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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

O meu momento mais marcante.

A vida é recheada de momentos e de pessoas que os tornam marcantes e inesquecíveis. Se tivesse de escolher o momento mais marcante, ao longo dos meus 26 anos, o único e mais especial, certamente seria aquele cujas palavras jamais conseguirei esquecer... passem mil anos, mas impossíveis de esquecer. 

Nunca fui, enquanto estudante, uma aluna de destaque. As minhas notas rodavam a média, no secundário, do 14, sendo que as notas mais elevadas foram 17 a Espanhol (visto que, segundo o professor, falava portuñol - mistura de português e espanhol)  e um 19 num trabalho de Geografia A (e que resultou num revoltante 15 final à disciplina). Apesar de tudo, era uma aluna empenhada, que mostrava esforço e não desistia de lutar por melhorar. E, claro, os professores notavam isso (excepto a de Geografia que, para mim, não ia à bola com ninguém, excluindo, as nerds da turma). Foram alguns os que, ao longo do meu percurso escolar, me disseram o mesmo que aquela professora me haveria de dizer, no final do meu 12º ano mas, nenhum, com o mesmo entusiasmo e orgulho como ela o fez.

Ela fora a minha nova professora de Português nos dois anos últimos anos de ensino secundário. O 11º ano correu terrivelmente mal, tão mal que um 8 soube a um 15, porque acreditava piamente que me daria um 6 ou um 7. Desanimei de tal maneira com a nova professora que, considerava má nos dois sentidos (como professora e pessoa) e, com a matéria (não gostei de Eça de Queiroz nem d' Os Maias), que simplesmente desisti da disciplina e de a estudar... acreditava que, no ano seguinte, seriamos premiados com a (ansiada) mudança. Porém, isso não aconteceu. No 12º ano lá estava ela, a detestada professora. E eu, tal como todos naquela turma, não tínhamos outra alternativa senão gramar com ela. Decidi que, se realmente queria entrar na universidade, tinha de ultrapassar o meu 8 a Português e subir. Tinha que deixar de lado o meu sentimento de ódio/medo daquela professora e empenhar-me a 1000. E, assim foi. Confesso, a matéria ajudou (foi aqui que aprendi a gostar de Saramago) e a postura da mesma também mudou: deixou de ser agressiva e intocável, para se tornar numa professora acessível e aberta a sugestões e opiniões... assumira, também, culpa nas notas negativas do ano anterior.  

Numa manhã quente, numa sala que recordo como se fosse ontem e enquanto falávamos de sonhos e projectos futuros, ela pediu um momento para dar os parabéns a uma aluna que se destacará dos restantes. Não referiu o nome da pessoa em causa, apenas o esforço e dedicação que demonstrará naquele ano. Não percebi que era sobre mim que falará até mencionar o meu nome e pedir que me aplaudissem, porque eram mais do que merecidas.

 

Quem ultrapassou esta batalha como tu o fizeste, na busca de um sonho, o de entrar na universidade, será capaz de ultrapassar todas as batalhas que a vida te colocar. Nunca desistas de lutar pelos teus sonhos. És capaz de muito mais do que imaginas.

 

Foram (mais ou menos) estas palavras que nunca saíram do meu coração e da minha memória. Foi, sem dúvida, o momento mais marcante dos meus (curtos) 26 anos. Para uma miúda como eu, sempre insegura e pessimista (embora ainda hoje o seja, mas muito menos do que no passado), estas palavras e o momento foram... simplesmente indescritíveis. Quiçá, só quem já viveu algo semelhante, é que consegue compreende o quão importante é ouvir palavras de força de um professor com o qual não fomos à bola num determinado período... aliás, os professores nem imaginam o quão valiosas podem ser as suas palavras. Não chorei, mas as lágrimas quase saltitaram. Escusado será dizer que não terminei Português com 20 mas um 12 soube exactamente ao mesmo.

Nos momentos mais difíceis da vida, naqueles em que me vou mais abaixo, é nela e nas suas palavras que me agarro. Pela força, entusiasmo e orgulho que me transmitiram, pelo momento e envolvência... por tudo.

Provavelmente, pensando um pouco mais, poderia eleger outro momento como o mais marcante: uma viagem, o nascimento da minha irmã ou outra qualquer situação. Mas, 26 são tantos e tão poucos os anos para momentos marcantes e, acredito, muitos mais nascerão... mas, este será sempre especial. Porque as palavras são donas de tanta força e, estas, jamais, passem mil anos, as esquecerei...

 


 

E, para vocês, qual o momento mais marcante de sempre?

4 anos.

Passaram quatro anos. Nem acredito... como o tempo passou a voar.

Quatro anos depois deparei-me com o meu antigo blog. É curioso como palavras de à quatro anos se mantém tão verdadeiras e sinceras no presente. Quem sabe não as use por aqui?

 

 

Não tinha como não reparar no último texto que escrevi. Falavam sobre ti. Contive as lágrimas mas não a tristeza que me assolou na alma. Aquelas palavras pareciam conter a chaves de um amor feliz... tudo tão no início, tão sincero, tão verdadeiro. Quase como por magia, de um dia para o outro, parei de escrever sobre a solidão, para escrever um último texto sobre ti. Passaram quatro anos. Tu estás noutra relação e eu mergulhei na solidão, naquela que provavelmente nunca sai, nem sei se algum dia sairei. Custa-me escrever sobre ti, sobre aquilo que fomos, sobre o nós passado. Fico-me por aqui.

Sonhos até aos 27.

Dizem que o dia do nosso aniversário deve, por um lado, ser de reflexão e, por outro, de celebração (como não tenho amigos na 'santa terra', foi pasado com a família e sozinha).

Eu, desde os 18, que deixei de ter interesse em festejar os aniversários. Em primeiro lugar, porque não vejo qual a lógica de celebrar o caminho para a velhice e responsabilidade. Em segundo, por uma questão pessoal. Por último, porque nunca me identifico com a idade real que o meu cartão de cidadão me dá. Hoje não me sinto com 26, sinto-me como uma menina de 20: algo imatura, cheia de sonhos, que não sabe como os alcançar. Imaginava-me a completar este aniversário com mais vitórias do que realmente tenho; imaginava uma vida diferente aos 26. Agora que os atingi e que vejo que a vida não me deu aquilo que sonhei, não consigo imaginar como será daqui para a frente. Dizem que a idade nos dá a calma necessária para encarar as situações da vida com outra visão; no meu caso, deu-me de presente a ansiedade e o medo de nunca realizar alguns sonhos antes de chegar aos 30. 

 

Dos meus pensamentos neste aniversário, fica a lista para cumprir (ou, tentar cumprir) antes de chegar aos 27 e sem qualquer ordem de importância:

1. Aprender a controlar os meus medos, a ansiedade e parar de culpar o mundo dos meus problemas (às vezes assumo-os, outras vezes responsabilizo meio universo dos meus males). Como é que isso se faz? Não sei, estou a tentar descobrir. Alguém sabe como é que isso se faz?

2. Arranjar um trabalho, um emprego ou seja o que for (isto de andar dependente dos pais dá comigo em louca).

3. Emagrecer uns 10 kg (ou uns 20, se conseguir). É uma tarefa complicada, sobretudo porque sou preguiçosa, mas aos poucos e poucos e se conseguir controlar o primeiro ponto desta lista, talvez consiga atingir.

4. Ver mais séries, filmes e ler mais livros.

5. Reaprender o inglês, treinar o espanhol.

6. Conhecer pessoas interessantes. À 26 anos que batalho sobre este desafio e à 26 anos que ainda não descobri como é que se faz.

7. Abraçar uma causa de voluntariado.

8. Rir às gargalhadas; abraçar alguém especial (faz algum tempo que não sei o que isto é).

9. Escrever. 

10. E, se não for pedir demais, conhecer alguém que seja amigo, companheiro, amante, namorado. 

Estes são os meus desejos a concretizar até aos 27. Excepto nos pontos 4, 5 7 e 9 que praticamente só dependem de mim, não existe um caminho ou uma estratégia a seguir; nem sequer sei por qual deles começar (embora já tenha começado a trabalhar na questão do peso). Talvez deixar-me ir ao sabor dos dias e das pequenas conquistas (que, no meu dia-a-dia, quase não existem). Talvez deixar-me levar.

Sempre acreditei que na vida, nada acontece por mero acaso. Tal como na frase na frase do escritor americano, Richard Bach

Nada acontece por acaso. Não existe a sorte. Há um significado por detrás de cada pequeno acto. Talvez não possa ser visto com clareza imediatamente, mas sê-lo-á antes que passe muito tempo.

Conversa de café.

Durante a tarde, numa conversa de café, ouvi isto: 

 

Homem que é homem bebe pela garrafa |a cerveja|. Quem bebe pelo copo é um maricas de m***.  

 

Convém acrescentar que moro na zona Norte, em que o uso de palavrões é dominante.

Sobre o senhor em causa: não há-de ter mais de 40 anos, é casado, com filhos e um velho conhecido da terra por não esconder as suas opiniões sobre as mulheres, estrangeiros e homossexuais.