Persuasão de Jane Austen é um romance sobre a ganância, a vaidade e a magoa das oportunidades perdidas.
A narrativa de Persuasão, a última obra acabada da escritora inglesa, desenrola-se em pleno século XIX e dá-nos a conhecer uma mulher de invulgar personalidade para a época. Crítica aos preconceitos sociais da época, às festas e luxos, Jane Austen joga com ilusões e persuasões à heroína do romance, envolvendo-nos numa escrita fluida e cativante.
Sir Walter Elliot vive com as filhas Elizabeth e Anne em Kellynch-hall, casa familiar de décadas, até se ver obrigado a alugar a propriedade e mudar-se para Bath, para uma moradia mais pequena e modesta com as filhas. Sir Elliot nutre por Elizabeth, a filha mais velha, enorme carinho e cumplicidade porém, o tratamento é frio e distante relativamente à filha mais nova, Anne. É neste cenário de mudanças que Anne Elliot, de vinte e sete anos e sem grandes perspectivas românticas, decide passar uma temporada em casa da única irmã já casada, Mary, a filha do meio de Sir Elliot. No entanto, a vida surpreende Anne e leva-a a reencontrar um amor perdido...
Há tão pouca amizade verdadeira no mundo e, infelizmente (...) há tanta gente que se esquece de pensar nisso a sério antes de ser tarde de mais!
O capitão Frederick Wentworth é o novo inquilino, juntamente com os seus familiares, da casa familiar dos Elliot. Persuadida pela grande amiga Lady Russell e pelos seus familiares, oito anos antes, Anne termina o noivado com Frederick. O reencontro entre o par romântico de Persuasão é frio e distante, mostrando a magoa e dor de um amor perdido. Porém, à medida que o romance se desenrola, Anne liberta-se da influencia familiar e de Lady Russell, mostrando-se a força do seu carácter e personalidade. As peripécias vividas por ambos originará o aproximar da heroína ao seu amor perdido...
Persuasão é mais do que um romance, como já o mencionei anteriormente, é uma narrativa critica à sociedade dos luxos, festas, jantares e preconceitos. Um romance poderoso. Uma personagem feminina forte, dona de um coração sensato e bondoso, capaz de fazer frente ao socialmente bem aceite da época. É impossível não gostar de Persuasão e não ficar rendida à personalidade de Anne.
Não se gosta menos de um lugar por se ter sofrido nele, a não ser que lá se tenha conhecido apenas sofrimento e só sofrimento...
É o segundo clássico literário que leio-o de Jane Austen. Comparando-o com Orgulho e Preconceito, atrevo-me a escrever que gostei mais de Persuasão, um romance onde as personagens principais mostram crescimento a cada nova página, uma maturidade distinta das personagens principais do primeiro.
Persuasão de Jane Austen foi a segunda leitura, o livro do mês de Fevereiro, no âmbito do desafio Doze Meses, Doze Livros. O objectivo deste desafio é ler um livro subordinado a uma temática particular. Fevereiro é o mês do Carnaval e da celebração do amor, por isso, o objectivo seria ler um romance romântico, uma comédia romântica ou um livro cómico/divertido.
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Título Original: Persuasion, 1817
Autora: Jane Austen, Inglaterra
ISBN: 9789722636254
Páginas: 240
Editora: Civilização Editora, 2013
Sinopse:
Aos vinte e sete anos, Anne Elliot já não é uma jovem, e tem poucas perspetivas românticas. Oito anos antes, foi persuadida pela sua amiga, Lady Russell, a terminar o noivado com Frederick Wentworth, um comandante naval bem-parecido mas sem fortuna nem posição social. Aquilo que acontece quando os dois se voltam a encontrar é narrado de forma comovente no último romance que Jane Austen deixou completo.
Persuasão é uma sátira brilhante sobre vaidade e pretensão mas, acima de tudo, é uma história de amor onde se sente a mágoa das oportunidades perdidas.