de todas as campanhas de prevenção rodoviária, multas e leis... até quando?

Situação profissional: perdida.

Quando, no início deste ano, resolvi abraçar um novo projecto profissional sabia que as minhas rotinas seriam alteradas, embora não tivesse pensado muito nas mesmas.

 

O motivo principal que me levou a mudar de algo que parecia estável, nos quadros de uma grande empresa de hipermercados, foi a manifestada vontade em mudar de secção (quando tal nunca é bem encarado pelos superiores) e, por conseguinte e muito mais, a pressão psicológica que senti deste últimos. Não vou entrar em detalhes sobre o tema porque tal entra num campo muito pessoal e, neste momento, não me sinto capaz de falar mas, sentia que se algo não mudasse, eu acabaria por ter um esgotamento. Por outro lado, como licenciada e mestre, tinha ambições e objectivos que enquanto operadora de loja não conseguia combater: o sonho de trabalhar na minha área. Quando, nas inúmeras entrevistas a que fui, me colocavam a questão sobre a situação profissional era incontornável, embora eu tenha tentado evitar, confirmar que já fazia parte da empresa e imediatamente sentia as portas fecharem-se com justificações improváveis. Foram horas passadas à frente do computador, entre envios de emails, consulta de ofertas e entregas em mão do CV actualizado, sem qualquer sucesso. Sentia-me frustrada e triste porque, embora numa situação ambicionada por muitos, o meu trabalho não era reconhecido e desvalorizado (na verdade, só o foi depois de me despedir)... queria e sonhava com mais. A caminho dos trinta anos, sentia que não era de todo aquilo que eu queria fazer e, por isso, nas minhas férias, dediquei-me em exclusivo à tarefa de procurar um novo trabalho... e consegui.

 

A empresa para a qual trabalho, desde o início deste ano, não é na área comercial mas é quase como se fosse. Desloco-me para qualquer zona, em trabalhos diversos, numa viatura da empresa e telemóvel deles. Não trabalho os fins-de-semana ou feriados, como anteriormente, mas o meu horário nunca é fixo e independentemente da distância a que esteja, mais ou menos próxima de casa, não o termino mais cedo. O salário é, embora pouco significativo, menor do que quando trabalhava como operadora de loja. Os superiores contactam via email ou telemóvel, presencialmente, só quando algo de grave acontece. Não existe qualquer relação com colegas de trabalhos - pelo menos, no meu caso. Parece, aos olhos de muitos, um bom emprego mas não o é para mim. É rotineiro porque, apesar de nunca ser no mesmo local, não se alterar. Não existem possibilidades de crescimento. É fisicamente desgastante pelas horas que passo no automóvel e sinto, novamente, a sensação de frustração e tristeza porque não me sinto activa, plena nem desenvolvida intelectualmente. Sinto que me atirei de cabeça, sem ponderar nos benefícios e desvantagens de mudar, pela necessidade e pressão que sentia e que acabariam com a mudança de superiores passados três meses de me mudar profissionalmente... foi, para muitos, a melhor coisa que fiz mas eu não tenho tanta certeza disso.

 

Profissionalmente sinto-me completamente perdida e confusa. Procuro, tal como já o fiz no passado, diariamente novas oportunidades de emprego que não aparecem. É, na minha zona, sempre mais do mesmo: comerciais, fábricas e operadores de loja. Parece que nunca muda, embora os dias e semanas passem, os anúncios repetem-se. As poucas ofertas profissionais que encontro e às quais sinto que teria capacidades para responder e crescer, como administrativo ou recursos humanos, nunca pareço satisfazer as necessidades dos recrutadores. É esgotante. Não sinto que ser comercial seja para mim e tenho receio de trabalhar em fábricas, por tudo o que de negativo já ouvi. E são estes sentimentos meios confusos a nível profissional que me fazem pensar que se alguém me tivesse dito, no passado como seria o meu presente, talvez eu não tivesse arriscado tanto... O meu sonho e objectivo sempre foram o de trabalhar na minha área. Sempre quis mais... estudar, crescer, subir. Hoje compreendo que será realmente difícil e isso deixa-me revoltada, triste e frustrada. Embora eu não me imagine toda a vida a repor produtos alimentares, percebo que foi uma área da qual gostei e que me fez crescer pessoal e profissionalmente, mais do que a actual. E, com tudo isto, tenho receio de mudar novamente...

 

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A minha actual situação profissional é completamente perdida e confusa... preciso, urgentemente, de um mapa para me guiar. 

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