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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Uma tag de livros musicais.

Roubei uma tag divertidíssima que mistura livros com música... precisamente duas coisas que tanto gosto e aprecio. 

 

Descobrir e realizar estas tags, para mim, é uma forma de dar a descobrir, de outra forma, os meus gostos literários e falar divertidamente sobre livros. Ora, a tag que eu hoje apresento e com a qual engracei foi roubada da Neuza, do youtube e blog Mil Folhas, e consiste em associar livros às diferentes categorias musicais.

 

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Posto isto, falamos sobre livros e estilos musicais...

 

Clássico. Um livro clássico.

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 O Monte dos Vendavais de Emily Brontë. Li-o este ano e adorei-o. É um livro marcante e poderoso. Uma história distinta e triste de um amor verdadeiro e impossível. 

 

Ponderei, para esta categoria, o clássico que ando a ler, Jane Eyre, escrito pela irmã de Emily, Charlotte Brontë. Porém e embora possa assegurar, com toda a certeza e sem receio de arrependimento, de que será um dos meus livros clássicos favoritos, ainda não terminei a leitura de Jane Eyre.

 

Rock. Um livro com uma personagem irreverente. 

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 Travessuras da Menina Má de Mario Vargas Llosa. Associei, automaticamente, este livro à categoria. O livro conta-nos a história de amor louco de Ricardo, um jovem apaixonado e ingénuo, por Lily, a menina má, uma jovem ousada e invulgar. A paixão travessa de ambos inicia-se em Lima, no Peru, ainda crianças mas manter-se-à por grande parte da vida adulta de ambos, tomando diferentes cidades, como França, Inglaterra, Japão e Espanha, testemunho desta paixão louca. Lily é uma personagem que desperta desprezo, pela forma como trata o seu eterno apaixonado Ricardo, irreverente, travessa, distinta da todas as personagens femininas que li e à qual, no final, ainda não sabemos se conseguimos gostar dela ou perdoar-lhe as travessuras.

 

Jazz. Um livro que aborde a temática do racismo. 

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 Deste Lado da Luz de Colum McCann. É o único livro que, julgo eu, aborde para lá do superficial a questão do racismo. Quase todos os livros que li quando abordam esta questão, fazem-no sem grandes referencias, pequenas menções. Porém, para esta categoria, não necessitei de uma reflexão marcante sobre as leituras que fiz... este é, definitivamente, um livro que fala sobre o racismo, preconceito e vidas marcantes. É, na minha opinião, um dos livros mais pesados que li. Uma leitura cruel sobre os abusos e a crueldade do ser humano para com os seus semelhantes. McCann não se limita a narrar uma história, com tanto de falso como de verdadeiro, obriga-nos a reflectir no que somos e no que seriamos se as nossas vidas se assemelhassem às descritas no livro. Deste Lado da Luz é uma viagem no tempo e das transformações, onde a história da cidade de Nova Iorque se cruza com a história pessoal das personagens. Problemas sociais, raciais e económicos misturam-se com problemas mentais. Os anos avançam, as gerações também mas, nem por isso, o livro se torna mais leve. Porém, ainda assim, um livro que recomendo vivamente.

 

Folk. Um livro que aborde tradições.

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 Arroz de Palma de Francisco Azevedo. Não posso dizer que se trate de um livro que aborde marcadamente tradições. Porém, existe algo de peculiar e tradicional nesta história. É, em primeiro lugar, um livro sobre uma família muito tradicional, com raízes em Viana do Castelo e a quem a falta de oportunidades, no início do século XX, obrigada a mudar para terras do Brasil. Por isto, facilmente associe este livro à categoria musical folk. Por outro lado, apesar dos anos se passarem, a família crescer e se adaptar às mudanças, olvidando a tradição portuguesa e interiorizando tradições brasileiras, existe um elemento que interliga as várias gerações: o arroz da tia Palma. É um livro divertidíssimo, apesar da escrita misturar inúmeras expressões brasileiras, de várias gerações da mesma família... a família é um prato de difícil confecção.

 

Pop. Um livro que chegue às massas.

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 Prometo Falhar de Pedro Chagas Freitas. Queria e procurei cair no habitual cliché mas, evidentemente, não encontrei mais nenhum livro para esta categoria. Pensei em escolher a saga d' As Sombras de Grey mas, mais uma vez, é um livro mais do que falado e eu estou farta dele. Este idem... não gostei, é chato, aborrecido, um livro recheado de frase clichés que, para mim, qualquer um conseguiria escrever numa noite mais inspirada. Porém, como ainda mora cá em casa, em vias de ir para outra qualquer estante foi, indiscutivelmente, a minha escolha. 

(li Eleanor & Park, a escolha para esta categoria da Neuza porém, pessoalmente, nunca a incluiria nesta categoria.)

 

Hip-Hop. Um livro que seja uma crítica social.

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Ele Está de Volta de Timur Vermes. Um livro humorístico, irónico, divertido, critico, sarcástico. Adolf Hitler acorda num terreno baldio de uma Alemanha no ano 2011. Olha em redor e não encontra uma cidade em ruínas, nem bombardeiros a riscar os céus; em vez disso, descobre ruas limpas e organizadas, povoadas de turcos, milhares de turcos. E gente com aparelhos estranhos colados ao ouvido. Assim começa o romance de Timur Vermes. Numa Alemanha multirracial e onde uma mulher, Angela Merkel, governa o destino do país, na era do euro e da crise, dos reality shows e da internet, Adolf Hitler regressa... e ninguém vê nele uma ameaça. É recebido de braços abertos por uma televisão alemã, desejosa de aumentar as audiências. A sociedade vê nele um palhaço inofensivo, embora se trate de um homem impulsivo, mal-disposto e agressivo. Ninguém recorda os crimes odiosos e monstruosos do passado. Batem-lhe palmas. Ingénuo em relação às novas tecnologias e às mudanças da sociedade alemã, Hitler planeia o seu regresso através da televisão. Porém, através dos seus dotes de oratória e ar de palhaço inofensivo, o ex-líder alemão vai divulgando as suas ideias xenófobas e racistas... O regresso de Adolf Hiltler é, através do olhar de Vermes, perturbantemente cómico. Não consegui deixar de rir, apesar de reconhecer a delicadeza do tema. Trata-se uma sátira não só política mas, também social, nomeadamente, à sociedade alemã e às sociedades da tecnologia. 

  

Gospel. Um livro que retrate fé ou religião.

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 A Menina Que Fazia Nevar de Grace McCleen. Um livro que aborda os perigos do fanatismo religioso, no olhar ingénuo e doce de uma menina, Judith. Bullying, solidão, amor, e esperança são outros dos dos ingredientes que tornam este livro um dos mais especiais e inesquecíveis que li. Uma leitura intensa, uma viagem na montanha russa dos sentimentos, onde choramos e sorrimos com a pequena Judith. Uma leitura que recomendo àqueles que acreditam e aos que não acreditam; aos judeus, cristãos, muçulmanos, ateus ou agnósticos.

 

Bossa Nova. Um livro simples e leve. 

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 A Rapariga de Papel de Guilaume Musso. É um livro simples, leve, fofinho, com uma capa linda! Adorei este livro. Cativou-me desde a primeira página. Fala-nos de amor e de amizade. Tom é um famoso escrito de Los Angels caído em desgraça: álcool, drogas e excessos tornam-se os novos companheiros do escritor. A paixão louca pela bela pianista Aurore determinam o caminho trilhado por Tom. Porém, a chegada de Billie, uma personagem dos livros de Tom que afirma ter caído no mundo real de uma frase incompleta do escritor, abalará a vida do escritor e ambos embarcaram na viagem da amizade e paixão. 

 

R&B. Um livro nostálgico.

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 Memorial do Convento de José Saramago. É uma escolha peculiar mas, para mim, este livro leva-me a embarcar nas memórias do meu tempo de ensino secundário e das perícias das aulas de português. Poderia ter optado por outro livro, todavia, não tanto pela história em si mas, acima de tudo, pelo que este livro representa para mim, uma fase da minha adolescência feliz, não poderia deixar de o escolher. 

 

Fado. Livro de um autor português.

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 Perguntem a Sarah Gross de João Pinto Coelho. Uma leitura recente. Um livro marcante e viciante. É difícil não se deixar cativar por este livro. Viajamos, na escrita de Pinto Coelho, à Polónia antes da chegada dos nazis e da instalação de um dos campos de concentração mais mortiferos, Auschwitz-Birkenau. 

 

Latina. Um livro escrito por alguém da América Latina ou passado naquela zona. 

 Por ser, como tenho referido diversas vezes no blogue, uma amante de música latina, resolvi incluir esta categoria à tag livros musicais.

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 La Isla Bajo El Mar de Isabel Allende. A escritora chilena escreveu um romance histórico poderoso e marcante sobre a escrava negra Zarité, vendida aos nove anos a um francês, dono de uma das maiores plantações de cana-de-açúcar das Antilhas e de quem, anos mais tarde, acaba por se tornar amante. Zarité, através do seu olhar, dá-nos a conhecer a vida de sofrimento e escravatura do povo negro. Confesso, todavia, que não me recordo detalhadamente da história. O meu livro está escrito em espanhol e, apesar de me ser uma língua familiar, este foi-me particularmente complicado de ler: tratava-se de um livro de bolso (e eu não sou fã desta versão, especialmente contendo letras pequenas), numa altura de pouca maturidade literária e cuja escrita achei um pouco difícil... li esta história à uns seis ou sete anos. 

Livros na mesa de cabeceira.

Três. O verão é, para muitos, tempo de férias, descanso e calma. Para mim, que trabalho nesta altura num café, é tempo de confusão, cansaço e cabeça feita num oito. Isto reflecte-se e provoca moças na leitura... acabam por ficar um bocadinho arrumadas. A verdade é que vou lendo mas procuro evitar todo o género de livros grandes, com conteúdo histórico ou histórias pesadas. No fundo, aproveito para ler exactamente aquilo que o verão das mil confusões me pede: leituras leves. Porém, comigo não foi isso que acontece, simplesmente porque a ansia e a curiosidade sobre um determinado livro é elevada ou a desilução com outro nos obriga a parar, e neste momento tenho três livros na minha mesa de cabeceira...

 

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Três livros na minha mesa de cabeceira é, segundo dizem na minha terra, a conta que deus fez. Ou, no fundo, sejam apenas dois livros. O primeiro livro que se encontra à semanas a requerer a minha atenção é O Retrato da Mãe de Hitler do escritor português Domingos Amaral.

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O livro foi-me emprestado pela Magda, do blogue StoneArt. Tenho como política ler o que não é meu e devolver assim que a leitura termine mas, porém, o certo é que o livro anda à dias, semanas, na mesa de cabeceira sem que lhe toque. O Retrato da Mãe de Hitler tinha tudo para ser um belo romance histórico, clarificando a posição de Portugal de Salazar face ao fim da II Grande Guerra e dos nazis alemães que usaram o país como rota de fuga. Todavia, o livro fica aquém das expectativas: diálogos pobres e improváveis entre neto e avô, abundância de relatos sobre sexo e abordagem fraca às aventuras e desventuras do nazi que guardava os tesouros de Hitler, incluindo o retrato de Klare, a mãe de Adolf. Li, de Domingos Amaral, Quando Lisboa Tremeu, romance histórico sobre o terramoto de 1755, e na época gostei da forma simples, clara e fluida como escrevia, bem como no que considerei tratar-se de um excelente trabalho de pesquisa. Porém, este segundo livro que leio dele revelou-se uma total desilusão... e, no entanto, poderia dar-se o caso de a desilusão se dar em virtude de não ter lido o primeiro volume Enquanto Salazar Dormia, mas o segundo livro claramente, pela prodigiosa capacidade de recordação do avô Jack, dispensa a leitura do primeiro. Não gosto de deixar livros inacabados mas, quando sinto necessidade de saltar frases ou páginas à frente, dificilmente conseguirei terminar o livro. Iniciei a leitura a dezasseis de julho e, todavia, até à presente data, não o voltei a folhear, lendo e vivendo outras aventuras literárias... sinceramente, nem sei se o voltarei a esta leitura nem sinto necessidade de o fazer. 

 

Na semana passada, a dia treze, comecei a ler O Tempo Entre Costuras da espanhola María Dueñas.

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É, tal como o anterior mencionado, um romance histórico passado entre terras espanholas, marroquinas e portuguesas, costurado sob o pano da Guerra Civil Espanhola e de uma Madrid que apoia a Alemanha Nazi da II Grande Guerra, dos enclaves de Tânger e Tetuán, e uma Lisboa que ainda não conheci. O Tempo Entre Costuras era daqueles livros que queria ler à muito tempo... mais ou menos desde que o meu irmão me falou na série que ele gostava de acompanhar. O livro foi adaptado a série por um canal espanhol, em 2013, e o meu irmão foi-lhe fiel seguidor. Portanto, desde essa altura que desejava ler o livro... e o entusiasmo cresceu quando li criticas positivas noutros blogues, e de entre elas a da JustSmile, sobre o livro. Não se trata, todavia e na minha  opinião, de um livro carregado de aspectos históricos. O Tempo Entre Costuras conta com o seu qb de detalhes históricos, não se tornando maçudo, numa escrita cuidada mas clara e fluida. Acabei por abandona-lo um pouco, essencialmente, porque me sinto cansada e sem me conseguir entregar devidamente à sua leitura. É uma leitura que merece tempo e dedicação e enquanto os dias cansativos se mantiverem, dificilmente serei capaz de me lhe dedicar o tempo que realmente merece. A curiosidade sobre o livro levou a melhor, à muito que o ansiava ler e o inevitável aconteceu... não consegui deixar para uma altura mais calma, sendo obrigada a uma pequena pausa. O Tempo Entre Costuras é, sem dúvidas, um romance histórico que vale a pena ser lido.

 

Por fim, recentemente, a catorze, optei por dar inicio à leitura de Arroz de Palma do brasileiro Francisco Azevedo.

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É, um livro pequeno, com cerca de trezentas páginas, capítulos pequenos e fáceis de ler, duas a três páginas, escritas numa mistura entre o português de Portugal e o português do Brasil. Arroz de Palma fala sobre família, a complexidade de um século na vida de uma família brasileira com sangue português, um prato de elaboração complexa... sim, Arroz de Palma é daqueles livros com sabores e cheiros, misturando culinária com sentimentos diversos. Não posso dizer que estou a adorar, uma vez que ainda estou muito no início, não ultrapassei as primeiras cinquenta páginas mas, posso afirmar que já me ri com as personagens e desentendimentos... 

E, da Feira do Livro,

... não a de Lisboa, mas a de outra cidade bonita no litoral português, trouxe para casa,

 

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Livros que há muito desejava. A verdade é que me limitei a estes porque, contrariamente ao que se diz por aí, feiras de livros não me ficam baratas. Quiçá a de Lisboa valha a pena mas, nas restantes, pelos preços praticados, minha nossa!. Vi livros com valores mais elevados do que numa livraria, outros cujo o preço se resumia a menos um euro no preço de editor e outros que, cedo ou tarde, irei encontrar em promoção. Ou seja, trouxe alguns dos livros que desejava por uns quarenta euros: no caso da Picoult, vinte euros, pouco menos de oito euros por Maldito Karma Índice Médio de Felicidade por perto de doze euros. Quanto a Arroz de Palma custou-me uns dez euros na Feira do Livro da note.it. Sobre livros recém lançados, não vi praticamente nada e poucos foram os clássicos que consegui descobrir... a verdade é que aquela Feira do Livro é bastante pequenita e, confesso que, imaginava algo maior.

 

Por outro lado, estando eu habituada a comprar livros em segunda mão, muitos eles, em melhor estado do que quando comprados em livrarias ou na wook, por valores inferiores a dez euros, tornei-me mais exigente e restrita na hora de comprar livros... perguntava-me, quando pegava num livro cujo valor ultrapassava os dez euros, se não o conseguiria encontrar por outro preço, num grupo de livros no facebook. Talvez por isto, tenha achado os preços praticados nesta Feira do Livro exagerados. 

 

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Dezoito livros em espera na minha estante. Tenho, presentemente, dezoito livros por ler, fora dois que ganhei em passatempos... resumidamente, vinte livros! O assustador é que, contrariamente à maioria dos portugueses, estarei a trabalhar num café nos meses quentes de verão e tão pouco tempo para ler. Juro que não compro mais livros nos próximos meses... ou, pelo menos, irei tentar... prometo tentar!