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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Sei que ...

... não percebo nada de maquilhagem quando tento disfarçar o acne que me atormenta desde que me lembro de ser eu e escuto um,

 

Mas o que é que tu andas a fazer com a cara?

 

Confesso que, no fundo, no meu mais profundo eu, bem lá no fundo, apeteceu-me responder que olha, acordei nesta bela manhã e apeteceu-me destruir o meu rosto com acne, só para ser diferente do habitual mas, a verdade é que me limitei a um simpático nada

 

Tentei disfarça, através de um BB cream e de mais umas tretas, as minhas mais recentes marcas de acne mas, aparentemente, percebo tanto de maquilhagem como de futebol... nada. Uso apenas e religiosamente um creme hidratante na cara e, pouco mais. Quando me dá na telha, um lápis preto nos olhos e um pouco de rímel. De resto, não compreendo absolutamente nada. Nem de sombras, pós, cremes e pincéis para isto e aquilo. E, admito, desconfio que nem lá vou com um manual de instruções. 

Levo-te comigo.

Presente em cada sonho. Nos dias que vivo, nos sons que escuto, nas cores que me rodeiam e pintam os meus olhos. Levo-te comigo. Na tristeza dos dias, nos sorrisos sinceros do presente, nos sonhos do amanhã. Levo-te comigo. Nos livros que partilho contigo, nos passos pelas ruas da vila, na ausência que sinto de ti. Sinto-te comigo. No frio que me barre a alma e o corpo, quando mergulho nos pensamentos do amanhã e te sinto num livro. Sinto-te comigo. Quando fecho os olhos invades sempre os meus sonhos, abraçando-me e sussurrando as palavras que ansiamos ouvir dos lábios um do outro.

 

Levo-te comigo. Sinto-te comigo. Que coisa tão traiçoeira, a solidão. Faz-nos sentir a presença de quem não conhecemos, quiçá, nem exista. Amo-te. Sem saber se existes. Amo-te e não consigo ver o teu rosto no cinzento dos sonhos. E, no meio destas parvoíces que para aqui escrevo, sinto-te e levo-te comigo. Solidão, quiçá sejas esse o teu nome... e, agora escrevo ao desconhecido e à solidão e julgo que estou a ficar louca.

 

E, no dia em que o destino juntar os nossos caminhos, será que te vou conhecer e sentir nas cores dos dias... para lá de um sonho? 

A ler,

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- Não seríamos homens se não sentíssemos dor e raiva com o que aconteceu. Todos sofremos.

- Sim, nós também tivemos muitos feridos.

- Nós... vocês... Porque é que falamos assim, Mohamed? Quem são vocês? Quem somos nós? Por acaso não somos os mesmos que sempre fomos? Em que é que isso nos diferencia?

- Nós somos árabes, vocês judeus, outros são cristãos...

- E então? A quem é que importa o Deus a que reza cada um? E o que acontece com aqueles, como eu, que não rezam? - Samuel olhava para os olhos de Mohamed.

- Eu ouço-te falar e penso como tu, mas depois, quando vou lá para fora, vejo que as coisas são diferentes, que nós, homens, somos diferentes.

- Diferentes? Não me parece que sejamos diferentes. Todos temos duas mãos, dois pés, uma cabeça... Todos nascemos de uma mãe. Todos sentimos medo, amor, ódio, ingratidão, ciúmes... Quem é que te diz que somos diferentes? Ninguém é mais nem melhor do que os outros.

- Nisso estás enganado, alguns homens são melhores do que outros Samuel. O meu pai era um deles.

- Sim, tens razão, alguns homens são bons.

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Sinopse:

Um romance extraordinário sobre o conflito israelo-árabe retratando personagens inesquecíveis, cujas vidas se entrelaçam com os momentos-chave da história a partir do final do século XIX a meados do século XX, e recriando a vida em cidades emblemáticas como São Petersburgo, Paris e Jerusalém. Aqui Julia Navarro conduz o leitor através de relações duras de homens e mulheres que lutam por uma parcela de terra onde possam viver em paz.
 
* (mais informações sobre o livro em wook)

Sessenta e quatro dias depois,

o postal chegou à Rússia e eu, que o achava perdido, algures naquelas confusões do leste, perguntava à moça se não o teria esquecido. Na verdade, não o esqueceu, demorou a chegar, mas diz que chegou, sem código de identificação é bem verdade - nem sei como me esqueci de um factor essencial no postcrossing -, mas chegou - e, nossa sorte, foi trocarmos mensagens. Tomará que o postal para a China demore menos...

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