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Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

Um Mar de Pensamentos

... nasce do desejo inconstante de partilhar um pouco de mim e do que sou numa espécie de diário. Resumo-me em: Maria, 32 anos, signo gémeos, amante de livros, sonhadora, romântica, dramática q.b., viciada em chocolates.

*Ainda sobre a Jéssica...

Quando a polémica em torno da Jéssica Athayde rebentou, um dos meus primeiros pensamentos foi este. Aliás, se tivesse que escrever algo sobre o tema, seria qualquer coisa como as palavras de Jorge Freitas em O Que É o Jantar?.

Pode parecer um bocadinho radical da minha parte mas, nós mulheres, somos muito venenosas. O maior inimigo de nós mesmas. Com tanta coisa importante com que nos preocupar, andamos mais interessadas em dizer à Jéssica que esta gorda ou com celulite... coisas que, quer ela, quer eu ou a minha vizinha, conseguimos mudar com uma alimentação mais cuidada. Agora, aquela que deveria ser a principal preocupação das mulheres, lutar pela igualdade de direitos, , isso dá trabalho. Desculpem o meu radicalismo, mas à coisas que me chateiam. E, já agora, parem lá com essa história de aí e tal quem disse isso da Jéssica era uma gorda invejosa e mal amada... eu sou gorda e, embora a ache um mulherão, não lhe invejo o corpo... aliás, continuo sem perceber o motivo para tanto disparate e tema de conversa. Irra, é só mulheres invejosas! Oh gente desocupada! Olha, sabem que mais? Vão mas é tratar da casa, da roupa,  dos filhos e da comida para os maridos e deixem-se lá de disparates...

Quanto à Jéssica e como diz a música beijinho no ombro só pras as invejosas de plantão.

 

* (e eu que não queria escrever sobre o tema... acabei por me render à polémica e dar o meu palpite)

Sobre as previsões do futuro.

Hoje, quando liguei a televisão, as imagens mostravam o programa com uma senhora muito bem disposta, sorridente e cheia de fé, incentivando os espectadores a ligarem para obterem as respostas às suas questões... E, dei por mim a pensar, afinal de contas, quem é que não gostaria de saber um pouco mais do seu futuro? Eu já soube do meu futuro duas vezes...

Ojala pudiera ver el futuro.jpg

No ano em que fiz 18 anos, numa tarde de Verão em pleno mês de Agosto, a minha mãe lá me conseguiu convencer a ir com ela consultar uma daquelas bruxas-astrólogas-cartomante-videntes ou lá como se chamam. Uma dessas pessoas que conseguem prever o futuro através das cartas. A minha mãe tinha uma amiga que as sabia ler e achava que seria importante para mim saber o futuro ou, no mínimo, se realmente entrava na universidade. Eu, que não queria ir porque não acreditava em nada daquilo, deixei-me convencer. No fundo e apesar do medo, eu queria saber o que ela tinha para me dizer. Sentia-me receosa e entusiasmada por saber um pouco do futuro. 

Uma vez em casa da referida senhora, aguardamos na sala, junto das imagens da virgem Maria, do Buda, da Sagrada Família e de tantos outros santos que não consegui reconhecer. A espera, um par de minutos, pareceram-me uma eternidade, sobretudo porque sentia que aquele museu de santos e mais sabe-se lá o que me condenavam por ali estar. Os nervos fizeram-se notar quando, à chegada da senhora, tropeço no tapete e quase me espalho no chão. Adiante...

A consulta revelou aquilo que, para mim, dificilmente conseguia sonhar ou acreditar até que acontecesse: novas amizades, a entrada na universidade, os bons resultados, o namorado, alertou-me para o facto de ser pouco confiante e mais qualquer coisa que já esqueci. As previsões, essas, eram para uns seis/sete anos e, a verdade, é que tudo isso acabou por acontecer no prazo que ela estipulará. 

À uns meses atrás, voltamos a consultar a mesma pessoa. Ao ver o meu desânimo por ter terminado o curso e ao não conseguir um trabalho, a minha mãe achou que seria interessante saber o que ela tinha para dizer. Aliás, a própria senhora pressionara a minha mãe para que lá fosse, segundo ela, tinha coisas importantes para me dizer. Quando lá cheguei, fui logo recebida (portanto, evitei a sala e os seus mil santos) e disse-lhe que apesar das coisas boas (e das más que ela não previu ou não mencionou) que me tinham acontecido, preferia manter-me na ignorância quanto ao futuro... mas, ao escutar o meu futuro profissional, quis saber do restante. Desta vez, não se limitou ao bom, mas mencionou um lado negativo do meu futuro. De certa forma, coisas que acontecem na vida de qualquer mulher, mesmo quando duvidamos que essas coisas algum dia aconteçam...

Não fui a única a, um dia, desejar saber mais sobre o futuro e cujas previsões coincidiram com a realidade. 

Acredito que nada acontece por acaso, que tudo tem o seu porquê e os seus motivos... mesmo das coisas más, existe sempre uma lição a retirar, que existem coisas impossíveis de não as viver.

Por muito que se deseje saber o futuro, nem que seja só um pouco, os riscos são elevados. Quero com isto dizer que, mesmo quando não tentamos pensar nas palavras de alguém que diz ver o futuro, não o conseguimos evitar. Basta um momento mais triste e as palavras daquela pessoa reaparecem na nossa mente e alma. Tentamos gerir os dias sem relembrar aquelas palavras mas, inevitavelmente acabamos por pensar se, a decisão importante daquele dia poderá influenciar o amanhã. Trabalhamos o presente pensando em não influenciar o futuro, procurando que não demore muito a acontecer. Agarrámo-nos à esperança daquelas palavras...

Talvez o texto seja um pouco confuso. Não à textos simples para coisas confusas. Esta coisa de querer saber do futuro é confuso... criam-se expectativas de algo que tarda em acontecer mas que, ainda assim, desejamos com toda a força.