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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Em 2015 vou,

fazer uma viagem, comprar menos livros ou caminhar uma hora... sim, em 2015 vou fazer tudo isso mas, antes demais, em 2015 terei de conseguir cumprir promessas que ficaram por realizar em 2005. A verdade é que, lá para meio de Fevereiro, já me esqueci da minha lista de metas a concretizar. Não vale a pena. Mais dia menos dia, acabo por esquecer ou encontrar uma qualquer desculpa. 

 

Esqueçam... 

 

Não vou fazer uma viagem, nem comprar menos livros - a não ser que, de facto, a carteira não me permita -, nem tão pouco escrever que vou começar a caminhar uma hora no principio de Janeiro. Também não vou prometer que como menos chocolates ou que vou ler oitenta livros ou começar a praticar um desporto. A vida não se baseia em promessas de ano novo. 

 

Tenho tanto em mim para mudar mas, não vou fazer uma lista de tarefas a realizar em 2015. Tenho tanto a mudar, tanto a prometer e, no entanto, acredito que, a cada novo amanhecer, algum pequeno irei mudar. Hoje apetece-me ler e amanhã talvez não. Acredito que os dias devem ser construídos segundo o que nos apetece ou mediante o que o novo amanhecer nos proporciona. Hoje apetece-me caminhar e amanhã correr e, quem sabe, no domingo vou fazer uma hora de bicicleta. 

 

Não tenciono pedir desejos de ano novo ou vestir algo novo para atrair a suposta boa sorte. Abandonei essa prática. Não resulta. De que me vale pedir amor se as coisas acontecem, segundo dizem, quando deixamos de o buscar? O ano ainda agora começa e nós já tanto lhe pedimos... amor, saúde, trabalho, paz... ele que chegue e surpreenda, sem desejos ou listas de objectivos.

 

Vou passar a noite em casa, na cama, enrolada nas mantas e a ler um livro... afinal o que muda com uma noite? Nada! Absolutamente nada. É, como costumo dizer, uma noite para todos os exageros. Portanto, não vou a nenhuma festa. Vou ler. Se é deprimente uma jovem de vinte e seis anos passar a noite em casa? Um bocadinho. Mas, afinal, o que muda com o novo ano? Nada, apenas o mês e o número no final da data...

 

Ainda assim e, em jeito de resumo,

 

Em 2015 vou esperar para ver que surpresas me reserva, vivendo um dia de cada vez e mudando a cada novo amanhecer. Tenho esperança que, apesar de tudo, este seja o meu ano.

 

É, como diz Carlos Drummond de Andrade na sua Receita de Ano Novo,

 

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E, aproveitando o texto, para todos os que por aqui passam, votos sinceros de um feliz

bb_Fotor.jpg.

 

O melhor de 2014,

o melhor, ou seja, o melhor do melhor de 2014 já o tinha escrito. Ainda assim, o ano que agora termina, foi recheado de pequenas coisas boas que merecem ser registadas. Portanto, eis o melhor de 2014 em diversas áreas,

 

O Livro

eu, malala

 Acompanhou-me na viragem de 2013 para 2014 e, sem dúvida que foi dos que mais me marcou. Poderia ter seleccionado outros livros como, Mil Sóis Resplandecentes (análise aqui) ou O Jogo do Anjo (foram intencionalmente escolhidos porque foram igualmente livros marcantes) mas, num ano em que tanto se falou de mulheres e em que Malala foi distinguida com o prémio Nobel da Paz, faz todo o sentido destacar a bibliografia desta menina guerreira. Uma vida de luta, esperança e fé.

 

A Série

GameofThrones

 Nunca fui moça de séries ou de filmes. Porém, de entre as poucas séries que acompanhei, A Guerra dos Tronos é, sem margem para dúvidas, a minha preferida. Já tinha ouvido falar imenso dela, desde amigos aos irmãos mas, admito, o facto de existir muito sangue e violência deixaram-me de pé atrás. No entanto, mais ou menos por altura do meu aniversário em Junho, enchi-me de coragem e vi o primeiro episódio... seguiu-se o segundo, o terceiro e, quando dei por mim, estava completamente viciada. Vi todas as temporadas em pouco mais de um mês, mais ou menos três episódios por dia... e, agora, estou ansiosa pela nova temporada.

 

O Filme

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 Dos poucos filmes que vi em 2014, O Clube de Dallas foi, de longe, o mais marcante. O filme aborda as temáticas do VIH/Sida, transexualidade e o papel das companhias farmacêuticas, numa excelente interpretação dos actores. 

 

A Novela

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  Gosto de novelas e, de todas as que passaram no ano que agora finda, A Guerreira ou Salve Jorge - na versão original brasileira -, é uma das minhas preferidas. O amor é um dos, aliás como em todas as novelas, ingredientes principais, apimentado por guerras, separações e intrigas. Porém, em A Guerreira, através da protagonista Morena, uma mulher forte e lutadora, o tema do tráfico e exploração sexual de mulheres é analisado e dominante, mostrando como é fácil seduzir uma mulher com promessas de um futuro melhor. Num tema tão pouco abordado, esta novela foi, provavelmente, uma das mais educativas que assisti até hoje. E é, de lamentar que, este género de novelas seja repetidamente atiradas para horários tardios, tal como acontece com outra que gosto muito, Lado a Lado.  

 

A Música

(estrangeira e portuguesa)

 

A Minha Viagem

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 Este foi o ano em que, pela primeira vez na vida, coloquei os pezinhos no Algarve. No mês de Agosto rumei a sul para uns dias de descanso em terras algarvias onde fiquei a conhecer um pouquinho de um sítio tão elogiado e tão procurado. Porém, de facto, não seria o local mais adequado para umas férias relaxadas... gosto de sítios calmos, com pouca aglomeração de pessoas e crianças, de ter espaço suficiente para estender a minha toalha e, de facto, Algarve não condiz com a minha definição de férias. Mas, ainda assim, valeu pelos amigos.

 

O Meu Projecto

postal japão

 Postcrossing. A ideia é simples: partilhar postais com qualquer pessoa, em qualquer ponta do mundo.

 

Adolescentes, galinheiros e ovos.

Quando, ao ler os comentários a este post, relembrei um episódio caricato que a minha irmã nos relatou e que se passou na turma dela...

 

Numa aula, ao debaterem sobre a cidade, o professor perguntou aos alunos se tinham noção de que a zona periférica da cidade era ainda muito rural, onde era possível encontrar galinheiros e campos hortícolas. Todos responderam que sim, menos uma jovem que, segundo a minha irmã, sem qualquer vergonha perguntou:

 

 O que são galinheiros?

 

As atenções, como seria de esperar, voltaram-se para ela... diz a minha irmã, que todos, sem excepção, a olharam com cara de quem ela-só-pode-estar-no-gozo mas, ao verem o ar de perdida lançaram a pergunta,

 

Oh A., mas tu sabes de onde vem os ovos? Ou galinhas?

 

A jovem, descontraidamente responde,

 

Claro que sei! Ora essa, do pingo doce... toda a gente sabe que é do pingo doce!

 

Quando, uma educadora de infância, numa formação que frequentei sobre crianças, nos relatou algo semelhante, sendo o protagonista uma criança de cinco anos, fiquei chocadíssima embora, de alguma forma, se conseguia desculpar... mas, neste caso, falamos de uma adolescente de dezasseis anos, repito 16! É lógico que isto nem todos os adolescentes se incluem no mesmo saco e eu mesma, enquanto outrora adolescente, também proferi as minhas asneiras, mas é medonho e assustador que, algo tão simples, tenha a resposta mais estapafúrdia que se possa imaginar. E a culpa? Sei lá! Da adolescente, dos pais, da sociedade. 

 

A escola da minha irmã situa-se numa cidade onde, mesmo à entrada, se avistam longos campos de cultivo; onde, uma vez por semana e lado a lado com a escola, se realiza uma feira onde galinhas se misturam com roupa, onde as peixeiras andam pelas ruas a gritar e velhas camponesas carregam pesados sacos à cabeça. É uma cidade entre o rural e o moderno, entre o tradicional e o inovador, em que o campo convive alegremente com a agitação de uma pequena cidade e onde as galinhas ainda são o despertador de muitos. 

 

Ela, a adolescente em causa, para tentar remediar o choque que provocou, ainda responde que os pais nunca a levaram a ver galinheiros nem galinhas... como se tal fosse justificação!

 

E, de certa forma, não me surpreende que estas respostas se tornem mais habituais... e isto deixa-me assustada e apreensiva com o futuro deste pequeno país!

 

 

 

(sobre a adolescente, segundo a minha irmã, as principais preocupações são: roupa, estar gira, magra e sexy, maquilhagem, rapazes e sapatos; pouco ou nenhuma preocupação sobre a escola ou o futuro, diz que os pais são ricos)

Sobre livros em segunda mão...

O mundo dos livros em segunda mão vai, muito em breve, levar-me à falência e não me refiro só à carteira - de facto, é importante e sem dinheiro na carteira, aliás, no cartão, não há compras - mas também,

 

- da estante, que qualquer dia começa a acusar o sinal de excesso de livros,

- dos carteiros dos CTT porque, como a campainha de minha casa não toca e a caixa é pequenita, são obrigados a deixar o aviso (o que de pior pode acontecer é, ao passar em frente aos correios, ser reconhecida e chamada pelo carteiro para levar a encomenda em vez de esperar pelo dia seguinte, como já aconteceu),

- de mim mesma que, pelos motivos acima mencionados, sou obrigada a esperar pelo dia seguinte para ir buscar os meus livritos,

- tinha a hipótese de enviar as encomendas de livros para a morada do trabalho do meu pai mas, desconfio que nem chegava a ter tempo de abrir porque...

- qualquer dia os meus pais "matam-me" (não no sentido literal da palavra) ou deserdam-me ou algo assim - o meu pai já me olha de lado quando me vê com algum envelope e, aparentemente, começa a não pegar a ideia do são mais baratos ou é difícil encontrar estes em segunda mão,

 

e, é por isto que eu digo que me vai levar à falência ou algo semelhante... 

 

E, onde faço as minhas compras em segunda mão?

 

Através de diversos grupos no facebook ou no olx e tento aproveitar (e estar atenta) as campanhas do continente com promoções de 50% para livros em primeira mão - assim, por exemplo, adquiri Equador por uns 9€ e Ilusão Perfeita por uns 7€. Regressando aos livros em segunda mão, opto por valores inferiores a 10€ com a garantia dos portes de envio e, desta forma, nos últimos meses, enchi a prateleira com livros entre os 4 (até hoje, o valor mais baixo, embora tenha noção que consiga ainda mais baixo) e os 10€. Procuro comprar livros que sempre quis ler e, faço a pesquisa dos mesmos no universo dos livros usados. É impossível resistir, tomando como exemplos, a comprar Os Pilares da Terra por uns 20€ quando, apenas um livro, ultrapassa os 18 ou Catarina de Bragança por uns 8€. 

 

Pronto. Era isto. Vou ler mais um bocadinho.

 

** (Magda, entretanto já consegui o segundo volume de Um Mundo Sem Fim)

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