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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Relfies ou a versão moderna do amor.

Relfies, é este o nome atribuído às fotografias do casal mais romântico e lamechas que povoa o teu facebook. Não, a invenção não é minha, quem o diz é um estudo desenvolvido por um psicólogo americano. Uma relfie mais não é do que o auto-retrato de um casal, quase sempre acompanhado de frases e promessas de amor eterno. Em resumo, o estudo diz que os casais que publicam relfies e outras informações sobre o relacionamento, como a alteração do estado no facebook, tendem a ser mais felizes. 

Modernices... relfies, a versão moderna do amor nas redes sociais.

 

 

Conheço um casal, na minha rede social, com as características descritas. Ou melhor, conheço-o a ele. Caloiro de curso, refilão e com as ideias um bocadinho fora do lugar (nada de especial). O mural de ambos é, resumidamente, o dia-a-dia de ambos. Publicam tudo. Desde o pequeno-almoço à hora do deitar. Os auto-retratos (ou selfies, como queiram) acompanhados de juras e promessas de amor eterno. São poucas as fotos com amigos. É só ele e ela... e o cão (ou o filho de ambos, como eles dissem). Após um ano e meio de namoro, estão noivos. Fico feliz por ambos, apesar do nível de lamechices, fico contente por eles. Gosto de ver casais assim, amorosos e felizes.

Mas... existe sempre um mas... ainda me recordo de este mesmo rapaz estar noivo de outra moça e, aquando do fim, se lamentar. No anterior relacionamento, como no presente, choviam relfies e declarações de amor eterno. Viveram juntos. Mudaram-se de país. Compraram um cão (o mesmo, que agora é partilhado pela outra). Ficaram noivos. E, um dia, puf... começaram a chover lamentações sobre a solidão e o abandono. Recordo-me de, na época, ainda a estudar, o padrinho de curso do moço comentar o tema e dizer que não entendia o que se tinha passado com eles... dizia ele 'tanto amor no facebook e quando os via, sempre tão felizes e depois isto... e eu que já tinha comprado o fato para o casamento!'. E, foi vê-lo desaparecer com aquela amor do facebook... como se a pudesse apagar da vida.

Também eu, no passado, me deixei seduzir e levar pela publicação de um auto-retrato, de um novo estado, de uma frase romântica. Sem exagero. O meu facebook não se tornou numa espécie de altar de veneração ao meu (ex)namorado... 

Sou apologista do não excesso. Gosto de ver e saber que amigos e amigas começaram relações ou que vivem dias felizes. Gosto de saber que o amor bateu à porta de alguém ou que veio para ficar e durar. Mas nem oito nem oitenta. Acredito que, quem como eles chega ao exagero no romantismo e eterno amor, precisam de demonstrar alguma coisa... uma perfeição que não existe. Uma tentativa de mostrar segurança na insegurança provável de uma relação. Como se a relação só existisse para o demonstrar no facebook.

Sou romântica à moda antiga. Acredito que o amor não é para ser partilhado por todos, deve ser privado, restrito a quem o vive. Uma ou outra fotografia ou uma frase mais romântica fica sempre bem e é bonito de se ver, mas sem exagero. O amor, por mais (in)perfeito que seja, não é para ser vivido nas redes sociais. É para vivido e saboreado, um dia de cada vez. 

 

* (e, sobre o amor na era virtual, aconselho a ler a crónica Amor 2.0)

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