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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Dia Sete. Livro que me desiludiu.

É curioso como, à medida que vou lendo e descobrindo novos livros, a minha - a nossa - opinião se vai alterando. Seja pela positiva ou pela negativa, a verdade é que, em algum momento, encontramos um livro que altera todas as certezas. Se, até à cerca de duas ou três semanas, esta questão me fosse colocada, não hesitaria em responder com o livro,

 

Mataram O Sidónio!

Francisco Moita Flores 

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 Comprei-o em 2012 porque, acima de tudo, se tratava de um romance de cariz histórico, em segundo, porque o Presidente da República Sidónio Pais sempre me despertou curiosidade e, por fim, porque sempre senti interesse em ler algo de Moita Flores, por quem nutro admiração em relação às crónicas policiais. Porém, talvez pela linguagem complexa e pelos termos utilizados ou pela descrição exaustiva sobre medicina legal, este livro tornou-se numa desilusão... pelo menos, até à poucas semanas atrás.

 

Dezembro de 1918. A cidade de Lisboa encontra-se a braços com a pneumónica, a epidemia mais mortífera do século XX, bem como sob efeito de ressaca da Primeira Guerra Mundial. Uma cidade marcada pela fome, miséria e sofrimento. É neste contexto que, o Presidente da República Sidónio Pais é assassinado na estação do Rossio. A polícia prende um suspeito que nunca foi condenado... e, eis os ingredientes que alimentam o livro de Francisco Moita Flores. 

 

Glória Mortal

J.D. Robb/Nora Roberts

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 Futurismo e policial não são, de todo, algo que aprecie. Glória Mortal é um livro que mistura os dois mundos, apimentado pelo romance entre os protagonistas, a tenente Eva Dallas e o bilionário irlandês Roarke, numa escrita leve e simples. Mas, a verdade é que, contrariamente à maioria dos leitores e às críticas mais do que positivas, não apreciei o livro nem o género literário de J. D. Robb.

 

Se, até ao passado sábado, dia dois, me tivesse questionado sobre os livros que mais me tinham desiludido, certamente que não hesitaria em responder os títulos dos livros de Francisco Moita Flores e J. D. Robb. Porém, a minha opinião mudou e, por eles, nutro uma certa simpatia a fugir para o não gosto, quando penso que comprei este livro e estou a um passinho de desistir, 

 

O Circo Dos Sonhos

Erin Morgenstern

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 É, provavelmente, uma das capas de livros mais lindas que já vi e foi exactamente a capa que me cativou. O título é apelativo e a sinopse atraente. Inclusive a organização do livro, com os capítulos separados por páginas pretas de riscas brancas, ilustrando as tendas do circo, chamou-me a atenção. Trouxe-o comigo - em promoção do dia da mãe, por uns seis euros, da note.it - na ânsia e expectativa de ser um livro surpreendente e, de facto, é-o... mas pela negativa.

 

Longe de se comparar ou fazer lembrar a saga Harry Potter, como é mencionado na contracapa do livro, O Circo dos Sonhos leva-nos a conhecer um misterioso circo itinerante que só abre à noite e chega sem qualquer aviso às cidades onde se instala. No interior das tendas de lona às listas pretas e brancas, vive-se uma experiência única e inesquecível e, quem visita o Circo dos Sonhos jamais o esquece. Porém, o circo é palco de um duelo entre dois jovens mágicos, Marco e Celia, treinados desde crianças para este fim, por capricho dos seus mestres e onde só um pode sobreviver. Apesar de tudo e sem que o conseguiam evitar, Celia e Marco mergulham de cabeça no amor...  

 

Falta qualquer coisa a este livro... Falta-lhe movimento. Falta-lhe energia. Falta-lhe algo que cative o leitor desde o início. Falta-lhe mais do que uma capa bonita, um título chamativo e uma história de amor. A minha vontade é desistir e arrumar O Circo dos Sonhos na estante. Muitas personagens, muitos detalhes, muita descrição e a ausência de algo que realmente me absorva e faça continuar... e, nem mesmo as personagens principais, Marco e Celia ou a escrita me conseguem cativar. 

 

Provavelmente ainda seja cedo demais, afinal de contas, o livro conta com perto de quinhentas páginas e eu ainda não ultrapassei as cento e oitenta mas, sinceramente, não sinto que este livro valha o esforço e caminha a passos enormes para se tornar num circo de desilusão.

 

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 O desafio literário foi-me sugerido pela Magda. A ideia é, durante quarenta e cinco dias, todos os dias, à mesma hora, falar-se sobre livros, respondendo às questões sobre o universo dos livros. O objectivo do desafio é simples: se por um lado, consiste numa de gostos e experiências sob o mundo dos livros, por outro, este desafio leva-nos-à a pensar e a reflectir sobre os livros que já lemos. Iniciado a 1 de Maio de 2015 e durante 45 dias, neste blog, falar-se-à maioritariamente de livro. Não se esqueçam de visitar a Magda e conhecer as suas escolhas literárias

5 | Dos meus sonhos...

Sou uma eterna romântica. Uma sonhadora incurável. E, do universo dos meus sonhos desejo um beijo apaixonado como este,

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Livros, tu e eu, beijos.

 

Um beijo surpresa, sentido, tocante. Um beijo roubado aos livros, às páginas, às histórias. 

 

 

Um beijo meu, teu... nosso.

Os livros do mês de Abril.

E As Montanhas Ecoaram

Khaled Hosseini

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- É uma coisa engraçada, Markos, mas as pessoas geralmente interpretam isso ao contrário. Pensam que vivem de acordo com aquilo que querem. Mas, na realidade, o que as guia é aquilo de que têm medo.

 

E As Montanhas Ecoaram leva-nos a sentir o amor sincero entre um irmão, Abdullah e a irmã de quem sempre tomou conta após a morte da mãe de ambos, Pari. O pai de Abdullah e Pari é obrigado a separar os irmãos, vendendo Pari a um casal abastado de Cabul, Afeganistão e, desta forma, continuar a manter a restante família. A cruel escolha tomada pelo pai, deixa nas vidas de Abdullah e Pari, um enorme sentimento de vazio. Porém, a vida prossegue e é, deste modo, que descobrimos histórias paralelas e secundárias de quem, de alguma maneira, lidou com os irmãos. E As Montanhas Ecoaram fala do amor entre irmãos mas, de escolhas e decisões que, em algum momento alteram o rumo das nossas vidas e de sentimentos em relação a um país em constante guerra e destruição, Afeganistão.

 

Khaled Hosseini é, definitivamente, um mestre na arte de contar histórias, dono de uma enorme criatividade, sensibilidade e fluidez de palavras, capaz de nos levar a reflectir e a imaginar os seus cenários. A minha opinião sobre este livro, aqui.

 

Nunca Digas Adeus

Lesley Pearse

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- Penso que a maior parte de nós se apaixona sempre pelo mesmo género de pessoas - respondeu Steven. - Mesmo sabendo qual vai ser o resultado.

 

Nunca Digas Adeus é uma viagem ao coração puro da amizade. Susan e Beth são amigas desde infância, separadas pela força do destino para, vinte e nove anos depois, o caminho de ambas se cruzar pelos piores motivos. Beth é uma mulher lindíssima, uma advogada de sucesso, colocada a defender uma mulher que assassinou, a sangue-frio, duas pessoas numa clínica médica. Susan é essa mulher que, numa tarde chuvosa de Outono, matou a recepcionista e o médico. Beth e Susan mal se reconhecem mas, a força da amizade e as lembranças daquelas férias de verão é poderosa e ambas embarcam na aventura dos segredos que levaram Susan a cometer tal atrocidade.

 

Nunca Digas Adeus é muito mais do que um romance sobre a amizade. Aborda temas sensíveis, como a violência doméstica, o alcoolismo, a escravatura infantil, a perde de um filho ou a violação sexual. As personagens longe de serem perfeitas, mostram-nos o lado humano de quem encerra em si traumas e medos e, a forma como luta para os ultrapassar. Um romance sensível, humano, carregado de emoções e sentimentos. A escrita é simples, cativante, viciante. Prende-nos. A cada nova descoberta, mais segredos vamos descobrindo. O final é surpreendente. 

 

É fácil conseguir-me identificar com Susan. Baixa, roliça, bonita mas não atraente, Susan é uma mulher de fraca auto-estima com quem facilmente partilho os sentimentos sobre o corpo e o sexo oposto...

 

Lesley Pearse, com este segundo livro que leio, conquistou-me. Tornou-se, marcadamente, uma das minhas escritoras favoritas.

 

Glória Mortal

J. D. Robb

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Ele tinha o maxilar esmurrado, sangue no casaco e um brilho no olhar. Ela perguntava-se se perdera o juízo. - Estamos aqui, espancados de morte, a abandonar o local do crime onde um de nós ou ambos podíamos ter ido desta para melhor, e pedes-me em casamento?

Ele voltou a passar o braço à volta da cintura dela e puxou-a. - É a altura perfeita.

 

Glória Mortal é um policial futurista com romance à mistura. Eva Dallas é a famosa tenente da polícia de Nova Iorque, encarregue de investigar a estranha e horrível  morte de uma famosa procuradora do ministério pública daquela cidade. Porém, a esta morte, outras mortes se sucedem e, a tenente Dallas vê-se envolvida numa teia de conspirações, segredos e poder. A minha opinião sobre esta leitura pode ser lida aqui

 

Equador

Miguel Sousa Tavares

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- É difícil de responder... a vida ensinou-me que a nossa capacidade de resistência e de sofrimento é sempre maior do que supomos.

 

Equador é uma viagem às ilhas de S. Tomé e Príncipe, da escravatura, das roças e da produção de cacau do início do século XX.

 

Luís Bernardo Valença é um jovem empresário lisboeta, solteiro e dotado de humanidade e inteligência. Sob a ideia de um falso humanismo, rapidamente compreende o jogo adoptado pelas potências estrangeiras, nomeadamente a Inglaterra, que procuram eliminar a concorrência portuguesa de cacau, alegando trabalho escravo nas ilhas. Porém, a realidade nas colónias portuguesas não é distinta de outras colónias europeias e, o jovem denuncia-o. É a denúncia de Luís Bernardo que leva o rei D. Carlos a convidar o jovem Valença a assumir o cargo de governador das ilhas de S. Tomé e Príncipe com o objectivo de conhecer a realidade sobre a escravatura na ilha e convencer o cônsul enviado por Inglaterra, igualmente para verificar o mesmo facto, de que a escravatura naquela colónia portuguesa é algo do passado. 

 

Luís Bernardo não existiu mas, a escravatura e exploração negra sim. Equador é um romance sensível e inesquecível, recheado de detalhes históricos sobre a vida naquela colónia portuguesa, numa escrita absorvente e cativante.

 

E As Montanhas EcoaramNunca Digas Adeus Equador são os meus destaques para o mês de Abril (ou seja, quase todos).

Dia Seis. Livro(s) que leste mais vezes.

Confesso: não tenho por hábito reler livros. O vício da leitura, de ler com regularidade, cresceu nos últimos dois ou três anos. Nos anos anteriores, entre a licenciatura e o mestrado, a necessidade de leitura ficou guardado numa espécie de caixa, na mesma onde guardo as coisas mais importantes. Na época, os textos e livros académicos eram mais do que suficientes para "matar" um pouco o meu desejo de leitura, o chamado ler por necessidade. Ainda assim, volta e meia sentia necessidade de ler por prazer e, tendo sempre o dinheiro contado, procurei reler alguns livros, sendo eles,

 

Para A Minha Irmã

Jodi Picoult

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 Li-o umas duas vezes. Vi a adaptação para cinema umas três vezes. Definitivamente, depois de ler cinco livros de Picoult este, é de longe, o meu preferido desta escritora norte-americana. Primeira leitura em 2010.

 

Memorial do Covento

José Saramago

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 Uma vez que, tratando-se de leitura obrigatória no ensino secundário e tinha pequenos testes semanais sobre os capítulos, reli-os várias vezes na ânsia de não perder pequenos detalhes. Lido em 2006.

 

Os Retornados: Um Amor Nunca Se Esquece

Júlio Magalhães

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 Li-o duas vezes. Não me recordo ao certo porque motivo o comprei... talvez pelo tema, talvez pelo título, talvez pelo nome de quem o escreveu. Mas, o que é certo é que gostei imenso deste livro, de leitura leve e simples. Longe de ser um dos melhores romances de época que li, Júlio Magalhães convida-nos a conhecer, numa escrita absorvente e delicada, a dolorosa Ponte Aérea de 1974 e 1975, entre Angola e Portugal. Joana, a protagonista desta história, tinha tudo para ser uma advogada promissora mas, o sonho vira realidade e, a jovem torna-se naquilo que sempre quis ser: hospedeira de voo. É, num voo sobrelotado, que o destino de Joana se cruza com o de Carlos Jorge, um homem perturbado pelo retorno forçado a Portugal. Através do olhar de Joana e Carlos, conhecemos o drama de dois países: de um lado, Angola, a braços com movimentos independentistas que semeavam a morte e a guerra, do outro, Portugal, onde a revolução de Abril de 1975 produzia mudanças e consequências. E, é neste espiral de mudança que, os retornados da maior Ponte Aérea portuguesa abandonam casa, empregos e amigos. Lido em 2012.

 

O Principezinho

Antoine de Saint-Exupéry

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 Não me recordo em que ano o li mas, relembro-me de o ter lido e relido com a minha irmã mais nova. Uma história intemporal, verdadeiramente encantadora e inesquecível.

 

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 O desafio literário foi-me sugerido pela Magda. A ideia é, durante quarenta e cinco dias, todos os dias, à mesma hora, falar-se sobre livros, respondendo às questões sobre o universo dos livros. O objectivo do desafio é simples: se por um lado, consiste numa de gostos e experiências sob o mundo dos livros, por outro, este desafio leva-nos-à a pensar e a reflectir sobre os livros que já lemos. Iniciado a 1 de Maio de 2015 e durante 45 dias, neste blog, falar-se-à maioritariamente de livro. Não se esqueçam de visitar a Magda e conhecer as suas escolhas literárias