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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

6 | Da minha estante... quando éramos mentirosos.

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quando éramos mentirosos transporta-nos para o universo das aparências, luxo, estatuto e preconceito.

 

Os Sinclair são uma família aparentemente feliz. Ninguém mente ou demonstra fraqueza e sinais de fragilidade: os divórcios são ignorados, as mortes dos familiares como que apagados no colectivo, os problemas monetários escondidos...  São bonitos, elegantes e inteligente. O patriarca da família Sinclair é um homem de regras rígidas, cujo lema é nunca desistir ou aceitar um não como resposta; em breve terá de escolher a qual dos seus netos deixar a fortuna. 

 

Candance, a protagonista, é a presumível herdeira da fortuna: é a mais velha dos netos e aparentemente a preferida do patriarca. Candance é uma jovem brilhante mas extremamente frágil e atormentada por uma vida de aparências. Todos os verões, sem excepções, passa as férias numa ilha privada, rodeada da família e dos primos, a quem ela apelida de Mentirosos (este mentem-lhe). E é, sob efeito da ilha que a narradora se apaixona por Gat, um jovem de origens indianas, determinado e inconveniente.

 

No entanto, a tragédia abate-se sobre Candance e os Sinclair quando a jovem sofre um grave acidente, marcando-a com enxaquecas horríveis e sinais graves de amnésia... e, não é de estranha que, toda a família opte por omitir e esconder a verdade da jovem (assim como da socidade) sobre os trágicos acontecimentos do verão quinze - que corresponde à idades dos Mentirosos.

 

quando éramos mentirosos é um romance diferente, baseado numa escrita distinta mas fluida. Li o livro de E. Lockhart (pseudónimo de Emily Jenkins), essencialmente, pela forma apaixonada como uma amiga o descreveu (que, segundo ela, o leu em apenas um dia... e bem sei que é menina para isso). Gostei do que li (provavelmente, não tanto como a minha amiga, nem o descreveria com tão rasgados elogios), gostei da reviravolta na vida das personagens - nos Mentirosos -, da capa (que creio enquadrar-se muito bem com a história, numa espécie de analogia aos emails não respondidos de Candance aos primos), do título.

 

Porém, embora fluida, a escrita é algo que me desagradou... bom, creio que se a autora tivesse optado por uma escrita dita normal, sem tentar ser exageradamente criativa, com frases curtas e excesso de parágrafos (por exemplo, em dez linhas de parágrafos seguidos, apenas quatro faziam sentido... o resto são três ou quatro palavras ao acaso; frase de uma ou duas palavras), talvez a história tivesse funcionado melhor. Outra coisa que me desagradou no livro é o facto de ora falar no presente ora falar no passado, portanto, exige uma leitura cuidada; embora se tratem de capítulos pequenos (de duas a três folhas).  

 

Para quem gosta de romances, aconselho a leitura.

 

quando éramos mentirosos foi eleito pelo público do Goodreds como Best Books of 2014, na categoria Young Adult Fiction.

 

(Mais sobre o preço, o livro e a autora em Wook)

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