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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

No país dos estágios...

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Se, por um lado, um estágio pode ser algo realmente benéfico e de aprendizagem, por outro, estágios produzem sentimentos confusos de frustração e esperança. Eu, pessoalmente, ainda não consegui definir se realmente são úteis para o futuro profissional que ambiciono. A verdade é que, durante a Universidade, enquanto estudante de Sociologia, lamentava-me pela fraca vertente profissional do curso. Criticava e, inclusive demonstrei-o junto de alguns professores, a forte componente teórica do curso que, pouco útil seria para um futuro próximo. No percurso da minha formação académica, realizei dois estágios curriculares que, embora longe de serem verdadeiras fontes de aprendizagem, revelaram-se bastante úteis. É, sobretudo nesta fase, enquanto estudantes, que acredito na utilidade de um estágio. Não daqueles estágios-fantochada-vamos-meter-o-estagiário/a-a-fazer-o-que-não-queremos-como-servir-cafés-e-tirar-fotocópias... quando, num estágio, somos obrigados a colocar em prática as aulas.

 

Porém, finalizada a minha formação superior, procurei afastar-me de estágios, procurando um emprego. Rapidamente percebi que, sem qualquer experiência à excepção daqueles dois estágios que pouco valorizava o meu magro currículo profissional, dificilmente encontraria algo a que apelidar de emprego estável - ou trabalho, é-me igual. Assim, candidatei-me a mais um estágio onde, independentemente do meu empenho, não "fiquei" porque a empresa já tinha mais duas estagiaras e preferia-as a contratar efectivamente. Os três curtos meses, onde recebi uns meros cento e cinquenta euros - acreditei, apesar do valor, que seria uma mais valia profissional -, serviram para conhecer uma área distinta à minha e, como as chefes fizeram notar, realizando os trabalhos que elas não queriam.

 

Findo terceiro estágio, procuro novo estágio, desta feita ao abrigo dos estágios para as autarquias locais. Esta semana desloquei-me vários quilómetros para estar presente numa entrevista de estágio. Como eu, mais de vinte jovens, entraram e saíram daquela Câmara Municipal, para uma vaga que, anteriormente esteve preenchida por uma minha ex-colega de curso e, antes dela, por outra estagiaria. E, assim se vive em Portugal, de estágio em estágio... 

 

Infelizmente, este é o país dos estágios. Finaliza-se um, procura-se outro. No fundo, é disto que vivem as estatísticas, aqueles que nos governam, as empresas que contratam. Durante um ano, estamos ocupados, desaparecemos das estatísticas do desemprego... trata-se, no fundo, de uma medida que em nada promovem o emprego real. É benéfico para quem contrata porque, parte ou a totalidade, não lhes sai da contabilidade e, recebem regalias. E, afinal, para que raio servem os estágios? Supostamente, deveria servir para adquirir a tal experiência que, várias vezes escutei, ainda não tinha... sinceramente, não sei quantos estágios necessitarei para adquirir tal maturidade profissional. Uma colega, tal como eu, vai no quarto estágio: dois curriculares, um a nível de autarquia local e, presentemente, um profissional - para o IEFP. E, quando já não conseguir fazer mais estágios, será que finalmente conseguirá o tal ansiada estabilidade profissional? Já terá adquirido experiência e maturidade? Será que as empresas mostraram interesse neles ou, como já me disseram, serviu para passar o tempo porque, no fundo, não se faz nada num estágio? Pois, é o que veremos...

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