Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Obrigado!

Antes das mini-férias, um mininho...

 

Diz que vou de férias... numas mini-pseudo-férias com um grupo de amigos. Curtas, porque o dinheiro é curto; pseudo, porque não sou muito amante de praia mas, pelo convivio com quem já não estou à tanto tempo e o conhecer um novo lugar, faz-se um sacríficio. Esperemos que tenha oportunidade de fugir às tardes na praia porque, do que eu gosto mesmo, é de conhecer monumentos e locais... mesmo que o tenha de fazer sozinha. Ou, em alternativa, dois livros não chegaram... 

O meu momento mais marcante.

A vida é recheada de momentos e de pessoas que os tornam marcantes e inesquecíveis. Se tivesse de escolher o momento mais marcante, ao longo dos meus 26 anos, o único e mais especial, certamente seria aquele cujas palavras jamais conseguirei esquecer... passem mil anos, mas impossíveis de esquecer. 

Nunca fui, enquanto estudante, uma aluna de destaque. As minhas notas rodavam a média, no secundário, do 14, sendo que as notas mais elevadas foram 17 a Espanhol (visto que, segundo o professor, falava portuñol - mistura de português e espanhol)  e um 19 num trabalho de Geografia A (e que resultou num revoltante 15 final à disciplina). Apesar de tudo, era uma aluna empenhada, que mostrava esforço e não desistia de lutar por melhorar. E, claro, os professores notavam isso (excepto a de Geografia que, para mim, não ia à bola com ninguém, excluindo, as nerds da turma). Foram alguns os que, ao longo do meu percurso escolar, me disseram o mesmo que aquela professora me haveria de dizer, no final do meu 12º ano mas, nenhum, com o mesmo entusiasmo e orgulho como ela o fez.

Ela fora a minha nova professora de Português nos dois anos últimos anos de ensino secundário. O 11º ano correu terrivelmente mal, tão mal que um 8 soube a um 15, porque acreditava piamente que me daria um 6 ou um 7. Desanimei de tal maneira com a nova professora que, considerava má nos dois sentidos (como professora e pessoa) e, com a matéria (não gostei de Eça de Queiroz nem d' Os Maias), que simplesmente desisti da disciplina e de a estudar... acreditava que, no ano seguinte, seriamos premiados com a (ansiada) mudança. Porém, isso não aconteceu. No 12º ano lá estava ela, a detestada professora. E eu, tal como todos naquela turma, não tínhamos outra alternativa senão gramar com ela. Decidi que, se realmente queria entrar na universidade, tinha de ultrapassar o meu 8 a Português e subir. Tinha que deixar de lado o meu sentimento de ódio/medo daquela professora e empenhar-me a 1000. E, assim foi. Confesso, a matéria ajudou (foi aqui que aprendi a gostar de Saramago) e a postura da mesma também mudou: deixou de ser agressiva e intocável, para se tornar numa professora acessível e aberta a sugestões e opiniões... assumira, também, culpa nas notas negativas do ano anterior.  

Numa manhã quente, numa sala que recordo como se fosse ontem e enquanto falávamos de sonhos e projectos futuros, ela pediu um momento para dar os parabéns a uma aluna que se destacará dos restantes. Não referiu o nome da pessoa em causa, apenas o esforço e dedicação que demonstrará naquele ano. Não percebi que era sobre mim que falará até mencionar o meu nome e pedir que me aplaudissem, porque eram mais do que merecidas.

 

Quem ultrapassou esta batalha como tu o fizeste, na busca de um sonho, o de entrar na universidade, será capaz de ultrapassar todas as batalhas que a vida te colocar. Nunca desistas de lutar pelos teus sonhos. És capaz de muito mais do que imaginas.

 

Foram (mais ou menos) estas palavras que nunca saíram do meu coração e da minha memória. Foi, sem dúvida, o momento mais marcante dos meus (curtos) 26 anos. Para uma miúda como eu, sempre insegura e pessimista (embora ainda hoje o seja, mas muito menos do que no passado), estas palavras e o momento foram... simplesmente indescritíveis. Quiçá, só quem já viveu algo semelhante, é que consegue compreende o quão importante é ouvir palavras de força de um professor com o qual não fomos à bola num determinado período... aliás, os professores nem imaginam o quão valiosas podem ser as suas palavras. Não chorei, mas as lágrimas quase saltitaram. Escusado será dizer que não terminei Português com 20 mas um 12 soube exactamente ao mesmo.

Nos momentos mais difíceis da vida, naqueles em que me vou mais abaixo, é nela e nas suas palavras que me agarro. Pela força, entusiasmo e orgulho que me transmitiram, pelo momento e envolvência... por tudo.

Provavelmente, pensando um pouco mais, poderia eleger outro momento como o mais marcante: uma viagem, o nascimento da minha irmã ou outra qualquer situação. Mas, 26 são tantos e tão poucos os anos para momentos marcantes e, acredito, muitos mais nascerão... mas, este será sempre especial. Porque as palavras são donas de tanta força e, estas, jamais, passem mil anos, as esquecerei...

 


 

E, para vocês, qual o momento mais marcante de sempre?

3 | Da minha estante...

Quem é que nunca teve um amigo ou amiga imaginário?
Eu tive. Não um, mas vários. Lembro-me dos nomes, embora já não me recorde das formas. Bela, Helena, Miguel, Carmen, Juan. Quase sempre nomes que gostava imenso. Eram amigos que não duravam muito tempo, como Budo, o protagonista deste romance, mas eram-me especiais. Surgiam em momentos que, enquanto criança, considerava difíceis e desapareciam quando o momento se tornava mais alegre. Ou, como algumas vezes acontecia, quando um adulto me via a falar sozinha e me perguntava com quem falava... envergonhada, respondia que falava sozinha. Sabia que, tal como Max, se menciona-se o nome do meu amigo imaginário, os adultos me olhariam de lado ou responderiam que não existe. 
Porém, nem o tempo nem a idade me fizeram perder este meu lado sonhador. Sim, confesso: aos 26 anos ainda falo sozinha aliás, para um amigo que idealizei. E quem é que nunca deu por si a conversar com alguém que só existe na imaginação?
Max é um menino muito, mas muito especial. Tem oito anos e um amigo (também) especial e diferente. Budo existe à cinco anos e é o seu amigo imaginário. As memórias de Budo e da sua aventura para salvar o seu amigo, transportam-nos para um mundo de sonho e imaginação que desejamos nunca abandonar. Uma história criativa e apaixonante. Amizade, lealdade, respeito, amor e entreajuda são ingredientes básicos do livro de memórias de Budo, numa linguagem muito acessível e honesta, sendo Budo o narrador da sua própria história. Um livro que deixa sabor a saudade. Um livro para guardar e, num futuro, recordar.  
 
O mundo do Budo é tão realista como ele é imaginário. Teríamos todos muita sorte em ter Budo ao nosso lado. Ler o seu livro de memória é a segunda melhor coisa.
 
Avaliação final,
De 0 a 5 = 5 (excelente)

Pág. 1/3