Cartas ao Mar
Sempre tive uma forte ligação com o mar.
Durante anos, durante as minhas viagens entre a escola e casa, procurava sempre sentar-me, no comboio, junto às janelas que me permitiam contemplar o mar. Embora fosse uma viagem curta, era algo que me dava um enorme prazer e me relaxava imenso. Mesmo que me sentasse no lado oposto, não deixava de olhar para o exterior, para o mar. Tenho-lhe respeito, mas a sua beleza e rebeldia sempre me transmitiram paz e calma.
Por tudo isto e por acreditar na sua imensidão e força, atiro ao mar os meus desejos. Sim, atiro ao mar. Escrevo uma carta ao mar com os meus desejos, sentimentos e sonhos. Não sei se li isto num livro; pode parecer estúpido, mas para mim é algo que me dá força e esperança.
A primeira vez que o fiz, o mar ouviu-me. Talvez um ano depois, o meu pedido ganhava forma. Depois disso, voltei-o a fazer mais uma vez... o mar e o tempo parecem ajudar-me a esquecer aquilo que escreverá ao mar. Pela terceira vez vou voltar a fazer-lhe um pedido e preciso tanto que ele me escute, que preste atenção à minha carta e às minhas palavras. Preciso que ele me recheie o dia com coisas boas e alegres, com um amor, um trabalho e amizade.
Talvez não tenha sido por acaso que escolhi este nome para o meu blog: um mar de pensamentos. Porque ao mar escrevo cartas de pensamentos e sonhos. E, talvez não seja a única a escrever cartas ao mar e acreditar nele...