A saga da limpeza.
Não me considero uma pessoa desorganizada ou desarrumada. Gosto de tudo direito, no sítio, sem pó. Vivo por fases: umas vezes sou demasiado dedicada à limpeza, quase obcecada e outras nem tanto. Porém, a saga da limpeza é um capítulo do livro da minha vida que mais detesto. Quem, na verdade, gosta de limpar? Ninguém.
O meu quarto tinha uma camada de pó visível ao olhar de qualquer um. Talvez exagere um pouco mas o chão e móveis não sentiam a vassoura ou o pano à muitas semanas. Ganhei vergonha e tirei algumas horas para me dedicar à saga da limpeza. Estou um bocadinho cansada. Levantar e sacudir tapetes e retirar livros, bibelós, quadros e produtos de higiene pessoais dos móveis para limpar e voltar a colocar tudo no sítio é uma tarefa ingrata e aborrecida... e o que fiz foi superficial, só mesmo para dar um aspecto de bonito e limpo. Ninguém inventou uma forma de fazer com que as limpezas dos quartos seja mais fácil? Uma máquina baratinha? Mães, irmãs e empregadas de limpeza não contam. A minha mãe diz que já tenho idade suficiente, empregada não cabe no meu orçamento e a irmã... bem, se esperar pela minha irmã para limpar o quarto, talvez em dois mil e trezentos o quarto esteja limpo.